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  • 8 de Maio, 2014
  • Por Carlos Esperança
  • Islamismo

A demência, o crime e o manual terrorista

Não bastam os horrores de que um homem é capaz, por si só. A crueldade pode sempre ser superada, em nome de um Deus criado na Idade do Bronze, por homens que rejeitam sair da Idade da Pedra.

Em 14 de abril, o devoto troglodita, Abubakar Shekau, líder do grupo Boko Haram, que significa “a educação ocidental é pecado”, ansioso por criar um Estado islâmico no Norte da Nigéria, sequestrou 223 meninas que ameaça casar à força e vender como escravas.

O piedoso terrorista matou mais de 1500 pessoas em ataques a escolas, igrejas e contra símbolos do Estado e das Forças Armadas. A violência e a morte, em nome de Maomé, o misericordioso, não param. O Profeta, ideólogo analfabeto, não gosta de saber que as meninas possam ser escolarizadas. É uma abominação. Mulheres não podem desafiar as tradições tribais e misóginas. Abubakar Shekau defende a vontade de Deus e do Profeta.

Na Nigéria trava-se uma luta sem tréguas entre o protestantismo evangélico que, não sendo especialmente recomendável, está nos antípodas da barbárie de que o islamismo é capaz àquela latitude.

As jovens destinam-se a ser vendidas no mercado do matrimónio e seviciadas a mando dos raptores. A escravatura é a pena para mulheres que querem libertar-se da ignorância e, quiçá, pôr em risco a fé. E o grupo terrorista não parou de raptar raparigas.

Quando o terrorismo é uma manifestação pia, só a repressão sobre os pregadores lhes pode pôr cobro. Hoje, um bom muçulmano não pensa que é criminoso tal como sucedia com um bom cristão dedicado à nobreza da Inquisição, à evangelização dos índios ou às Cruzadas. Quem os convenceria de que a fogueira não era purificadora e a tortura um bom método para descobrir hereges, judeus e bruxas?

À semelhança do álcool, que passou de atenuante a agravante, em acidentes rodoviários, também a motivação religiosa do terrorismo deve sofrer a mesma evolução.

Se nós, os herdeiros do Iluminismo e da Revolução Francesa, graças à repressão política sobre o clero, pudemos erradicar as fogueiras e a tortura, também os mullahs e aiatolas podem ser obrigados a prescindir da sujeição a Maomé e ao manual terrorista Alcorão.

Estes horrores, contra as mulheres, é que não podem perpetuar-se.

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- Autor do livro «Pedras Soltas» e de diversos textos em jornais, revistas, brochuras e catálogos;

- Sócio N.º 1177 da Associação Portuguesa de Escritores

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