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Mês: Outubro 2014

11 de Outubro, 2014 Carlos Esperança

“EM VERDADE VOS DIGO” (5/5)

Crónica Ateísta de Onofre Varela 

Matar em nome de Deus

Penso poder dizer, sem lugar a erro, que Deus é uma das piores invenções da Humanidade. A História conta-nos guerras religiosas e outras atitudes maléficas perpetradas em nome de Deus, que desilustram a espécie Homo… que se apresenta pouco Sapiens! O conceito de Deus não é transcendental nem pertence a outra esfera que não seja à das coisas humanas. Deus é uma ideia que não pertence a ninguém em particular, mas que é de todos em geral, e os povos são tanto mais explorados quanto mais religiosos forem. E há quem, pela mesma razão, seja sanguinário.

A História da Igreja Católica teve a sua grande Era das Trevas que durou 350 anos (de 523 a 872), durante a qual a prepotência dos papas alimentou casos de intriga, tortura, luxúria, pederastia, violações e abusos sexuais, inclusivé com animais. Os papas sodomizavam criados que depois mandavam torturar e matar. Houve papas que cometeram todo o tipo de crimes, e na lista dos 56 daquele período, 23 foram considerados santos! 1000 anos depois, no tempo de Martinho Lutero, a Igreja continuava a explorar a sua autoridade espiritual de forma corrupta, e os papas tinham filhos, faziam colecção de amantes, e havia bordéis especificamente para padres (*).

Houve várias Inquisições Católicas que torturavam e matavam em nome de Deus. A última delas foi a Portuguesa, iniciada em Évora e que durou 285 anos (1536-1821).

Que fique bem claro que o Cristianismo e o Islamismo actuais não têm nada a ver com as maldades produzidas por cristãos em tempos recuados, nem com os sanguinários muçulmanos que hoje se dizem seguidores de Alá. Mas, nos seus extremismos, ambas as religiões protagonizaram, e protagonizam, maldades em nome de Deus. Hoje há muçulmanos que matam com intenção religiosa e requintes de malvadez (para exemplo e amedrontamento do mundo, dizem eles!?…), filmando degolações de honrados, valentes e exemplares cidadãos que entregaram as suas vidas a causas humanitárias. Carnificina perpetrada por malfeitores religiosos ignorantes, mentecaptos e assassinos, a merecerem perseguição imediata e condenação a prisão perpétua. JÁ!

(*) – Eric Frattini. Os Papas e o Sexo. Ficheiros Secretos do Vaticano. Bertrand Editora, 2010.

(O autor escreve sem obedecer ao último Acordo Ortográfico)

10 de Outubro, 2014 Carlos Esperança

“EM VERDADE VOS DIGO” (4/5)

Crónica Ateísta de Onofre Varela 

O meu Ateísmo

Na intenção de me apresentar aos leitores, vou falar das razões que me levaram a ser ateu.

Todos nós nascemos analfabetos e aprendemos a ler e a escrever com o evoluir do entendimento. Do mesmo modo sentimos a religiosidade presente na família e transmitida pela sociedade que nos produz, formata e educa. Tal como a maioria dos portugueses, também eu frequentei a catequese. Mas por pouco tempo. O meu pai, republicano, deixou por minha conta seguir, ou não, uma religião. Não segui, porque me interrogava sobre a divindade, e a catequista não me dava respostas satisfatórias. A interrogação é a causa primeira que nos leva a sermos, ou não, militantes religiosos.

No cumprimento do serviço militar em Angola, senti a morte rondar por perto e percebi o sentimento de religiosidade dos meus camaradas que rezavam na esperança de que Deus desviasse as balas que viessem nas suas direcções. Percebi que Deus estava nas suas cabeças, mas não fora delas… por isso nunca receberiam nada daquela procedência. Só se chega a esta conclusão quando não se tem o cérebro tomado pela crença… e eu não tinha.

A partir daí interessei-me pela Antropologia Religiosa e interroguei os meus camaradas sobre as suas crenças. No regresso à vida civil, li filósofos, pensadores, cientistas, a Bíblia e o Corão, assisti a missas, falei com crentes de base e sacerdotes, e comecei a construir o meu entendimento do fenómeno religioso. São muitos os porquês que me inquietam. O que levou o Ser Humano a criar deuses? Sem Mitologia não temos identidade? Porque há tanta gente a arrastar-se em lugares que dizem sagrados? Sendo Deus um conceito criado pelo Homem, o que é que faz com que uma pessoa culta e licenciada (médico, por exemplo), tenha, pelo conceito do divino, a mesma devoção de um analfabeto?!… Será que o licenciado não aprendeu nada, ou o analfabeto sabe muito?! Todas estas questões me inquietam, e aos 40 anos reconheci que, realmente, sou ateu.

Aos 70 continuo interrogativo e gostaria de saber o porquê de eu me interrogar sobre o tema, e de a maioria dos meus semelhantes devotar-lhe um tal “respeito sagrado” impedindo o questionamento da religião e da própria fé!…

(O autor escreve sem obedecer ao último Acordo Ortográfico)

9 de Outubro, 2014 Carlos Esperança

“EM VERDADE VOS DIGO” (3/5)

Crónica Ateísta de Onofre Varela

A má fama dos ateus

Um dos meus amigos, sacerdote católico, afirma que eu não sou ateu. No seu entender os ateus são más pessoas porque serão destituídos de sentimentos fraternos e incapazes de atitudes altruístas. E como me conhece bem, sabe dos meus afectos, interesses culturais, atitudes cívicas e respeito pelo próximo, e por isso considera que eu não posso
ser ateu! É um preconceito que não é só seu. Há imensa gente a pensar assim. A desacreditação dos ateus pertence ao filósofo Platão (427 AC) que, retomando a velha questão de Protágoras “O homem é a medida de todas as coisas”, transformou-a e declarou “ser Deus a medida de todas as coisas”. E foi mais longe. Puniu os ateus decretando-lhes três penas: para os ateus “inofensivos”, cinco anos de internamento numa casa de correcção, onde os membros do Conselho Nocturno os visitavam,
reflectindo com eles acerca da incorrecção das suas condutas. Os ateus que praticassem heresias mais graves recebiam pena maior, e os reincidentes eram condenados à morte.

A palavra “ateu” é muitas vezes usada como sinónimo de “mal comportado”, na convicção de que todos os praticantes de credos religiosos são bondosas pessoas incapazes de uma ofensa ao próximo e que passam os dias da suas vidas distribuindo amor a torto e a direito! Relativamente a comportamento cívico, o ateu é tão bem (ou
tão mal) comportado quanto o crente. A diferença está em que o ateu se considera um mamífero primata, um ser gregário que vive em comunidade assumindo as suas acções perante a lei dos homens. Depois da morte o ateu fina-se como qualquer outro ser vivente. Para o ateu a palavra morte tem o significado de morte autêntica, que é o fim radical daquela vida, negando uma qualquer outra vida substituta. A “eternidade” apenas pertence à memória histórica, e mesmo essa não é perene.

O crente diz ter sido feito por Deus “à Sua imagem e semelhança” (e afirma-se humilde?!), que deve “respeitar e temer” Deus, antes do respeito devido ao próximo, e que depois de morrer viverá num doce céu (se tiver tido bom comportamento) ou num azedo Inferno (se merecer castigo)!…

(O autor escreve sem obedecer ao último Acordo Ortográfico)

8 de Outubro, 2014 Carlos Esperança

O que os espera…

Primeiro congresso de homossexuais católicos começa hoje em Portimão

Primeiro congresso de homossexuais católicos começa hoje em Portimão

O primeiro congresso de homossexuais católicos começa hoje em Portimão com representantes de várias associações estrangeiras, que querem promover o debate sobre a homossexualidade na Igreja Católica e criar uma organização mundial que os represente no Vaticano.

No encontro será ainda debatido e aprovado um documento, a enviar à Santa Sé, que pede à Igreja que promova o acolhimento dos homossexuais e a sua integração nas comunidades e paróquias.

Em declarações à agência Lusa, José Leote, da associação Rumos Novo – Homossexuais Católicos, que organiza o congresso, defendeu «a necessidade urgente de uma mudança de atitude por parte da hierarquia católica no sentido de que haja um verdadeiro acolhimento [dos homossexuais] ».

8 de Outubro, 2014 Carlos Esperança

É preciso conter o Islão

Mário de Carvalho escreveu no faceboock:

«Alarme: a atitude de algumas elites perante o NAZISLAMISMO é coincidente com a que muitos intelectuais tomaram durante o ascenso do nazi-fascismo: que nada de alarmes, que preciso era compreender as razões profundas, que havia muito exagero, falta de perspectiva, que eles acabariam por ser absorvidos, que o verdadeiro perigo era…Há reflexos disso aqui no FB. Estaremos condenados? Não, Mário, qual quê! És um exagerado…MdC» [sic]

Tal como Mário de Carvalho, sou membro da Associação Portuguesa de Escritores mas falta-me a dimensão literária e a notoriedade do grande escritor e resistente antifascista nas denúncias que faço, há muito, de forma sistemática e persistente. O alarme de Mário de Carvalho é a pedrada no charco da cumplicidade da esquerda que se cala perante a decapitação de presos pelo fascismo islâmico numa orgia de violência, horror e pânico.

O vírus ébola é aterrador mas o islão é muito mais perigoso e propaga-se por mesquitas, madraças, internet e outros sítios insalubres, sem antídoto nem vacina prenunciada.

Na Turquia, onde a laicidade do Estado tem sido gradualmente diminuída por Erdogan, o Irmão Muçulmano, a quem a Europa e os EUA passaram um certificado de islamita moderado, iniciaram-se manifestações contra o avanço terrorista do anacrónico califado que dá pelo nome de Estado Islâmico. Não se pode confiar no presidente islamita.

Servido por uma multidão de alienados fanáticos, urge combater o Islão, em nome da civilização, e recuperar os chalados que a fé imbeciliza e os pregadores acirram. Referir sempre as culpas de países ocidentais no armamento e treino dos terroristas é uma forma de depreciar a violência que está às portas da Europa e no seu seio, é nutrir a demência que nos ameaça e desarmar a força moral da civilização contra a barbárie.

De todos os monoteísmos, o mais belicista e implacavelmente intolerante, é o legado do pastor de camelos, analfabeto e rude, que nas alucinações julgou ver o arcanjo Gabriel a ditar-lhe uns rudimentos de judaísmo e, sobretudo, uma cópia grosseira do cristianismo, que devia impor através da guerra.

Se não pararmos os devotos, serão eles a paralisar-nos pelo terror e a impor-nos os seus desvairados modos trogloditas. Pior do que o ébola, o islão é um vírus que escapa às análises, resiste a quarentenas e só a força pode parar. A condescendência já excedeu os limites.

7 de Outubro, 2014 Carlos Esperança

Empório do Vaticano

Os números do poder eEconómico do Vaticano

Estima-se que o Vaticano seja o dono de cerca de 20% a 30% dos imóveis da Itália – incluindo igrejas, escolas, hospitais, clínicas e até hotéis
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Vista aérea de Roma e da Cidade do Vaticano

Vista aérea de Roma: Bento XVI vai deixar de ser chefe de Estado que tem pouco mais de 800 moradores e menos de 0,5 quilômetro quadrado

São Paulo – No final de fevereiro, o papa Bento XVI deixará o cargo. Assim, ele deixa de ser chefe do Estado da cidade do Vaticano, o menor Estado do mundo em tamanho e um dos menores em população.

7 de Outubro, 2014 Luís Grave Rodrigues

A Mulher Católica

As principais religiões do mundo definem-se a si próprias como defensoras de princípios éticos de honestidade, de paz e de tolerância e amor ao próximo.
No entanto, o que é facto é que, na prática, TODAS elas – quer historicamente, quer ainda agora – acabam por ser acérrimas opositoras de quem não perfilha as mesmas ideias, ou de quem tão simplesmente pratica o culto ao seu Deus de modo distinto.
É mesmo das religiões que provêm os mais chocantes exemplos de intolerância e preconceito.

E, se a Igreja Católica Apostólica Romana não é excepção, ela caracteriza-se também pela mais profunda e abjecta homofobia e pela mais inqualificável misoginia. Provavelmente mais ainda do que as restantes religiões.

Se não vejamos:

Logo nos princípios fundamentais das religiões cristãs, transmitidos directamente e sem intermediários pelo próprio Deus a Moisés, consta como mandamento: «não cobiçar a mulher alheia».

Ora, quer isto dizer que o próprio Deus reduziu a mulher a um mero e passivo objecto de cobiça, sem autonomia de vontade para a negar ou para lhe resistir.
E quer isto dizer que não resta ao homem outra alternativa para resguardar da cobiça alheia a mulher de que é “proprietário”, não a vontade da própria mulher (que a vontade da mulher não é para aqui chamada), mas somente o último recurso: a vontade divina.
E como a autoridade suprema só tem de legislar em função daquilo que é necessário e que é previsível que aconteça, nem sequer se deu ao trabalho de prever um mandamento que, reciprocamente, proíba a mulher de cobiçar o homem alheio.
Obviamente que a mulher não tem capacidade suficiente para levar a cabo uma tarefa tão masculina como é essa de «cobiçar».
Como está absolutamente fora de questão a própria mulher querer vir um dia… a ser cobiçada…

Na verdade, se alguma coisa é característica da Igreja Católica é o modo como a mulher é encarada como algo sujo e pecaminoso, um ser de segunda categoria e absolutamente desprovido de raciocínio, e que deve ao homem obediência cega.
O próprio celibato do clero não visa mais do que afastar todos aqueles santos homens, representantes de Deus na Terra, dessa coisa abjecta que é a mulher, que só os distrai das sagradas tarefas de Deus e os aproxima inexoravelmente do pecado.

Principalmente desde o Século IV com Santo Agostinho (que deve ter sido um tarado sexual de primeira apanha), o próprio modo como a Igreja Católica encara o sexo – simplesmente como algo porco e um horrível pecado contra Deus – reflecte-se imediatamente no modo como é encarado o “objecto” desse sexo: a mulher.

Assim, como poderia a Igreja Católica permitir a ordenação dessa coisa suja e abjecta que é a mulher? A mulher nem sequer tem dignidade para ajudar à missa, quanto mais para ser padre!

Desde há séculos, a mulher não é mais do que o oposto polo aristotélico do homem, e não serve para mais do que, pela negativa, o afirmar positivamente. Como o mal afirma o bem; como o negativo afirma o positivo.
E não são raros os exemplos históricos das mulheres que, por falharem nesse seu sagrado desígnio, foram queimadas como bruxas. Bastava que alguém desconfiasse que pensavam por si, ou que tão somente demonstrassem qualquer aptidão artística.

As próprias mulheres que se aproximaram de Deus, na pessoa de Jesus Cristo, são tratadas pela Igreja Católica com um machismo e uma misoginia que não se entende que ainda prevaleça e se aceite nos nossos dias.

Teria sido absolutamente normal que Jesus Cristo, afinal um homem, tivesse casado com Maria Madalena, a quem teria tratado como sua igual, e que teria sido sua fiel e confidente companheira. E que o teria acompanhado nos momentos mais difíceis da sua vida, e que nunca o abandonou, nem mesmo na hora da sua morte.

Mas, como está absolutamente fora de questão que Jesus Cristo, Deus e filho de Deus, do alto da sua santidade de Espírito Santo se tenha alguma vez «conspurcado» pelo contacto com uma mulher, desde logo a Igreja Católica imediatamente reduziu a pobre Maria Madalena ao nível mais baixo do escalão mais baixo que já por si era como mulher: passou a ser uma prostituta.

Mas o exemplo mais paradigmático da misoginia da Igreja Católica é o que se passa com a própria mãe de Jesus Cristo, a Virgem Maria.

A Maria de Nazaré foi pura e simplesmente negado ser mulher.
E para que Maria pudesse ser mãe, mesmo sem ser mulher, foi então determinado que fosse virgem, obviamente por intermédio de um dogma, que é para não haver mais discussões.
De tal modo que ninguém se importou que com isso o carpinteiro com quem era casada fosse automaticamente transformado assim numa espécie de «corno manso», incapaz de consumar o seu próprio casamento.

Uma vez mais com a persistente ideia (que para mim é inegavelmente muito suspeita) de que o sexo é uma coisa abjecta e suja, a Igreja Católica passou a tratar a mãe de Jesus como a «Virgem», a «Imaculada» ou outros impropérios do género, fazendo-a subir aos Céus toda ela, em alma e corpo, com hímen e tudo, sem sequer lhe dar direito a ter tido uma simples relação sexual na sua vida terrena.

Porque, para a Igreja Católica, depois de ter tido uma relação sexual a mulher nunca mais será a mesma e não serve já para mais nada.
Ao contrário do que acontece com o homem que, como toda a gente sabe, está acima dessas coisas. Até o seu esperma é sagrado e não pode ser derramado inutilmente, sob pena de morte.

A mulher, não. Porque a mulher já foi «tocada». Já foi «suja». Já tem uma «mácula» que nunca mais sai.
E, nem que fosse só para ser mãe, uma mulher assim «manchada», já não poderia subir aos Céus.

E mais: assim numa coisa que parece muito próxima de uma vulgar e africana excisão ritual de clitóris, nem sequer foi dado a Maria de Nazaré o direito de subir aos Céus sem antes ter tido um orgasmo.
E agora é tarde, porque nos Céus não há cá dessas porcarias.

Porque, como é óbvio, Deus não quer.
Pois se Deus é pai, é filho e é espírito santo, então, e como toda a gente sabe, Deus… é HOMEM!

Uma coisa é certa: 
nunca deixará de me surpreender como é que uma MULHER, digna desse nome e orgulhosa da sua condição, pode em plena consciência intitular-se CATÓLICA!

7 de Outubro, 2014 Carlos Esperança

“EM VERDADE VOS DIGO” (2/5)

Crónica Ateísta de

Onofre Varela 

O que é a Verdade?

Espero que os leitores não vejam no título genérico desta rubrica uma provocação à sua fé, nem entendam que uso uma frase religiosa fora do contexto bíblico. As considerações de um ateu estão inseridas no contexto da Bíblia, porque um ateu é um crítico do conceito de Deus.

Logo, assuntos como a Bíblia, os Evangelhos, outros textos religiosos, históricos, científicos e filosóficos, mais os discursos de papas, bispos e sacerdotes, são o material das suas reflexões.

Escolhi a frase evangélica “Em Verdade vos digo”, referida por Marcos e Lucas, com a intenção de dizer o mesmo que Jesus Cristo (JC) pretendeu dizer quando a proferiu (a crer nos evangelistas). Era intenção de JC sublinhar a Boa Nova que apregoava, na contradição de textos e conceitos que os judeus aceitavam por verdade, ou de outros
que não relevavam como deviam. “Em Verdade vos digo” foi o modo encontrado por JC (ou que os evangelistas colocaram na sua boca) para reafirmar frases sábias inseridas no Levítico, como, por exemplo, “Ama o próximo como a ti mesmo”, que JC via sempre tão esquecida nas atitudes dos sacerdotes que se pretendiam modelos de comportamento. Do mesmo modo eu pretendo chamar a atenção dos religiosos de mente fechada a outras interpretações, para o facto de haver quem pense de outro modo com a mesma legitimidade que reivindicam para si. Note-se que a Verdade de algo é a sua essência, e esta raramente é consensual.

“A verdade é só uma”, diz o Povo, mas cada um tem a sua!… e nas religiões as verdades multiplicam-se. Os quatro evangelistas têm, cada um, a sua verdade para JC! É neste contexto de a Verdade não ser una, que os ateus defendem a sua, desde os tempos da Antiga Grécia.

O Ateísmo é uma filosofia que nega a existência real e concreta de uma divindade por não haver prova da sua existência, e não especula sobre a sobrenaturalidade. O ateu entende que Deus é um conceito, vive muito bem sem ele e assume-se responsável pelos seus actos, dá valor à sua vida e à dos outros, cultiva a Razão, a amizade e a entreajuda, e confia no método científico para construir modelos da realidade, rejeitando a fantasia da vida para além da morte.

(O autor escreve sem obedecer ao último Acordo Ortográfico)