Por
Teresa Amorim
Em França, as pessoas começam a receber formação sobre República, laicidade, Direitos do Homem, da Mulher e da Criança desde a mais tenra idade. Existe um programa de ensino muito bem estruturado e adequado a cada ciclo de estudos. Em Portugal não temos nada disto…
Em França, as pessoas estão preparadas para compreender o conteúdo da carta, em Portugal, infelizmente, não. A carta até pode vir a ser afixada, mas os visados não estão preparados para assimilar o seu conteúdo e tudo o que vamos conseguir é armar barafunda, mais uma vez, com os acólitos da Igreja.
Na minha opinião, o que devemos fazer, é começar a actuar discretamente para pôr a funcionar um programa nas escolas Portuguesas à semelhança do que é feito em França. Proponho mesmo a criação de um grupo de trabalho para pôr em marcha a elaboração de conteúdos e estudo de implementação. Estou disposta a iniciá-lo já e, como tal, gostaria de saber com quem posso contar.
Tenho em minha posse os conteúdos que são fornecidos em França e conheço o método com que são aplicados. (…)
Parece-me mais importante Trabalhar para implementar com solidez Pérolas do que andar a ‘Deitar Pérolas a Porcos’. Afixar essa carta, assim sem mais nada, em Portugal, é deitar pérolas a porcos…
(…)
a) Teresa Amorim.
Tribunal egípcio ilegaliza Irmandade Muçulmana
Partido islamita que apoia o Presidente egípcio deposto Mohamed Mursi acaba de ser banido por decisão judicial.
Todas as atividades do partido islamita Irmandade Muçulmana foram ilegalizadas no Egito
As atividades da Irmandade Muçulmana foram hoje totalmente banidas no país por um tribunal egípcio, que assim intensifica a campanha para debilitar o partido islamita que apoia o Presidente Mohamed Morsi.
O ataque ao shopping Westgate, em Nairóbi, é a ação mais ousada e visível do grupo somali Al Shabab (“A Juventude”), afiliado à Al Qaeda. Até agora, estão confirmados 59 mortos e 175 feridos, e o grupo ainda mantém um número incerto de reféns sob seu poder.
Logo após o ataque em Nairóbi, eles publicaram mensagens no Twitter como “o que os quenianos estão testemunhando é justiça por crimes cometidos pelo Exército”. Tropas do Quênia estão no sul da Somália desde 2011, dando apoio aos principais opositores da Al Shabab na região.
O papa Francisco destituiu neste sábado um bispo peruano acusado de abusar sexualmente de crianças. Segundo o prelado aposentado Luis Bambarén, o bispo Gabino Miranda, de 53 anos, foi destituído como parte da nova política de “tolerância zero” do papa.
Miranda liderou a comissão de juventude da Igreja Católico no Peru e era um aliado próximo do atual prelado do país, o arcebispo Juan Cipriani. Ambos são membros da organização conservadora Opus Dei.
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A Opus Dei emitiu um comunicado afirmando que Miranda “nega qualquer crime relacionado com menores”, mas diz que tem muito pouca informação sobre o assunto. O paradeiro de Miranda é desconhecido. Fonte: Associated Press.
Sob o título, «Numa semana papa provoca igreja católica», o jornalista Helder Robalo, publica hoje, dia 22, no DN, um trabalho que preenche a página 24, com 3 perguntas a cada um dos entrevistados:
– Carlos Esperança, em nome da AAP;
– Francisco Ferreira, ambientalista da Quercus;
– Manuel Lemos, presidente da União das Misericórdias;
– Maria João Sande Lemos, Movimento Nós Somos Igreja;
– João Teixeira Lopes, sociólogo.
As respostas, a seguir à identificação, com fotos, referiam-se às seguintes perguntas:
1 – Sabe o dia do seu batismo?
2 – Faz sentido celebrar o dia do seu batizado?
3 – O batismo ainda é uma questão de fé religiosa ou um ato mais social?
Curiosamente o que menos sabe de religião católica, a avaliar pela resposta que vou referir, é o presidente da União das Misericórdias, um organismo da ICAR.
À 3.ª pergunta respondeu: «É preciso ter em conta que há 50 anos, por exemplo, a mortalidade infantil era muito elevada. E as pessoas eram pressionadas socialmente para que, se lhes acontecesse alguma coisa, poderem ao menos aceder ao limbo».
O pio presidente da União das Misericórdias desconhece que, segundo a fantasia da sua Igreja, o batismo é um passaporte para o Paraíso (desde que, como é o caso das crianças de tenra idade, não cometessem «pecados mortais».
Já nem os católicos sabem o que a sua Igreja quer.
Nesta manhã de domingo, um atentado suicida contra a Igreja de Todos os Santos de Peshawar, a capital de la província paquistanesa de Khyber Pakhtunkhwa, causou pelo menos 78 mortos e uma centena de feridos, entre os cristãos que saíam da missa.
Que raiva é essa dos muçulmanos, como outrora a dos cristãos, e, ainda hoje, a de várias Igrejas contra crentes de Igrejas concorrentes? Que loucura dos livros sagrados, pregada nas madraças e mesquitas, pode levar um crente alienado pela fé, ávido de virgens e de mel, a imolar-se, deixando atrás de si um rasto sangrento de morte?
Que constrangimentos sociais, que demência coletiva, que ódio atávico faz de um crente um assassino e de um homem uma fera?
Maldita fé que perpetuam manuais terroristas, herdados da Idade do Bronze. Para além do ódio que semeiam servem de veículo a jogos geoestratégicos e à cobiça do petróleo. E não faltam delinquentes capazes de morrer e matar em nome de um ser imaginário, na alienação mística que só a crença transmite.
Raios os partam.
Por mais que procuremos compreender o atraso e a demência, não há capacidade para aceitar até onde pode levar a degradação moral ao serviço da religião.
A degradação moral e a exaltação da fé
A luta contra os demónios da Igreja católica é, para ela, uma questão de sobrevivência. Já a peleja contra o Diabo – o relançamento da terapêutica dos exorcismos – é um ato anacrónico que alimenta a superstição e o medo.
A procura da santidade, entendida como o aperfeiçoamento que o género humano deve prosseguir, independentemente das crenças, descrenças e anticrenças, é um dever moral a que todos os homens e mulheres estão obrigados. A atribuição de um título de santo/a – uma promoção canónica de um defunto antigo –, a quem se adjudicam dois milagres, é um gesto grotesco, não isento de interesses financeiros e políticos, que contribui para o embrutecimento dos povos.
Não se pode chegar à modernidade, em alguns aspetos, e ficar na Idade Média, noutros.
A diabolização da ciência custou à Igreja católica o descrédito. O ridículo conduziu-a ao desprezo pela maioria dos intelectuais e cientistas. A insistência na superstição aliena o respeito de quem pensa e a compreensão dos que duvidam de seres hipotéticos.
O medo que durante séculos foi o instrumento da fanatização, tem de dar lugar à alegria e à esperança de que os povos carecem, quer no cristianismo, em geral, quer no Islão, em particular.
Mas quem é um ateu para dar sugestões às multinacionais da fé, sobretudo ao islamismo atual, que se transformou em assumido fascismo belicista?
O Diário de uns ateus é o blogue de uma comunidade de ateus e ateias portugueses fundadores da Associação Ateísta Portuguesa. O primeiro domínio foi o ateismo.net, que deu origem ao Diário Ateísta, um dos primeiros blogues portugueses. Hoje, este é um espaço de divulgação de opinião e comentário pessoal daqueles que aqui colaboram. Todos os textos publicados neste espaço são da exclusiva responsabilidade dos autores e não representam necessariamente as posições da Associação Ateísta Portuguesa.