Loading

Mês: Maio 2013

5 de Maio, 2013 Carlos Esperança

A Hungria, a amnésia e o nazismo

A Hungria já esqueceu os 600 mil judeus assassinados pelos nazis, com a cumplicidade do Governo fascista local, em apenas dois anos, durante a guerra de 1939/45.

O antissemitismo no Novo Testamento é o demónio à solta na matriz genética de novos fascistas que desejam repetir o Holocausto. O terceiro partido parlamentar da Hungria é claramente fascista e antissemita. A manifestação contra a Assembleia Plenária do Congresso Mundial Judaico (CMG) e a marcha convocada pelo referido partido fascista «Jobbik», são um regresso aos tempos que precederam a 2.ª Grande Guerra. Acusam os judeus de quererem comprar o país, de serem responsáveis pela revolução bolchevique de 1919 e pelos assassinatos cometidos pelo regime estalinista de Mátyás Rákosi, na década de 50 do século passado.

O extremismo verifica-se na pureza rácica e na pertença religiosa que o Governo vem reivindicando com repúdio frontal da laicidade do estado e a obrigatoriedade do ensino religioso nas escolas oficiais.

A deriva extremista da Hungria é a reedição dos piores pesadelos da Europa de Hitler, Franco, Mussoli, Jozef Tiso e outros genocidas que ensanguentaram a Europa.

Um grupo de motoqueiros viu proibida uma marcha sob o lema sinistro «dar gás» para coincidir com a «Marcha pela vida» com que a comunidade judia homenageia as vítimas do Holocausto, integrada na 4.ª Assembleia Plenária do CJM, convocada para Budapest em solidariedade com a comunidade hebraica do centro europeu.

A gravidade da provocação nazi transcende tudo o que podíamos imaginar há poucos anos. É urgente acordar a Europa onde os demónios totalitários ressuscitam. Ninguém pode dizer outra vez que «não sabia». Estejamos atentos ao dia de hoje. Durante a tarde deste domingo podem aparecer notícias trágicas. Aliás, a besta fascista já acordou. Os partidos nazi-fascistas e os aventureiros populistas ganham terreno.

Nota: Artigo escrito com dados de El País, de 04-05-2013.

4 de Maio, 2013 Carlos Esperança

A bênção das pastas

Bencao das pastas

Por

João Pedro Moura

 

1- “Bênção” é o acto litúrgico católico, em que um clérigo, armado com o hissope, atira uns pingos quase invisíveis de “água benta”, recolhidos na caldeirinha, suporte este contendo tal “água consagrada”. Esta água é atirada para objetos e/ou pessoas, a fim de os “proteger”, sob a impetração dum favor divino.

É um acto com que se “consagra” (palavra religiosa) qualquer coisa ou pessoa à “protecção divina”.

Anualmente, integrada na festa da Queima das Fitas, em diversas universidades portuguesas, realiza-se uma missa, durante a qual o bispo convidado “abençoa” os estudantes finalistas que, de pastas levantadas, em cerimónia pública, esperam a misteriosa “bênção”…

As próximas bênçãos das pastas serão no Porto e em Coimbra, nos próximos dias 5 e 26 de Maio, respetivamente. Esperam-se grandes multidões de estudantes e respetivas famílias, que acham que vão fazer uma grande coisa…

2- Isto é, através desse acto religioso, “bênção das pastas”, pretende-se a boa vida e a boa sorte dessa massa estudantil, que finda os seus cursos, pois que se destina, fundamentalmente, aos finalistas dos cursos superiores, que estudam “ciências”…

3- Dito doutra maneira, essa gente entende que, com a bênção dumas negregosas pastas, que os seus proprietários levantam no ar, oportuna e simultaneamente, e com o correspondente gestual, executado pelo conspícuo pontífice da fina-flor da clericalha tartufa, de serviço aos fitados da Queima, se poderá obter a benesse desejada: um emprego, uma boa vida, ou, pelo menos, uma vida razoável, que a corte celestial daria de sua graça…

É esse o objectivo dos levantadores de pastas, submissos à bênção: um emprego, uma boa vida…

4- Mas, analisemos bem o acto da bênção, mais as grotescas atitudes dessa desvairada fauna universitária, que estuda “ciências”…

Essa bênção costuma realizar-se, solenemente, com a figura imperante dum pontífice, devidamente mitrado e enroupado por alva talar e estola alvar, cobertas por manto finamente debruado de amarelo áureo…

5- No momento capital, o bispo pega no hissope, molha-o na caldeirinha e asperge água “benta” em direcção à massa tolaz de estudantes (que estudam “ciências”…), vestidos de capa e batina, soturnas fardetas negras, de reminiscências medievais, com que tais discentes se procuram demarcar do resto da população, em pose de casta à parte…

Aí é que está o momento fantástico:

É que a água é “benzida”, isto é, oficialmente impregnada de propriedades miraculosas, mas a distância a que normalmente o bispo está da primeira fila e o modo como atira a água com o hissope, dificilmente permite que tal água bem-aventurada chegue lá, quanto mais às outras filas ou às outras pessoas!…

6- Reparai bem nisto: a essência duma cerimónia de bênção é a passagem da miraculosa água, do domínio do bispo para o domínio do corpo estudantil, suponho que, de preferência, para a própria pele do estudante, a fim de que o influxo hídrico cause o máximo de efeitos (já viram o que era a água cair apenas na roupa?!…)

7- Agora, que raio de bênção é aquela feita em estádios de futebol, santuários e praças citadinas, em que o insigne corifeu da tartufaria clerical mal consegue fazer chegar uns pingos aos maníacos de tal água???!!!

Que efeito é que tal ato, extremamente maluco, pode produzir na vida das pessoas que se prestam a tal liturgia???!!!

8- Enfim, eu tenho estudado o assunto e talvez a bênção seja uma coisa mais “científica” do que parece…

Até porque, se os estudantes não recebessem nada, desapareceriam e acabaria a bênção das pastas, por falta de procura. É a lei do mercado…

9- Então, depois de muito pensar, eu desenvolvi um postulado:

É evidente que o bispo, quando asperge a água benta em direcção ao povo discente, através do hissope, mal consegue fazer chegar tal água milagrosa ao pessoal da frente, mas penso que o bispo, sendo um representante terráqueo da divindade, está dotado de propriedades de transmissão extraordinárias, pelas quais o hissope funcionaria como antena e da qual resultaria uma emissão estimulada de água, com amplificação da “luz divina”, através de gotículas vaporosas, que chegariam em massa aos assistentes…

É possível que estejamos em presença duma desconhecida propriedade electromagnética da matéria, patente no trio bispo-hissope-água benta.

10- Já reservando o nome do fenómeno, para eventual registo de patente internacional, designo-o por “L.A.S.E.W.”, “Light Amplification by Stimulated Emission of Water”, Amplificação de Luz por Emissão Estimulada de Água.

Há um fenómeno semelhante com outro tipo de luz…

Nesta minha teoria, o bispo (sistema de transmissão) através do hissope (antena) procederia a uma emissão estimulada de água, mas que só se veriam uns pingos no espectro visível, com vaporização intensa, formando-se milhões de gotículas, que transportariam e amplificariam a “luz divina”, ou o que se queira chamar, atingindo os espectadores com influxos hidractivos electromagnéticos (“bênção”), que lhes dariam as graças desejadas…

11- Consta-me que há cada vez mais desempregados com licenciaturas, mas isso pode ser por falta de levantamento correcto das pastas, ou por falta de influxos hidractivos suficientes para chegarem a toda a gente, já que as multidões de estudantes “abençoados”, que estudam “ciências”, são imensas…

12- Enfim, os feixes de raios “LASEW” ainda são um postulado e têm que ser mais bem estudados…

Que é que os caros leitores, ateus e crentes, acham desta minha teoria dos raios “LASEW”?

4 de Maio, 2013 Carlos Esperança

Patologias da religião vistas por um padre

Por

Padre Anselmo Borges, DN

1-Não tem faltado aqui, nestas crónicas, a denúncia das patologias da religião. Como ser insensível ao sofrimento das vítimas da pedofilia do clero? Vítimas de escrúpulos, vítimas da humilhação intelectual, vítimas da intolerância religiosa, de um deus mesquinho e escravizador… O historiador católico Jean Delumeau escreveu: “As minhas investigações convenceram-me de que a imagem do Deus castigador e vingativo foi um factor decisivo para uma descristianização cujas raízes são antigas e poderosas”.

Parece que, enquanto pôde, o clero controlou a vida sexual dos fiéis, a ponto de outro historiador, Guy Bechtel, afirmar que a fractura entre a Igreja católica e o mundo moderno se deu na teoria do sexo e do amor, com uma confissão inquisitorial centrada na actividade sexual.

Será preciso lembrar os homens e mulheres que foram assados nas fogueiras da Inquisição e não só, porque tinham ideias novas? E houve o medo-pânico da mulher, que se chegou a acusar de manter relações sexuais com o diabo. E os livros considerados heréticos também foram queimados. E houve as cruzadas, as guerras de religião, a missionação forçada. Pio VI condenou essa “detestável filosofia dos Direitos do Homem”. Pio IX condenou expressamente a evolução como uma aberração. No século XX, o teólogo E. Drewermann escreveu: “Há 500 anos, a Igreja recusou a Reforma; há 200, o Iluminismo; há 100, as ciências naturais; há 50, a psicanálise. Como viver com tantas rejeições?”

(…)

3 de Maio, 2013 Carlos Esperança

O Vaticano e o seu banco

O novo Papa é um homem que vem de fora da Cúria, do fim do mundo, mas os primeiros sinais políticos «não são bons». É muito difícil fazer mudanças, como se viu com Ratzinger, principalmente no banco do Vaticano.

(De uma entrevista do Público, hoje, de Sofia Lorena a Eric Frattini)

 

fotografia

3 de Maio, 2013 Carlos Esperança

F-1 e B-16 – União de facto?

Com a chegada de B16 ao Vaticano vivem 2 Papas no bairro de 44 hectares.

É a primeira vez, depois de 600 anos, que o bairro suporta dois papas, igualmente infalíveis, embora o primeiro tenha perdido o alvará.

2 de Maio, 2013 Carlos Esperança

A loucura dos homens e a maldade de Deus

Morrer devido à gravidez ou cumprir 50 anos de prisão por abortar

Dilema de Beatriz, impedida de abortar sob pena de ser acusada de homicídio agravado, levantou uma onda de indignação em El Salvador.

Uma mulher gravemente doente e grávida de 20 semanas de um feto anencefálico – sem parte do cérebro – corre risco de morte devido à proibição do aborto em El Salvador. Beatriz, que já apelou ao Tribunal Constitucional do seu país e ao Tribunal Iberoamericano de Direitos Humanos (CIDH), espera agora que o Governo abra uma exceção para que possa abortar.

1 de Maio, 2013 David Ferreira

Somos apenas

Somos. E questionamo-nos o porquê de sermos e o que somos apenas porque somos.

Houve um tempo em que não eramos o que somos e como tal não questionávamos. Mas já havia. O Universo já era muito antes de nós sermos o que somos, muito antes de o sabermos. Como tal, também já eramos. Porque somos parte dele. Somos uma parte do Universo. Só não o sabíamos porque não eramos como somos.

Quando não sabíamos que eramos também o Universo, uma ínfima parte da sua vastidão, inventámos explicações para o que eramos porque nos tornámos acidentalmente como somos e não o compreendemos. E fomos evoluindo. Porque, tendo reconhecido que eramos, sonhámos e inventámos. E porque para inventar tivemos necessidade de questionar. De questionar o Universo e de nos questionarmos. Só não sabíamos que eramos o Universo. Por isso imaginámos outros Universos, extrínsecos ao Universo e a nós, para explicar o que eramos, incapazes de saber o que eramos quando não eramos o que somos e como somos.

Surgimos apenas, por acaso. E julgámos que para surgir tínhamos de ser criados. Porque a ilusão de tudo o que observamos surge de algo. Só não sabíamos que eramos uma parte do Universo a questionar-se sobre si próprio e que não fomos criados, porque já eramos sem o conhecer, apenas não como somos. E agora que o sabemos, porque continuamos a não aceitar o que somos?

Somos insignificantes perante a grandeza do Universo que somos também. A única subtileza do acaso que nos torna especiais é a capacidade que temos para o reconhecer. Nós, o Universo que somos.