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Mês: Março 2013

10 de Março, 2013 José Moreira

Regresso à “Idade das Trevas”?

Na Croácia, o governo pretende aplicar aulas de educação sexual nas escolas. Naturalmente, a ICAR opõe-se. Compreende-se: educados sexualmente, os adolescentes dificilmente se tornarão vítimas de predadores sexuais.

Para bom entendedor…

10 de Março, 2013 Carlos Esperança

Vídeo constrangedor – Papa Bento XVI

Apesar de os fiéis mais fervorosos não questionarem, um vídeo de 2011 está intrigando até os mais apaixonados. Na ocasião de um evento em Berlim, o Papa Bento XVI cumprimentou todos os representantes e cardeais que ali estavam.

Para surpresa do público, poucos cardeais estenderam a mão ao Papa.

Vários, ao verem que seriam cumprimentados, retiraram a mão deixando-o no vácuo.

Depois disso, alguém tem dúvidas de que ele não era bem-visto na cúpula do Vaticano?

Veja este vídeo …

…e tire suas próprias conclusões.

9 de Março, 2013 Carlos Esperança

A ICAR e a pedofilia

A Igreja Católica Apostólica Romana (ICAR) vê o seu prestígio abalado e a deserção de crentes a aumentar, devido aos casos de pedofilia do seu clero.

Quando os crentes duvidam da virtude dos seus padres começam a interrogar-se sobre o poder do seu deus.

Não é apenas a pedofilia que incomoda os crentes, é a dúvida que os acicata sobre quem é capaz de ofender uma criança. Se um padre não respeita uma criança, o que será capaz de fazer a um anjo?

9 de Março, 2013 José Moreira

Preocupações…

A sério, estou preocupado. Tenho andado a acompanhar as cenas dos pré-conclaves, e estou muito preocupado. Há demasiados segredos, e a segurança é grande como é difícil imaginar. Por exemplo, para além de ser proibido transportar telemóveis para dentro da Capela Sistina ainda por cima há um sistema de bloqueio que impede qualquer telemóvel “undercovered” de comunicar com o exterior. Tudo muito demasiado secreto, para o meu gosto. Fico com a impressão de que nem o Espírito Santo vai saber o que se está a passar lá dentro dos pré conclaves e do conclave propriamente dito. E isso é grave, muito grave. Porque o Espírito Santo tem sido o responsável pelas nomeações de grandes figuras e outros figurões, estou a lembrar-me, por exemplo, dos Bórgias, de Gregório IX, criador da Inquisição, João XII, etc. Ora, sem a intervenção do Espírito Santo, o Vaticano arrisca-se a tornar-se uma pessoa de bem, e um local bem frequentado.

Preocupante…

8 de Março, 2013 Carlos Esperança

DIA INTERNACIONAL DA MULHER

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Não, não preciso de expiar ou envergonhar-me dos séculos de exploração feminina, das humilhações a que os homens sujeitaram a mulher, do sofrimento que lhe impuseram. Não sou culpado do anacronismo das leis, do carácter misógino da tradição judaico-cristã, dos preconceitos do clero e da violência das leis que a discriminaram.

Não defendo os conteúdos misóginos da Tora, da Bíblia ou do Corão que legitimam a violência de que são vítimas e as penas a que são sujeitas, sem esquecer a lapidação e as vergastadas públicas a que o fascismo islâmico ainda submete as mulheres.

Nos primórdios da humanidade a força física foi determinante, a divisão do trabalho e a apropriação dos incipientes meios de produção conferiram ao homem a supremacia que o tempo se encarregaria de perpetuar e os homens de defender.

É impensável que a modernidade tenha sido tão lenta no reconhecimento da igualdade, que os preconceitos permaneçam em homens ditos civilizados e a resignação seja aceite por mulheres que sempre foram vítimas da exploração e da violência.

Não aprecio dias internacionais, celebrações impostas pelo calendário, para condenar atitudes que envergonham e permanecer o resto do ano conivente com a tradição.

Abro hoje uma exceção para recordar, não a Idade Média, mas a ditadura salazarista, os valores e princípios que envergonham o passado resgatado pelo Portugal de Abril.

Cito de memória algumas ignomínias de que a mulher foi vítima. Aqui ficam algumas proibições:

– Casamento das professoras do ensino primário, sem autorização superior e com a exigência ao futuro marido de provar que auferia rendimentos mais elevados;
– Administração de bens próprios após o casamento;
– Divórcio, para o casamento canónico (único caso que abrangia também o homem);
– Magistratura;
– Carreira diplomática;
– Saída para o estrangeiro, sem autorização do marido;
– Justificação de faltas a mães solteiras, por motivo de parto (função pública);
– Casamento para as enfermeiras (a proibição terminou ainda no salazarismo.

Doutros horrores, dos crimes de honra, das sevícias toleradas dentro do matrimónio, das violações, agressões físicas e reiteradas humilhações que, sobretudo, nos meios rurais e analfabetos eram constantes e impunes, permanece um rasto silencioso não erradicado. E já poucos se lembram do direito do marido a violar a correspondência da mulher.

Hoje, da opacidade das burkas salta a inteligência, o afeto e a criatividade, saem para o sortilégio do amor, soltam-se para a aventura da ciência e a criatividade das artes. Só as mulheres conseguem ser mães sem deixarem de ser tudo o que os homens podem.

7 de Março, 2013 Carlos Esperança

A MÚSICA SEGUNDO RÄTZINGER

Agora, perdida a infalibilidade, os sapatinhos vermelhos, a batina, a tiara e o anel a que sobrou o dedo, deixo aqui, com a ortografia da época, a homenagem prestada ao cardeal Ratzinger, há doze anos. É um contributo para melhor conhecimento do único papa que saiu vivo das funções em seis séculos.

A MÚSICA DE RÄTZINGER

O Cardeal Joseph Ratzinger, Prefeito da Sagrada Congregação para a Fé (ex-Santo Ofício), num ensaio consagrado à liturgia, em 11 de Fevereiro de 2001, criticou severamente a música rock e pop e manifestou reservas em relação à ópera que acusa de ter “corroído o sagrado” de tal modo que – cita – o papa Pio X “tentou afastar a música de ópera da liturgia”, donde se deduz que ela é claramente desajustada à salvação da alma.

Eu já tinha desconfiado que certa música é a “expressão de paixões elementares” e que “o ritmo perturba os espíritos”, estimula os sentidos e conduz à luxúria. Salvou-me de pecar a dureza de ouvido que tinha por defeito e, afinal, era bênção.

Mas nunca uma relevante autoridade eclesiástica tinha sido tão clara quanto aos malefícios da música, descontada a que se destina à glorificação do Senhor, à encomendação das almas ou a cerimónias litúrgicas, outrora com o piedoso sacrifício dos sopranistas.

Espero que o gregoriano, sobretudo se destinado à missa cantada, bem como o Requiem, apesar do valor melódico, possam ressarcir-nos a alma dos danos causados pelo frenesim da valsa, a volúpia do tango ou a euforia de certos concertos profanos.

Só agora, mercê das avisadas palavras de Sua Eminência, me interrogo sobre a acção deletéria do Rigoleto ou da Traviata, dos pensamentos pecaminosos que Aida ou Otelo poderão ter desencadeado em donzelas – para falar só de Verdi – ou dos instintos acordados pela Flauta Encantada, de Mozart, ou pelo Fidélio, de Beethoven! E não me venham com a desculpa de que há diferenças entre a ópera dramática e a cómica, ou entre esta e a ópera bufa.

A música, geralmente personificada na figura de uma mulher coroada de loiros, com uma lira ou outro qualquer instrumento musical na mão, já nos devia alertar para o pecado oculto na harmonia dos sons.

Sua Eminência fez bem na denúncia. Espera-se agora que, à semelhança das listas que publicou com os pecados veniais e mortais e respectivas informações complementares para os distinguir, meta ombros à tarefa ciclópica de catalogar as várias músicas e os numerosos instrumentos em função do seu potencial pecaminoso.

Penso que a música sacra é sempre de louvar (desde que dispensados os eunucos), enquanto a música de câmara, a ser executada em reuniões íntimas, é de pôr no índex. Na música instrumental, embora o adjectivo seja suspeito, talvez não haja grande mal, mas quanto à música cifrada não tenho dúvidas de que transporta uma potencial subversão.

Instrumentos há-os virtuosos, como o sino, o xilofone, as castanholas e quase todos os de percussão, deixando-me algumas dúvidas, mais por causa do nome, o berimbau.

Os de corda, excepção para o contrabaixo e, eventualmente, o piano (excluídas perigosas execuções a quatro mãos) quase todos têm riscos a evitar. A lira, o banjo, a cítara, o bandolim e o violino produzem sons que conduzem à exacerbação dos sentidos.

Mas perigosos mesmo – a meu ver – são os instrumentos de sopro. Abro uma excepção para os órgãos de tubos que nas catedrais se destinam a glorificar o Altíssimo. Todos os outros me parecem pecaminosos. A flauta, o clarim, o fagote, o pífaro e a ocarina estimulam directamente os lábios e, desde o contacto eventualmente afrodisíaco aos sons facilmente lascivos, tudo se conjuga para amolecer a vigilância e deixar-nos escravizar pelos sentidos. Nem o acordeão, a corneta de pistões ou a gaita-de-foles me merecem confiança.

Apreciemos o toque das trindades dos sinos dos campanários e glorifiquemos o Senhor no doce chilrear dos passarinhos. Cuidado com a música e, sobretudo, com os efeitos luminosos associados. Estejamos atentos às palavras sábias do Cardeal Ratzinger.

7 de Março, 2013 Carlos Esperança

Dúvida metódica

Ainda não percebi no meu empedernido ateísmo a razão que leva a esquerda a silenciar o fascismo islâmico do Irão e a direita o da Arábia Saudita.

7 de Março, 2013 Carlos Esperança

Religião – a mentira herdada

Uma religião é um conjunto de indivíduos unidos por medos, hábitos e superstições comuns, transmitidos através de gerações, e ligados por um ódio coletivo aos medos, hábitos e superstições alheios.

As religiões monoteístas têm um deus verdadeiro privativo que garante aos crentes uma felicidade eterna, depois da morte, conquistada pelo sofrimento, resignação e obediência durante a vida. Cada religião acredita serem falsas as outras e falso qualquer outro deus. Nisso todas têm razão. Aliás, os ateus só consideram falsa mais uma religião e um deus mais, o que, no fundo, faz de todos ateus.

O proselitismo, característico do cristianismo e do islamismo, conduziram o primeiro à violência sectária contra os hereges, os judeus, os cátaros e outros e aos crimes bárbaros da evangelização. O cristianismo foi dominado pela repressão política contra o seu clero e tornou-se uma religião civilizada onde a laicidade contém os seus desvarios pios. Já o islamismo, que é poder em numerosos países, continua na implacável barbárie contra os desvios ideológicos da mais selvagem e cruel religião do globo.

Não devemos esquecer o judaísmo que, não sendo prosélito, encontrou no sionismo a forma de exercer a brutalidade religiosa imperialista através do mito bíblico de que lhes pertence a Palestina.

Muitos judeus de hoje são árabes convertidos tal como alguns talibãs são descendentes de judeus islamizados. A xenofobia é uma demência religiosa que tem menos a ver com questões étnicas do que a etnia tem a ver com circunstâncias políticas, administrativas e linguísticas que as moldaram.

Poucas mentiras são tão estimadas como as que se transmitiram, de geração em geração, através da fanatização religiosa.