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Mês: Junho 2014

12 de Junho, 2014 Carlos Esperança

E a eutanásia continua por discutir!

Era uns dias mais novo do que eu o marinheiro tetraplégico que queria morrer e não o deixavam. Há anos que aquela bela cabeça sem corpo pedia que o deixassem morrer. Vi-o várias vezes na televisão, lúcido e sereno, exigindo o direito à morte. «Sou uma cabeça sem corpo, tenho direito a morrer», repetia Ramón Sampedro, corajoso galego.

Sete anos depois da morte, decorrido o tempo para a prescrição do «crime», a amiga que o ajudou, Ramona Monteiro, revelou como o fez. A morte foi gravada por vontade de Ramon, que demorou anos a cumprir um desejo, dolorosos anos de sofrimento que a hipocrisia judaico-cristã queria prolongar enquanto «Deus quisesse».

Tetraplégico desde os 25 anos, lutou na justiça pelo direito de morrer dignamente. Dada a sua incapacidade física para suicidar-se, Ramon desejava que seus amigos e familiares o pudessem ajudar a morrer sem que cometessem algum delito.

Suicidou-se em 12 de janeiro de 1998. Soube-se depois que a morte foi mais amarga do que previra o lúcido suicida e do que julgara a abnegada mulher que o acompanhou nos três últimos anos de vida.

O cianeto não terá proporcionado uma morte tão rápida e doce quanto a eutanásia exige mas foi o produto que Ramon conseguiu. Enquanto morria os olhares de amor ficaram como última carícia de quem partiu e de quem ficou, com o aviso de quem se despediu: «depois de beber não me beijes os lábios».

E a eutanásia continua por discutir.

 

11 de Junho, 2014 Carlos Esperança

As fobias e o medo do sufixo

Condenar fobias coletivas, que levam o sofrimento e a violência a minorias, é um dever de cidadania e um ato de humanismo. A misoginia é uma fobia de contornos religiosos que atrasou a emancipação da mulher e a submeteu, ao longo dos séculos, ao sofrimento violento e à tristeza profunda.

A xenofobia é responsável por guerras e dramas que uma sociedade civilizada não pode consentir. Os dramas vividos ao longo da história, pela pulsão homofóbica, tantas vezes oriunda de quem se sente atraído pelos comportamentos que execra, são uma mancha na história da humanidade e um comportamento que está longe de ser erradicado.

As fobias individuais são um caso psiquiátrico, as coletivas um problema social.

A Declaração Universal dos Direitos do Homem devia ser assimilada em qualquer lugar e por todos. O analfabetismo, a fome, o atraso social, o tribalismo e os preconceitos são responsáveis pelos atropelos a direitos que muitos povos nem sequer conhecem.

Dito isto, urge denunciar o sufixo «fóbico» como álibi para absolver crimes. Tal como a escravatura e o canibalismo foram combatidos, porque o horror a tais comportamentos a isso conduziu, outras iniquidades devem ser combatidas sem constrangimentos.

O apodo de cristianofobia não pode impedir que se averiguem os crimes praticados em épocas recentes pelo catolicismo irlandês, sobre mulheres e crianças, ou a cumplicidade do clero espanhol no genocídio franquista. É preciso neutralizar as forças que afastaram o juiz Baltasar Garzon, as ameaças do cardeal Rocco Varela e os resquícios franquistas das hostes do PP.

Ninguém se atreve hoje a chamar a alguém fascismofóbico ou nazismofóbico porque as ideologias eram e são perversas e porque produziram e produzem crimes. Não é o ato de pensar, por mais perverso que seja, que pode ser punido, mas os crimes a que conduz e quem os pratica.

A acusação de islamofobia afigura-se hoje como a cumplicidade com o mais implacável dos monoteísmos, a mais primária das religiões do livro e os mais perversos métodos de proselitismo, perpetrados por indivíduos fanatizados, desde crianças, nas madraças e nas mesquitas, por pregadores do ódio que prometem virgens e rios de mel.

O medo dos talibãs é uma arma que a extrema-direita europeia usa para se substituir na redução de liberdades e no ódio sectário. A Al-qaeda, ao contrário do que certa esquerda diz, é a expressão das crenças e desejos de um profeta analfabeto vertidos num manual terrorista chamado Alcorão.

Do Paquistão aos EUA, da Europa à região africana de Sahel, do Kosovo às Repúblicas ex-soviéticas, todos os dias se formam novas células de fanáticos que querem submeter o mundo a Maomé e as liberdades aos ditames da sharia. Tal como sucedeu na Europa, com a repressão política ao clero, para que pudéssemos ter ou não ter religião, é urgente reprimir a vontade de um deus malévolo para que os homens possam ser livres e felizes.

Um caso grave é a Turquia, com um vigoroso exército. Erdogan, muçulmano moderado, como europeus e americanos o designam, declamando tautologicamente um oximoro, decapitou as Forças Armadas e o aparelho judicial, que defendiam a laicidade, com a legalidade do voto, enquanto reislamizou o País, ao sabor da fé e a caminho da sharia.

10 de Junho, 2014 Carlos Esperança

História e Religião

Lúcifer a invenção de um nome!

 Até o século IV da era Cristã, o nome Lúcifer era um nome como outro qualquer e não tinha nada de diabólico.
 A prova mais eloquente disto é que houve, no século IV, um bispo católico chamado Lúcifer de Cagliari. Este Bispo brigou com o Papa, pois o Papa, para agradar ao imperador Constantino, estava voltando a aceitar a doutrina do Bispo Arius, segundo a qual Jesus seria uma criatura de Deus e não da mesma substância que Deus (negando a doutrina cristã da Trindade). A doutrina do Bispo de Arius já havia sido banida pelo Concílio de Nicéia.
 O Bispo Lúcifer de Cagliari foi muito agressivo em sua condenação ao Papa. De fato o conflito foi longo.
S. Jerônimo não gostava da intransigência nem das opiniões do   Bispo Lúcifer de Cagliari e seus seguidores. S. Jerônimo inclusive escreveu um livro criticando detalhadamente tais opiniões.
 Pouco depois, quando S. Jerônimo traduziu a Bíblia do Grego para o Latim, ao traduzir Isaías 14, S. Jerônimo traduziu "Estrela da Manhã" por Lúcifer (Lúcifer em Latim realmente quer dizer "Estrela da Manhã").
 Note que a expressão "Estrela da Manhã" é usada na Bíblia várias vezes para indicar Grandeza, Grandiosidade.
 Em Apocalipse, a expressão "Estrela da Manhã" é usada duas vezes para designar Jesus. Em Isaias 14, a expressão "Estrela da Manhã" é usada como adjetivo para o rei da Babilônia (um homem, não um espirito).
 Mas S. Jerônimo escolheu usar a palavra Lúcifer, como tradução de "Estrela da Manhã" neste único ponto: em Isaias 14,12.
 Em todos os outros pontos S. Jerônimo usou a expressão composta "Estrela da manhã", em Latim.
Por isso, todas as traduções da Bíblia baseadas na tradução de S. Jerônimo têm uma única ocorrência da palavra Lúcifer e é precisamente em Isaías 14.
 As Bíblias que não são baseadas na tradução de S. Jerônimo simplesmente não tem a palavra Lúcifer.
 Será que essa tradução forçosa foi para lembrar o Bispo Lúcifer de Cagliari? O certo é que pouco a pouco, o nome Lúcifer passou a ser o nome do anjo chefe de tal rebelião, principalmente no século V, início da Idade Média,

FONTE: ocultura.org.br
IMAGEM: Lúcifer Liege Luc Viatour.
Estátua de Lúcifer em mármore branco, por Guillaume Geefs (Catedral de St. Paul, Liège, Bélgica).

Lúcifer a invenção de um nome!

Até o século IV da era Cristã, o nome Lúcifer era um nome como outro qualquer e não tinha nada de diabólico.
A prova mais eloquente disto é que houve, no século IV, um bispo católico chamado Lúcifer de Cagliari. Este Bispo brigou com o Papa, pois o Papa, para agradar ao imperador Constantino, estava voltando a aceitar a doutrina do Bispo Arius, segundo a qual Jesus seria uma criatura de Deus e não da mesma substância que Deus (negando a doutrina cristã da Trindade). A doutrina do Bispo de Arius já havia sido banida pelo Concílio de Nicéia.
O Bispo Lúcifer de Cagliari foi muito agressivo em sua condenação ao Papa. De fato o conflito foi longo.
S. Jerônimo não gostava da intransigência nem das opiniões do Bispo Lúcifer de Cagliari e seus seguidores. S. Jerônimo inclusive escreveu um livro criticando detalhadamente tais opiniões.
Pouco depois, quando S. Jerônimo traduziu a Bíblia do Grego para o Latim, ao traduzir Isaías 14, S. Jerônimo traduziu “Estrela da Manhã” por Lúcifer (Lúcifer em Latim realmente quer dizer “Estrela da Manhã”).
Note que a expressão “Estrela da Manhã” é usada na Bíblia várias vezes para indicar Grandeza, Grandiosidade.
Em Apocalipse, a expressão “Estrela da Manhã” é usada duas vezes para designar Jesus. Em Isaias 14, a expressão “Estrela da Manhã” é usada como adjetivo para o rei da Babilônia (um homem, não um espirito).
Mas S. Jerônimo escolheu usar a palavra Lúcifer, como tradução de “Estrela da Manhã” neste único ponto: em Isaias 14,12.
Em todos os outros pontos S. Jerônimo usou a expressão composta “Estrela da manhã”, em Latim.
Por isso, todas as traduções da Bíblia baseadas na tradução de S. Jerônimo têm uma única ocorrência da palavra Lúcifer e é precisamente em Isaías 14.
As Bíblias que não são baseadas na tradução de S. Jerônimo simplesmente não tem a palavra Lúcifer.
Será que essa tradução forçosa foi para lembrar o Bispo Lúcifer de Cagliari? O certo é que pouco a pouco, o nome Lúcifer passou a ser o nome do anjo chefe de tal rebelião, principalmente no século V, início da Idade Média,

FONTE: ocultura.org.br
IMAGEM: Lúcifer Liege Luc Viatour.
Estátua de Lúcifer em mármore branco, por Guillaume Geefs (Catedral de St. Paul, Liège, Bélgica).

8 de Junho, 2014 Carlos Esperança

CARTA ABERTA AO COMANDANTE-GERAL DA GNR

Por

João Pedro Moura

Senhor tenente-general Manuel Couto, Comandante-Geral da Guarda Nacional Republicana

Conforme se lê na página da GNR, da Internet, o senhor comandante foi visitar o papa, ao Vaticano, em 6 de Junho de 2014, levando uma estátua duma tal “Nossa Senhora do Carmo”, “padroeira” da GNR, que o papa “abençoou”. Este último atributo, “padroeira”, decorre do documento “Beatam Maria Virginem”, dimanado pela Congregação Para o Culto Divino, no Vaticano, em 26 de fevereiro de 1986, com que o papa da época designou a tal “senhora” padroeira da GNR.

Ora, conforme a Constituição da República Portuguesa, no seu artigo 13º, ponto 2: “Ninguém pode ser privilegiado, beneficiado, prejudicado, privado de qualquer direito ou isento de qualquer dever em razão de ascendência, sexo, raça, língua, território de origem, religião, convicções políticas ou ideológicas, instrução, situação económica, condição social ou orientação sexual.”

Portanto, o Estado português é oficialmente laico, não professando, concomitantemente, uma religião.

Consequentemente, lanço aqui alguns quesitos:

1-    Com que propósito é que o sr. Manuel Couto teve o desplante de ir a Roma levar uma boneca estatual, a que chamam “Nossa Senhora do Carmo” para ser “abençoada “ pelo papa???!!!

2-    Em que parte da Lei Orgânica da GNR é que se enquadra a atividade focada acima???!!!

(Lei Orgânica da GNR: http://www.gnr.pt/documentos/Legislacao/LEI_ORGANICA.pdf)

3-    Quem é essa “Nossa Senhora do Carmo”? Quando nasceu, que obra relevante fez, quando morreu, e o que é que, tendo existido e feito obra relevante, em que é que isso concerne à GNR???!!!

4-    A boneca “NSC” foi “abençoada”, e parece ter sido este o propósito da visita do comandante da GNR. O que é uma “bênção” e em que é que isso concerne à GNR???!!!

5-    O que é que o sr. Comandante foi fazer a Roma, que não podia ter feito em Portugal???!!!

6-    O que é que uma organização, como a GNR, pertencente a um Estado que não professa religião, anda a fazer com uma “padroeira”, tornando a entidade policial afeta a uma religião???!!!

7-    O que é uma “padroeira” e o que faz essa “padroeira” à GNR???!!!

Posto isto, penso assentar firmemente as seguintes declarações:

– O sr. Manuel Couto, Comandante-Geral da GNR, foi a Roma, ao Vaticano, promover uma cerimónia infratora da laicidade portuguesa.

– O Comandante-Geral da GNR foi gastar, presumivelmente, dinheiros públicos numa cerimónia completamente fútil e inútil.

Notícia completa sobre o desaforo da GNR, aqui.

7 de Junho, 2014 Carlos Esperança

Como se arranja um milagre

Imagem de Nossa Senhora encontrada no oceano nas buscas pelo avião que sumiu!!!

Olhem o que foi encontrado no Oceano Índico, quando mergulhadores estavam procurando o avião! Saiu em todos os noticiários, fica ao critério de cada um que tem fé acreditar. Uma imagem da Virgem Maria mãe de Deus foi encontrada, não há explicação, aos seus pés havia pétalas de rosas, que certamente, pela lei da gravidade, deviam flutuar na água. A imagem é enorme; no video dá para ver que é, pelo menos, o dobro do tamanho de um homem). Se caiu de um barco, deveria ter-se partido; se estivesse lá há bastante tempo, certamente teria algas. A virgem está intacta.

7 de Junho, 2014 Carlos Esperança

O ridículo não mata a GNR

Vaticano Papa Francisco abençoou santa padroeira da GNR

O Papa Francisco abençoou, esta sexta-feira no Vaticano, uma imagem da Nossa Senhora do Carmo, padroeira da Guarda Nacional Republicana.
PAÍS Papa Francisco abençoou santa padroeira da GNR Reuters

A santa padroeira da GNR, Nossa Senhora do Carmo, foi hoje abençoada pelo Papa Francisco no Vaticano, revela a instituição portuguesa em comunicado.

Na mesma nota, a GNR relembra que em 1986 o Papa João Paulo II “designou a Nossa Senhora do Carmo como padroeira da Guarda” e que, em 2011, o então Sumo Pontífice Bento XVI, aproveitou, numa mensagem enviada à GNR, para valorizar “com vivo e grato apreço o serviço que diariamente [os militares da Guarda] prestam à nação”.