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Mês: Julho 2013

14 de Julho, 2013 José Moreira

De vez em quando…

De vez em quando, e surpreendentemente, dos lados da ICAR vão surgindo vozes com intervalos lúcidos, a confirmar que notícia não é um cão morder um homem, e sim o contrário, o homem morder o cão.

Da pena do insuspeito cónego Riu Osório, pio plumitivo do periódico de inspiração católica “Jornal de Notícias”, saiu o pedaço de prosa que abaixo transcrevo, e cujos comentários deixo ao sabor dos que tiverem a pachorra de me ler.

Ei-lo, em cuidadoso “copy/paste”, tal como foi publicado hoje, dia 14 de Julho de 2013, ano da Era Comum:

 

Notas marginais sobre a primeira missa do novo patriarca de Lisboa, na igreja dos Jerónimos.

Com menos pompa, bastaria a circunstância da beleza para que a simplicidade fosse verdadeiramente pedagógica e catequética.

Se a RTP tem obrigações de serviço público, então deve cuidar a sua agenda, não vá falhar na cobertura em direto quando outro bispo, noutra qualquer das 20 dioceses portuguesas, celebrar a sua primeira missa, para se apresentar aos seus diocesanos.

A que título participaram, em Lisboa, os presidentes da República e do Parlamento, o primeiro-ministro e outros ministros?

Nunca é de mais dizer que não há uma Igreja Católica portuguesa e o patriarca de Lisboa nunca foi nem é o “chefe” da Igreja em Portugal.

Se os titulares dos poderes temporais desconhecem a natureza da Igreja Católica, bem como a sua imagem e a sua mensagem, então cabe à própria Igreja recusar, com bons modos, cumplicidades e equívocos.

14 de Julho, 2013 David Ferreira

Hóstia dominical – IV

Debater religião com um crente devoto e caprichoso é como bater com a cabeça
contra um rochedo. Não se consegue mover subitamente com o mecanismo da lucidez o que a
ausência dela moldou e arraigou durante um longo período de tempo.

14 de Julho, 2013 Carlos Esperança

A frase do dia de ontem e a nora do Sr. Carlos

“O mundo espera o nascimento do/a filho/a dos príncipes ingleses, o futuro rei ou rainha de Inglaterra” (TVI – Noticiário das 20H00).

Decididamente, os restaurantes querem, apesar da crise, que eu não apareça. A televisão está invariavelmente ligada. Eu abomino a televisão, em geral, e a TVI, em particular, e não há volta a dar-lhe.

A D. Judite dissertou largamente sobre a atraente mulher do neto da rainha de Inglaterra e acerca da sua prenhez. Deduzi que o príncipe fez um filho pelo método artesanal de há milhares de anos. Até eu lho faria, se o meu monoteísmo e a vontade da rapariga não o impedissem, apesar da provecta idade que já levo.

Pensar que o mundo está suspenso do género da cria, da data do nascimento e do nome, sobre o qual se fazem apostas, é um assunto de casino e não uma preocupação global. A D. Judite é excessiva. O único gozo é saber que será líder do anglicanismo sem reclamar a interferência do espírito Santo e do Opus Dei.

Suportei heroicamente a ansiedade que grassava no restaurante enquanto devorei a sopa e me atirei ao naco de picanha. Engoli a bica, enquanto pagava, e evitei que a D. Judite me envenenasse com mais notícias que deixam o mundo parado. Bastam os problemas do país para me desinteressar da frequência, duração e intensidade com que o príncipe logrou emprenhar a deliciosa jovem que a via uterina fez princesa.

Há mais mundo para além da cria que a nora do Sr. Carlos traz no ventre.

12 de Julho, 2013 Carlos Esperança

Humor ou talvez não

Um muçulmano entra num táxi.

Uma vez sentado, pede ao taxista para desligar o rádio, porque não quer ouvir música, como decretado na sua religião, e porque no tempo do profeta não havia música, especialmente música ocidental, que é música dos infiéis.

O motorista do táxi educadamente desliga o rádio, sai do carro
dirige-se à porta do lado do cliente e abre-a.
O árabe pergunta: – “O que você está a fazer?

Resposta do taxista: – “No tempo do profeta não havia táxis, por isso saia e espere pelo próximo camelo”

Isto aconteceu na cidade inglesa de Manchester…..

12 de Julho, 2013 Carlos Esperança

Lido na Wikipédia sobre um santo em curso

Outro facto importante é que em 1962 o papa João XXIII enviou uma carta a todos os bispos católicos em que indicava expressamente que as investigações de atos de abusos sobre menores dentro da Igreja deveriam ser mantidas em segredo. As vítimas, no entanto, não estavam abrangidas por essa ordem. É de se ressaltar que nem essa carta nem o código de direito canônico sugeriam aos bispos que deixassem de informar os casos às autoridades.

12 de Julho, 2013 Carlos Esperança

O perigo dos Irmãos Muçulmanos

O Islão não é um problema religioso, é uma questão política e, em última instância, um caso de polícia.

No pântano da fé, cujo primarismo dos 5 pilares atrai cada vez mais seguidores, há uma força – os Irmãos Muçulmanos – que se vem impondo politicamente em vários países, do Egito, onde são a causa do caos e também vítimas, até à Turquia, que a Europa e os EUA tratam com estranha benevolência.

A Europa pagou com imenso sangue a demência da fé e a origem divina do poder. Só a partir da sangrenta Guerra dos 30 Anos conseguiu libertar-se da crença imposta à força. E só a na década de 60 do século passado o Concílio Vaticano II acabou por reconhecer a liberdade religiosa pela Igreja católica, liberdade que Bento XVI nunca digeriu.

Enquanto a Declaração Universal dos Direitos Humanos não se sobrepuser à vontade de qualquer Deus, não há liberdade e felicidade a que algum homem, e sobretudo mulher, possa aspirar.

Reitero que o Islão é um caso político e como tal deve ser tratado. Não é impedindo os crentes de rezarem cinco orações diárias, de se virarem para Meca ou de viajarem com o tapete, que se resolve o problema. É reprimindo os pregadores do ódio nas madraças e nas mesquitas e, sobretudo, entravando a imposição, a quem não queira, de fazer jejum ou de prescindir do presunto e da cerveja.

O argumento da tradição é uma monstruosidade que justifica as piores afrontas.

11 de Julho, 2013 José Moreira

Madre Teresa

Já se falava que Madre Teresa não era o que aparentava ser. Agora, parece que as suspeitas se confirmam, pelo menos de acordo com resultados de investigações levadas a cabo e que, ao que parece, ainda não foram contrariados.

11 de Julho, 2013 José Moreira

O Francisco na tertúlia

Desta vez, a nossa tertúlia mensal só tinha quatro tertulianos, fosse devido a férias, fosse devido a outras razões sendo certo, porém, que entre quatro é mais fácil manter uma conversa do que entre dez ou doze. E a conversa ia decorrendo calmamente, ao compasso das mastigações e deglutições quando, sem que eu me tenha apercebido bem como e porquê, o papa Francisco aparece na mesa, convocado por um companheiro de anteriores lides e actuais lazeres. Que, sim senhores, era, talvez, o melhor papa dos últimos anos, estava a fazer uma limpeza nunca vista no Vaticano, e com tal entusiasmo falava o Alfredo, que me senti na obrigação de o moderar um pouco, não fosse o músculo cardíaco ressentir-se, calma, Fredo, olha que o homem está sujeito a seguir o caminho de João Paulo I, no que fui secundado pelo companheiro à minha direita, ex-seminarista convicto e anti-clerical assumido, está bem, voltava o Fredo, mas olha que é preciso tê-los no sítio, o entusiasmo não acalmava, olha que foi o único que foi a Lampedusa…

– Fazer o quê? – não me contive.

– Olha, pá, foi dar apoio àqueles desgraçados…

Interrompi-o novamente:

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– Resolveu-lhes algum problema?

– Não mas, pelo menos, alertou o mundo…

– Porquê, o mundo não sabe o que se passa? Achas que a visita do Francisco vai resolver o problema da fome nos países africanos? Não vai, nem isso convém, porque quando deixasse de haver fome no mundo, a ICAR fechava por falta de clientela..

A meu lado, o ex-seminarista abanava afirmativamente a cabeça, impedido de falar pela educação,  não se fala com a boca cheia.

Já com o entusiasmo mitigado, Alfredo ainda insistiu:

– Pois, mas pelo menos foi lá, os outros não foram.

– Está bem, mas foi lá fazer alguma coisa de jeito? Se não foi lá fazer o quê?

Decidi abarbatar-me ao entusiasmo que o Fredo ia dispensando:

– O que o papa fez foi a mesma coisa que fazem milhares de crentes quando rezam: nada! O papa não fez nada, para além da promoção pessoal. Continuará a haver, todos os dias, desgraçados que chegarão a Lampeduza, e não só. Há tempos, numa excursão a Marrocos, ainda em Ceuta, foi encontrado um marroquino sabes onde? Pois num curto espaço existente no motor. O problema dos desgraçados que vão chegando, e não nos esqueçamos dos que se ficam pelas águas, não é religioso, é político. Aliás, duvido de que a religião alguma vez tenha resolvido outros problemas que não os seus; mas conheço muitos problemas criados pelas mesmas religiões.

O Fredo não contra-argumentou, e não sei se foi por não ter argumentos, se achou que nem valia a pena passar-me cartão, ou se também estava com a boca cheia.

Francisco acabou por sair como tinha entrado.