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Mês: Junho 2013

21 de Junho, 2013 Carlos Esperança

A Irmandade Muçulmana é o rastilho de um confronto (Matem os judeus)

 

 

 

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A Irmandade Muçulmana não é, na aparência, diferente da Cáritas ou da Conferência de S. Vicente de Paula mas, na realidade, é um instrumento do proselitismo islâmico com uma agenda de domínio à escala mundial.

Não significa que as Igrejas cristãs não tenham igual intenção, mas falta-lhes a violência que o Islão conserva e o apoio das ditaduras que em terras de Maomé assumem a forma de teocracias.

A Europa e os EUA têm uma notável tendência para a asneira e uma cobarde tolerância com o desrespeito dos direitos humanos, quando praticados sob os auspícios da religião. A decapitação por heresia, a lapidação por adultério, as vergastadas por tradição pia, em praças públicas, ou a excisão do clitóris em meninas, passam por hábitos culturais que o contexto islâmico em que ocorrem torna tolerável.

Desde que Ergodan tomou o poder, de forma democrática – diga-se –, que o processo de reislamização da Turquia não parou. É o «irmão muçulmano» alcunhado de moderado, um ditador que a União Europeia e os EUA protegeram, desconhecendo o massacre dos curdos, a repressão interna e a progressiva islamização do poder.

Agora é o Egito que se destaca pela sua dimensão territorial, estratégica e populacional no xadrez da geopolítica mundial. «O presidente egípcio Mohamed Morsi nomeou em 17 de junho de 2013, 17 de los 27 governadores do país e aumentou para 11 o número de membros da Irmandade Muçulmana que ocupam esse cargo» (Voltairenet.org ).

E lê-se mais neste sítio: «Entre os agora promovidos pelo presidente Morsi encontra-se o líder do Partido da Construção e Desenvolvimento, Adel al-Khayyat, o qual se torna governador de Luxor apesar de ter sido um dos organizadores do massacre que custou a vida a 62 pessoas, em 17 de novembro de 1997, precisamente em Luxor.

Enquanto se troca a ética por petróleo e o bem-estar por complacência com o crime, não há segurança para as democracias ou respeito pelos direitos humanos pelos facínoras da fé.

21 de Junho, 2013 Carlos Esperança

Os 100 dias de Francisco paramentado de Papa

O Vaticano tem no perdão um ramo importante dos seus negócios. Desde que não seja dinheiro, tudo é passível de absolvição.

Francisco disse o que não devia, que no Vaticano havia orgias e corrupção, um segredo de polichinelo que nenhum papa ousou denunciar. Por maior que seja a intimidade com Deus, nenhum tem pressa no encontro e, embora ganhem a vida a anunciar que há mais vida para além da morte, comportam-se como o mais empedernido dos ateus, desejando conservar a única em que creem, até ao limite do possível e do consentimento da Cúria.

Francisco não é inocente, tem várias décadas de jesuíta e sabe do que foram capazes os frades da sua ordem antes de ser extinta. Sabe como as comidas e bebidas são perigosas com condimentos.

Foi mais rápido a fazer denúncias do que a pôr cobro aos desmandos. Talvez por isso se tenha aguentado com a cabeça presa ao tronco, mas deve pensar que, quando mandar averiguar as contas do Vaticano, vai ferir suscetibilidades. E terá o dilema, fazer do IOR um banco respeitável, e antecipar o Paraíso celeste, ou deixar as coisas como estão e ter uma velhice feliz.

21 de Junho, 2013 Carlos Esperança

O papa faz humor com o perigo que corre

Durante a visita da delegação venezuelana ao Vaticano, o membro da comitiva, Carmen Melendez, almirante da Marinha de Guerra, pediu ao Papa autorização para lhe beijar o anel. Enquanto decorria o ato de subserviência, o Papa pediu-lhe: «reze por mim, mas reze a favor e não contra».

Claro que foi um ato de humor, mas o Papa Francisco sabe que quem crê nas orações é bem capaz de rezar contra!

21 de Junho, 2013 Carlos Esperança

O dinheiro resolve tudo

STJ confirma anulação de casamento religioso decretada pelo Vaticano

Homem acusou mulher de pedofilia, e Igreja Católica concedeu anulação.

Acordo entre Brasil e Vaticano prevê que casamento tem efeitos civis.

O Superior Tribunal de Justiça (STJ) confirmou a anulação de um casamento religioso decretada pelo Vaticano, segundo informou nesta quarta-feira (19) a assessoria do tribunal.
O STJ analisou o caso porque um acordo de 2010 entre o Brasil e a Santa Sé prevê que casamento celebrado na Igreja produza efeitos civis.

Comentário: Não há de ter saído barata a anulação do casamento pelo Vaticano mas restam duas perplexidades:

1 – A ausência de laicidade do estado brasileiro que reconhece as decisões de uma teocracia corrupta;

2 – O facto de a pedofilia de uma mulher ser motivo de anulação de casamento (o divórcio é inaceitável para a ICAR) e a pedofilia de um padre ser um assunto a esconder.
Ateos gratia!

20 de Junho, 2013 Carlos Esperança

Vaticano reconhece segundo milagre de João Paulo II

«Em abril, os médicos do Vaticano reconheceram a cura inexplicável de uma mulher.»

Julgava-se que, com o papa Francisco, chegara ao Vaticano uma pessoa normal, que não podendo evitar o lóbi gay e a corrupção que o aguardavam, poderia ainda suspender os milagres já preparados para a indústria da santidade.

É um truísmo banal afirmar que «o que pode ser afirmado sem provas, pode igualmente negar-se sem provas», mas surpreende que no século atual ainda se inventem milagres para alimentar o comércio da fé.

Quando «a cura inexplicável de uma mulher» se transforma em milagre e se descobre logo o autor, há uma boa dose de superstição ou uma deliberada encenação do embuste.

Esqueçamos o Papa que perseguiu os teólogos da libertação, que os reduziu ao silêncio e que deixou à solta a Opus Dei, o negócio dos milagres e o encobrimento dos casos de pedofilia. Fica ainda a cumplicidade com Reagan e a proteção a Pinochet, cujos crimes silenciou ao contrário dos esforços para lhe evitar o julgamento. Não houve ditador sul-americano católico que não tivesse a sua bênção e ações contra o comunismo que não tivessem a sua subvenção pia sem escrúpulos sobre a origem do dinheiro.

A proteção ao arcebispo Marcinkus, cuja extradição impediu, para evitar o julgamento e a condenação que esclareceria a lavagem de dinheiro no Vaticano e a falência do banco Ambrosiano, era suficiente para manchar o pontificado de João Paulo II.

Quem protegeu os mais reacionários movimentos católicos, Opus Dei, Legionários de Cristo e Comunhão e Libertação, grandes contribuintes dos cofres do Vaticano, todos envolvidos em escândalos à escala planetária, apenas porque lutou contra o comunismo, não merece que lhe adjudiquem um milagre para o colocarem nas peanhas das igrejas e nos santinhos que distribuem pelos garotos do Terceiro Mundo.

Afinal, o Papa Francisco apenas continua o negócio por outros meios.  A santidade é o estado civil e a profissão do velho celibatário, à semelhança dos seus antecessores.

20 de Junho, 2013 Carlos Esperança

Mistérios do Vaticano

O Ministério Público de Savona estaria promovendo uma investigação há dois anos sobre orgias e abusos sexuais envolvendo jovens menores dentro do Vaticano. A afirmação é da associação L’Abuso, entidade fundada por Francesco Zanardi, que se diz vítima de abusos sexuais cometidos por clérigos importantes do Vaticano na década de 90.

Os crimes teriam sido denunciados no “Vatileaks” e teriam causado a renúncia de Bento XVI no início do ano. Zanardi afirma que a]manteve encontros regulares, com padres, bispos, cardeais e jovens menores dentro do Vaticano.

 

19 de Junho, 2013 Ludwig Krippahl

A (in)compatibilidade.

O Alfredo Dinis e a Palmira Silva debateram, no Contraditório, a compatibilidade entre ciência e religião (1). O Alfredo defendeu que são compatíveis, a Palmira defendeu o contrário. Como já escrevi aqui várias vezes, estou do lado da Palmira nisto. No entanto, não me parece que a Palmira tenha argumentado bem em suporte desta tese e, por isso, não resisto meter o bedelho. Vou só despachar o Alfredo primeiro.

O Alfredo defende que a ciência e a religião, em que “religião” quer dizer a dele, parecem ser incompatíveis apenas porque muitos interpretam mal os livros religiosos, em que “livros religiosos” quer dizer a Bíblia. Interpretando a Bíblia correctamente, em que “correctamente” é como o Alfredo diz interpretá-la, já fica tudo resolvido. Assim, o Alfredo pode dizer que «Nunca senti que o conhecimento científico abalasse a minha crença em Deus». Mas a questão não é se é possível definir e redefinir as crenças religiosas de forma a evitar contradições com o conhecimento científico. A questão é se a ciência é compatível com a religião. Inadvertidamente, o Alfredo demonstra que não: «A religião representa a recusa de acreditar que a vida humana não tem qualquer importância num universo que teria surgido por acaso e onde a Humanidade teria aparecido igualmente por mero acaso.» Esse cliché de ser preciso acreditar num deus para dar valor à vida é um disparate que, espero, já não exige refutação. Mas, à parte disto, o Alfredo afirma que a religião exige “a recusa de acreditar” em certas hipóteses. Categoricamente, e sejam quais forem as evidências que possamos vir a ter, o religioso recusa acreditar, por exemplo, na hipótese de não existirem deuses. Esta rejeição categórica de uma hipótese é incompatível com a ciência. QED.

A Palmira foca os conflitos históricos entre ciência e religião, dá exemplos interessantes e não diz nada que me pareça errado. No entanto, falha o fundamental. Afirmações como «a religião assenta na fé […] e a ciência em factos» ou «todas as “verdades” religiosas nas respectivas áreas de estudo foram refutadas cientificamente» enfraquecem o argumento porque não são consensuais. O crente dirá que há factos religiosos e factos científicos e que as verdades mais importantes da religião são inatacáveis. É verdade que isto exige usar os termos de forma subtilmente diferente, mas primeiro que se deslinde o que se quer dizer com “factos”, “verdade” e “científico” atolamos num lamaçal de desculpas onde é quase impossível progredir. Já lá estive; sei como é. Afirmar que a ciência assenta «no método científico» também adianta de pouco e até ajuda a ideia, falsa, de que a ciência é um jogo que se pode jogar num canto sem interferir com a religião que se joga no outro. Eu proponho uma abordagem diferente.

Por um momento, deixemos de parte a conversa da ciência e da religião. Em vez disso, vamos considerar um objectivo simples: quero que a minha concepção da realidade corresponda, o melhor possível, ao que a realidade é. Ou, parafraseando um professor de filosofia que tive, ninguém gosta de ser enganado*. Se é isto que quero, então o ponto de partida em qualquer questão acerca da realidade não pode ser acreditar, ter fé, desejar ou recusar alguma hipótese. Isso iria subordinar a resposta a um preconceito, precisamente o contrário do objectivo inicial. Se quero moldar, tanto quanto possa, as minhas ideias à realidade tenho de começar sempre por “não sei”. No ponto de partida tenho de ter as opções em aberto e só depois, com informação que o justifique, posso seleccionar entre as várias alternativas.

Isto, feito com afinco, é ciência. Se não sei a resposta tenho de considerar várias hipóteses. Como não sei, à partida, qual delas é a correcta tenho de encontrar forma de as testar, de as confrontar umas com as outras e de confrontar todas com a informação que obtenha acerca do que quero saber. Mesmo que uma hipótese sobressaia como claramente melhor do que as outras, tenho de manter em aberto a possibilidade de mudar de ideias por encontrar dados que a contradigam ou me ocorrer outra hipótese ainda melhor. Também tenho de estar sempre atento aos erros e garantir que a justificação para optar por uma hipótese em detrimento das outras não depende de crenças ou preferências pessoais. É isto, grosso modo, a que chamamos ciência.

A religião não é incompatível com a ciência no sentido de um cientista não poder ser crente. É possível abordar uns problemas com fé e outros com vontade de saber. Também não é incompatível no sentido dos produtos de uma serem forçosamente inconsistentes com os produtos da outra. Como o Alfredo explica, pode-se sempre reinventar os relatos religiosos de forma a resolver esse problema. Não se vê o escaravelho gigante que rebola o Sol pelo céu? Pois claro que não se vê. É um escaravelho invisível. Amén. A religião é incompatível com a ciência porque o objectivo e o ponto de partida são diferentes. O objectivo da fé religiosa não é mudar de ideias conforme as evidências. É agarrar um dogma com toda a força e nunca o largar. Por isso, o ponto de partida da religião não pode ser “não sei”. Pela fé o crente tenta convencer-se de que já sabe o mais importante. Não há consenso entre os crentes acerca do que isso seja. Pode ser o que está no Korão ou no Novo Testamento, pode ser lido à letra ou como metáfora, pode ser um deus ou vários. Mas, seja como for, o ponto de partida de cada religião são os dogmas que a fundamentam e o seu objectivo é nunca abdicar deles. É isto que é incompatível com a ciência.

* A disciplina era Filosofia Contemporânea mas a matéria que ele deu foi só sobre Kierkegaard, um teólogo protestante do século XIX. Daí que a coisa que mais vivamente me lembro dele foi dizer que ninguém gosta de ser enganado…

1- Contraditório, É possível conciliar ciência e religião?

Em simultâneo no Que Treta!

19 de Junho, 2013 Carlos Esperança

Irão – a vitória de um muçulmano «moderado»

Irão – O fantasma que persegue Rohani (Dn, hoje, pág. 25»

O novo presidente do Irão, o muçulmano «moderado», Hassan Rohani, há de recordar toda a vida o suicídio do filho mais velho, de 20 anos, em 1992, por causa da carta que ele lhe deixou.

A carta foi publicada no jornal «Al-Sharq al-Awsat», sediado em Londres e propriedade do exilado iraniano e comentador político Ali Reza Nori. Dizia o filho de Rohani:

«Odeio o seu governo, as suas mentiras, a sua corrupção, a sua religião, as suas duas caras, a sua hipocrisia».
(…)
«Tenho vergonha de viver num ambiente em que sou forçado a mentir aos meus amigos diariamente, a dizer-lhe que o meu pai não faz parte de tudo isto. A dizer-lhes que o meu pai ama a sua nação, embora eu acredite que isto não é verdade. Enoja-me vê-lo, meu pai, a beijar a mão de Khamenei.»

Diário de uns Ateus – No Irão correm várias versões sobre a sua morte, incluindo a morte em combate na guerra Irão/Iraque. É esta a liberdade e a verdade dos países onde o clero tem o poder.