28 de maio de 1926
Há quem esqueça o período negro do salazarismo que oprimiu Portugal, quem denigra a primeira República para justificar a ditadura e deprecie a democracia para reabilitar o regime fascista que a precedeu.
São reacionários, oportunistas e trânsfugas para quem a história é um conjunto de factos que se deturpam ao sabor dos interesses e da sua ideologia.
Faz hoje 88 anos que um golpe militar, igual a outros que os militares tinham por hábito levar a cabo, sempre em defesa da ordem, do saneamento financeiro e da restauração da autoridade do Estado, deu origem a uma longa e sinistra ditadura.
Deixar que o tempo apague a memória e a amnésia absolva os crimes, é serviço que se presta às forças totalitárias que estão adormecidas e não foram erradicadas.
É preciso recordar o tempo em que o país, com 40% de analfabetismo, uma mortalidade infantil que envergonhava qualquer país europeu e uma esperança de vida diminuta, era apresentado como tendo a governá-lo um homem providencial.
O ensino primário que na primeira República se tornou obrigatório e tinha cinco anos de escolaridade foi reduzido a 4, para rapazes, e a 3, para meninas.
Mas foi a repressão e a miséria que fizeram do Estado Novo, o pseudónimo da ditadura, uma mancha indelével na história do séc. XX, em Portugal.
Prisões sem culpa formada, degredo, exílio, espancamentos, assassinatos e perseguições foram a chave do triunfo de uma obscura ditadura que excluiu Portugal do convívio das nações livres e prolongou o atraso que a monarquia legou.
O 28 de maio foi um acidente de percurso na história, a nódoa que manchou a honra do País e comprometeu o progresso de Portugal. Triste sina a nossa. Maldito esquecimento.
Começou aí o contubérnio entre a ditadura e a Igreja católica de que Salazar e Cerejeira viriam a ser os destacados e infames protagonistas.
Perfil de Autor
- Ex-Presidente da Direcção da Associação Ateísta Portuguesa
- Sócio fundador da Associação República e laicidade;
- Sócio da Associação 25 de Abril
- Vice-Presidente da Direcção da Delegação Centro da A25A;
- Sócio dos Bombeiros Voluntários de Almeida
- Blogger:
- Diário Ateísta http://www.ateismo.net/
- Ponte Europa http://ponteeuropa.blogspot.com/
- Sorumbático http://sorumbatico.blogspot.com/
- Avenida da Liberdade http://avenidadaliberdade.org/home#
- Colaborador do Jornal do Fundão;
- Colunista do mensário de Almeida «Praça Alta»
- Colunista do semanário «O Despertar» - Coimbra:
- Autor do livro «Pedras Soltas» e de diversos textos em jornais, revistas, brochuras e catálogos;
- Sócio N.º 1177 da Associação Portuguesa de Escritores
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