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  • 31 de Dezembro, 2013
  • Por Carlos Esperança
  • Catolicismo

Momento zen de segunda_30-12-2014

João César das Neves (JCN), saprófita do episcopado, funâmbulo do Vaticano e devoto contumaz de todos os pontífices, andou desorientado com o atual, sem saber se o devia adular na homilia de segunda, no DN.

Saído de longa confissão, com joelhos doridos e síndrome de privação da hóstia, teve de cumprir a expiação adrede decidida pelo confessor – dizer bem de Francisco –, dar o seu testemunho de regozijo pela escolha do Espírito Santo, o da Trindade, e mostrar o júbilo público, para evangelizar réprobos, sem aliviar o cilício.

No exórdio da homilia que lhe serve de refrigério – “O furacão Bergoglio” –, afirma que “Todos gostam do Papa Francisco”, que, com ele, aconteceu “uma lufada de ar fresco, não só na Igreja mas em todo o mundo”, distraído de que há mais Igrejas e mais mundo, além do romano, e que no Iémen ou na Arábia Saudita nem uma brisa soprou.

JCN está para a penitência como o Governo para a troika, quer ir sempre além. Por isso, criou este mimo de retórica para a antologia da parenética: “A novidade foi inesperada, apesar de acontecer repetidamente nos pontificados anteriores». Não referiu antipapas, não evocou os Bórgias, mas até Pio IX citou, o papa mais reacionário do século XIX, o criador dos dogmas da Imaculada e da Infalibilidade.

JCN disse ainda que “Bento XVI se revelou caloroso, mediático, comovente” e que com Francisco a lufada de ar fresco se tornou um furacão. “Neste caso, é mesmo justificada a paixão e o encanto (como nos casos anteriores)” [sic]. As piruetas a que é obrigado para cumprir a expiação! E vai avisando que “O consenso à sua volta [do Papa] sofre de um cisma fundamental, ainda oculto”.

Vê-se que teme discordâncias com o ultraliberalismo da madraça da Palma de Cima, em Lisboa, onde leciona. Teme “que o fascínio inicial se venha a transformar em críticas, zangas e perseguições dos que apoiaram o novo Papa sem ser realmente suas ovelhas”.

E, sábio, adverte que “o maior equívoco está em achar a Igreja obsoleta…”. “A Igreja sempre precisa de reforma, por estar abaixo do ideal transcendente. Mas essa reforma é feita com os olhos no Céu, não nas conveniências do momento. A sua missão é converter o mundo, não ser aceite por ele”.

JCN cumpriu a penitência mas vê-se que se assusta com os ventos e teme a pneumonia.

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