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Mês: Novembro 2014

23 de Novembro, 2014 Carlos Esperança

O fascismo islâmico e a violência da fé

Deixaram de ser notícia a violência e os crimes da fé. As pessoas abrandam a vigilância e fecham-se às más notícias. Esquecem a infâmia e dormem tranquilas com o tribalismo e a demência.

Ontem, as milícias Al-Shabaad executaram 28 passageiros, 19 homens e 9 mulheres, no Quénia, em ação de vingança por uma operação policial contra mesquitas de Mombaça.

No início da semana as forças de segurança encerraram quatro mesquitas, acusadas de ligações aos radicais islâmicos da Somália, função que as mesquitas assumem cada vez mais, entre as orações e a pregação, contra os infiéis. Os terroristas de Deus escolheram, entre as dezenas de passageiros, os que não eram da sua fé e, à falta de judeus, mataram 28 cristãos, poupando apenas os muçulmanos.

Diariamente somos confrontados com cristãos dizimados por muçulmanos numa orgia de terror para que não há perdão. A inversa também tem acontecido. As crenças não me merecem respeito, mas os crentes, sejam de que religião forem, não merecem apenas respeito, exigem-me a solidariedade que deve envolver todos os homens e mulheres, por mais envenenados que as crenças os mantenham.

Se não levarmos o laicismo aos manicómios da fé arriscamo-nos a que a fé das maiorias, ou das minorias fanatizadas, nos seja imposta.

Se as mesquitas se tornam locais de treino terrorista e de instigação à violência, deixam de ser templos e passam a ser quartéis de um exército que urge combater. Em nome da paz urge fechar os antros da violência, em defesa da liberdade combatem-se os apelos à verdade única e em nome da civilização, devemos erradicar os campos de treino da barbárie, sejam mesquitas, igrejas, sinagogas, templos de qualquer fé ou de nenhuma.

As guerras religiosas precisam, tal como as guerras convencionais, que lhes destruam os campos de treino e os instrutores. Estou farto de saber assassinados os que acreditam na fé que lhes ensinaram.

E não gosto.

22 de Novembro, 2014 Carlos Esperança

3 ARGUMENTOS CONTRA A ORAÇÃO

Por

João Pedro Moura

A propósito da nova aplicação informática para “orar”, oriunda da ICAR, exponho aqui as contradições do ato de rezar.

O que é rezar?

Rezar é pedir a uma entidade divina, duma forma livre ou estereotipada, mental e/ou vocal, pública ou privada, que dê uma benesse, isto é, que modifique uma situação desfavorável, convertendo-a em favorável ou que nos dê um bem, simplesmente.

Rezar é, também, agradecer à entidade divina determinada situação.

Reza-se, portanto, em variadas circunstâncias.

Em suma, rezar é coisa muito antiga e vulgar, inerente à religião.

Todavia, seguidamente, eu vou demonstrar que rezar é uma contradição antitética e intrínseca e, como tal, não tem ponta por onde se lhe pegar.

PRIMEIRO ARGUMENTO:

             O “ser absoluto” não tem defeitos, logo, a sua criação também não.

Admitir, por exemplo, que uma seca é um defeito e, portanto, clamar pela intervenção divina, é admitir que deus errou e que deverá, então, reparar o seu erro.

Ora, um deus, por definição, não erra, nunca.

Portanto, a seca, a inundação, a desgraça humana, o defeito físico, os seres virtuosos, a doença, a saúde, etc. são tudo criações de deus, por inerência concetual da doutrina religiosa. E, de acordo com tal doutrina, a criação é o que é. Pronto!

Os crentes deverão conformar-se, portanto.

Donde decorre que a oração impetrante contradita, antiteticamente, a perfeição divina. Intrinsecamente.

            SEGUNDO ARGUMENTO:

            Se deus é, por definição, imutável, não pode modificar o curso das coisas.

Os crentes têm o péssimo hábito de fazerem, do seu deus, uma espécie antropomórfica, a quem se pedem coisas e se chama a atenção, como se esse deus fosse uma pessoa distraída, que não soubesse o que se passava.

Ora, segundo a doutrina, deus criou e, concomitantemente, determinou há biliões de séculos (reparai no que eu disse: há biliões de séculos…) que o curso das coisas fosse o que é.

Sendo assim, que sentido tem uma pessoa pedir a deus que modifique uma determinada situação, porque está a causar prejuízos, como se deus não soubesse os prejuízos que causa???!!!

Rezar é, portanto, em termos práticos, qualquer coisa do género: “Olha, Nosso Senhor, eu peço-te que me dês saúde, porque esta doença consome-me, está-me a destruir aos poucos e a afligir os meus familiares…”, a que deus responderia: “Ah, pois é! Tens razão! Não tinha reparado nessa cena morbosa… eu já te trato da saúde…”.

Ora, é isto que pressupõe a oração impetrante: pedir a deus que modifique o que tinha criado e determinado anteriormente.

Mas deus não pode modificar, porque, senão, não era deus, por defeito.

            O ser imutável, por essência, não altera o curso das coisas. Senão, não era imutável. E se não fosse imutável, não era deus.

Logo, rezar, isto é, pedir a deus que modifique o que criou, é, pela segunda vez, uma contradição antitética. Intrinsecamente.

orar1   TERCEIRO ARGUMENTO:

            “Se Deus quiser” contraria a impetração…

Os crentes, na sua insipiência do conceito de deus, para escaparem a estas contradições insanáveis, arranjam sempre argumentos grotescos, não só para continuarem na sua teimosa e consolativa credulidade, mas também para justificarem o injustificável.

Daí que avancem sempre com o supino argumento de que “deus criou-nos, mas deu-nos liberdade para…”, então, “a liberdade implica responsabilidade, logo, podemos fazer coisas más…” e… “aí temos o mal feito pelos humanos, sem responsabilidade divina…”…

É desta maneira tosca que os cristãos tentam contornar a objeção dubitativa: “Então, se Deus nos criou e tudo o mais, por que é que não evita o mal?”

Mas, mais uma vez, vou demonstrar que esse argumento divinal do “dar liberdade” é, intrinsecamente, defeituoso e antitético.

A que expressões piedosas nos habituou o povo cristão?

Aí as temos: “Se Deus quiser”, “Deus queira”, “Até amanhã, se Deus quiser”, etc.

Então, se afinal as coisas acontecem “se Deus quiser” e se só chegaremos amanhã “se Deus quiser” e se só obteremos coisas, desde que “Deus queira”… para que é que andam a rezar???!!!

Para que é que pedem benesses ao seu deus???!!!

Para que é que pedem, o que quer que seja, a essa conceção imaginária, se essas expressões pressupõem, inerentemente, a impotência do humano ante o divino, invalidando, por concomitância, a oração impetrante???!!!orar2

Consecutivamente, a petição celestial é uma contradição antitética com o devir, sob potência divina. Intrinsecamente.

Está clara a minha demonstração?

21 de Novembro, 2014 Carlos Esperança

Cardápio para orações – in Diário de Leiria

Aplicação móvel de oração vai ser lançada em Fátima

Novas tecnologias Aplicação que vai ser apresentada na sexta-feira pretende propor uma nova forma de rezar, utilizando a Internet

O Secretariado Nacional do Apostolado da Oração lança na sexta-feira, em Fátima, a aplicação móvel (app) de oração ‘Click To Pray’, que pretende propor uma nova forma de rezar através dos meios digitais.
Segundo o secretariado do Apostolado da Oração, obra confiada pelo Vaticano à Companhia de Jesus e que tem como missão principal a promoção da espiritualidade e da oração pessoal, o ‘Click To Pray’ disponibiliza “propostas de oração, simples e breves, para três momentos do dia, durante os 365 dias do ano”.

Comentário: A próxima inovação será uma passadeira rolante para joelhódromo.

20 de Novembro, 2014 Carlos Esperança

Deus não é grande

Este texto foi retirado do livro “Deus não é grande” de Christopher Hitchens.

Coloco uma questão hipotética. Sou um homem de 57 anos e sou apanhado a chupar um pénis de um bebé. Peço-vos que imaginem o vosso choque e repulsa. Ah, mas eu tenho a minha explicação pronta. Sou um mohel: um circuncisador e removedor de prepúcios autorizado. Essa autoridade é-me conferida por um texto antigo (retirado da bíblia), que ordena que eu pegue no pénis de um bebé com a mão, corte à volta do prepúcio e complete o serviço colocando o pénis na boca, chupando o prepúcio e cuspindo a pele amputada juntamente com uma boca cheia de sangue e saliva.

Esta prática foi abandonada pela maioria dos judeus, quer devido à sua natureza pouco higiénica, quer pelas suas associações perturbadoras, mas ainda persiste entre os fundamentalistas hassídicos que esperam a reconstrução do 2º Templo, em Jerusalém.
Para eles, o ritual primitivo do peri`ah metsitsah faz parte do pacto original e inviolável com Deus.

Na cidade de Nova Iorque, no ano de 2005, este ritual levado a cabo por um Mohel de 77 anos provocou herpes genital em diversos meninos e causou a morte a dois deles. Em circunstâncias normais, a divulgação destes factos teria levado o departamento de saúde pública a proibir a prática e o presidente da Câmara a denunciá-lo. Porém, na capital do mundo moderno, na primeira década do séc. XXI, não foi o que aconteceu.

Ao invés disso, o presidente da Câmara Bloomberg ignorou os relatórios efetuados por prestigiados médicos judeus que alertavam para o perigo do costume e deu instruções ao seu departamento de saúde pública para adiar qualquer veredicto. Afirmou que era crucial garantir que não se infringia o livre-exercício religioso.

Este padrão é recorrente noutras denominações e noutros Estados e cidades, bem como noutros países. Numa vasta área da África animista e muçulmana, meninas são sujeitas ao inferno da circuncisão e da infibulação, que envolve o corte dos lábios vaginais e do clítoris, muitas vezes com uma pedra aguçada, e depois a sutura da abertura vaginal com fio grosso que só será removido quando for partido pelo pénis do homem na noite de núpcias. Entretanto, a compaixão e a biologia deixam uma pequena abertura para a passagem do sangue menstrual. O cheiro nauseabundo, a dor, a humilhação e a infelicidade excedem tudo o que pode ser facilmente imaginado e resulta em infeções inevitáveis, esterilidade, vergonha e morte de muitas mulheres e bebés durante o parto.

Nenhuma sociedade toleraria tal insulto às mulheres e à sua sobrevivência, se a prática chocante não fosse sagrada e santificada pelas religiões em causa.

(Enviado por Paulo Franco)

19 de Novembro, 2014 Carlos Esperança

A ICAR e os privilégios

Parlamento não mexe em isenções fiscais religiosas

por Miguel MarujoOntem

Proposta levaria a rever ou suspender Concordata
Proposta levaria a rever ou suspender Concordata

Só BE acompanha Associação República e Laicidade na exigência de revogar isenção nas tributações no património e no IVA das comunidades religiosas.

O Parlamento não vai mexer nas atuais isenções fiscais das comunidades religiosas, apesar de todas as bancadas terem sido desafiadas a fazê-lo no âmbito da discussão do Orçamento do Estado para 2015. Apenas o Bloco de Esquerda respondeu positivamente ao pedido da Associação República e Laicidade (ARL) – que defende a secularidade do Estado e quer que as várias religiões deixem de ter isenções de impostos patrimoniais e que seja revogada a devolução do IVA a estas comunidades religiosas.

19 de Novembro, 2014 Carlos Esperança

A pior forma de defender a causa palestiniana

Netanyahu quer judeus armados após ataque em sinagoga

por Lumena Raposo

Netanyahu quer judeus armados após ataque em sinagoga
Fotografia © REUTERS/Baz Ratner

Atentado em Jerusalém Ocidental foi o mais violento desde 2008 e revela o agudizar da tensão passível de gerar nova Intifada.

Benjamin Netanyahu, chefe do governo israelita, prometeu responder com “mão de ferro” ao ataque de ontem que descreveu como “assassinato cruel de judeus que vieram orar e foram mortos por assassinos desprezíveis”. Netanyahu anunciou que irá autorizar que todas as pessoas em Israel possam andar armadas e ordenou a destruição das casas dos autores do atentado de ontem.

18 de Novembro, 2014 Carlos Esperança

Murros no estômago e vergonha

Respigo do DN de ontem, pág. 19, as seguintes informações que tão bem conheci e que a memória, talvez por vergonha, empurrava para épocas mais recuadas.

1969 – As mulheres casadas deixaram de precisar de autorização do marido para tirarem passaporte;

1974 – Foi decretado o acesso das mulheres a todos os cargos da carreira administrativa local, à carreira diplomática e à magistratura, ainda com interdição de acesso às Forças Armadas que só terminaria em 1990;

1975 – Fim de crimes de honra legais, com a anulação do art.º 372.º do Código Penal, que apenas previa pena de desterro para o marido que matasse a mulher em flagrante de adultério ou filhas menores de 21 anos, vivendo «debaixo do pátrio poder», que fossem «corrompidas»;

1976 – O Art.º 13.º proíbe tratamento discriminatório em função de sexo, com alteração dos artigos do Código Penal, o que permitia ao marido ler a correspondência da mulher e o que atenuava a pena se a prostituísse.

A afronta, a humilhação e a crueldade, que o ordenamento jurídico consagrava, eram a marca da ditadura clerical-fascista, a odiosa manifestação dos sentimentos que crápulas nutriam para com as mães, irmãs, filhas e mulheres, num país que era a cela comum dos que tinham a desdita de viver em Portugal.

Aqui ficam estas informações como denúncia dos cavernícolas que defenderam o mais atroz dos regimes, a mais hedionda discriminação de género e o mais vergonhoso dos preconceitos misóginos.

Sei porque combato os talibãs. Porque os conheci, aqui, em Portugal, onde a violência doméstica é a herança dessa fauna que entre a missa e o mês de Maria agredia, violava e torturava as mulheres. Até na lei.