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Mês: Fevereiro 2013

11 de Fevereiro, 2013 José Moreira

Fé e religião

A fé está, por regra, ligada à religião. Aliás, neste mesmo portal são recorrentes as afirmações de fé por parte de religiosos, e não me recordo de ter visto esse tipo de afirmação proferido por ateus.

Há quem garanta que “a fé é que nos salva”, embora nunca ninguém tenha explicado de quê. De qualquer modo, não está provado, nem sequer minimamente, que a fé salve seja quem for e do que for. Pelo contrário, porém, está mais do que demonstrado que as manifestações de fé religiosa podem causar resultados nefastos. São exemplo disso os atropelamentos no decurso de peregrinações a Fátima, acidentes com viaturas cheias de peregrinos, e outros que a memória não me deixa apontar. Deixo, aqui, mais este exemplo, a aumentar a extensa lista.

Em sentido contrário, porém, o facto de ser ateu pode, sim senhores, ser a salvação. Como se demonstra aqui.

 

11 de Fevereiro, 2013 David Ferreira

DIREITO À CRÍTICA

Todos os que presumem e denunciam as críticas às suas crenças como sendo ofensivas, deverão sempre ter em conta que essas crenças podem ser, de igual modo, consideradas ofensivas por quem as critica.

O direito à crítica de proposições contrárias é inalienável do conceito de liberdade de expressão. O direito a não ser criticado não é um direito sequer, é a alienação do próprio direito à liberdade.

11 de Fevereiro, 2013 Carlos Esperança

Sobre a (não) existência de Deus…

Por

Alexandre Castro

A linha do horizonte é desenhada por cada um de nós, como o limite da nossa própria capacidade para percepcionar o Mundo, a Vida e próprio Homem. A partir daí, sentimo-nos frágeis e perdidos, mergulhados que estamos na mais profunda ignorância. E foi nesse magma primitivo, em que nada fazia sentido com a realidade vivencial, que o Homem inventou Deus, para pôr uma certa ordem na sua própria lógica existencial.

Desde esse momento, progredindo em todas as frentes, nas das técnicas, nas das ideias, nas da economia e nas do imaginário, a linha do horizonte, avançando, foi desvendando esse espaço negro da ignorância.

Mas a ideia de Deus foi ficando na memória das crenças, enquanto muitos acreditam piamente na chegada do dia da revelação, que os oficiais dos cultos estão sempre a anunciar para o dia seguinte, ao contrário de outros, mais céticos, que, não obedecendo aos sacerdotes e ridicularizando os profetas, remetem esse dia para as calendas gregas.

8 de Fevereiro, 2013 José Moreira

O meu Pacote de Leite

Quando eu era pequenino, ouvia, muitas vezes, a minha avó dizer “Olha, meu menino, café é que nos salva”, convindo esclarecer que a santa e provecta senhora era frequentadora assídua de missas e novenas, e consumidora compulsiva de rodelas de Cristo. Actualmente, a senhora já não diz nada, porque os mortos não falam, embora haja quem afirme o contrário, aliás a Joaninha até toma café com um morto todos os dias, ela é que o assevera. Adiante, que atrás vem gente, a ora defunta senhora, enquanto ainda não o era costumava, até, rezar umas lengalengas a Santa Bárbara, quando trovejava, e a verdade é que algum tempo depois a trovoada afastava-se ou silenciava-se, e o certo é que, por exemplo, agora não está a trovejar, pelo menos na cidade onde escrevo. É claro que algumas vezes troveja, mas não dura muito, o que quer dizer que há pessoas que continuam a rezar a Santa Bárbara, e isso é bom, porque eu não gosto de trovoadas. Mas nunca percebi o que tinha o café a ver com a salvação. Só mais tarde, quando já era crescidote, é que o padre Hilário, meu professor de Religião e Moral me explicou que aquilo do café mais não era de um simpático cacófato, já que a minha defunta avó queria era dizer “que a fé”, mas dizia “qu’afé”, e ouvia-se “café”. A minha avó tinha uma cultura algo suburbana, a atirar para o rural, mas pelos vistoa o padre Hilário sabia português à brava.

Entretanto cresci e fiz-me homem, como é fácil de constatar, e comecei a verificar que quase todos os meus amigos e conhecidos tinham uma fé embora não fosse uma fé comum, havia feses para todos os gostos, um deles, o Jeremias, que nós, carinhosamente, tratamos por Jeremias, ainda tem fé em que o Sporting, não é o de Braga, mas o outro, há-de ganhar o campeonato este ano, se calhar por isso é que alguém disse que “a fé é a crença no improvável”, mas a verdade é que eu comecei a sentir-me mal no seio do grupo, todos com uma fé e eu sem fé nenhuma, eu aprendi com os mais velhos a respeitar os mais velhos, que costumam ter muita sabedoria, a minha avó era velha, eu acho que sempre a conheci velha, por isso devir ter muita sabedoria, vai daí um dia decidi ter uma fé. Como já me tinha tornado ateu e materialista, achei que devia ter fé numa coisa palpável, visível, existente. Resolvi atirar a minha fezada para um pacote de leite, mas que estivesse dentro do prazo de validade, naturalmente. Meus amigos: resultou! Tal como Deus, o meu Pacote de Leite, PL, assim com maiúsculas e tudo, protege-me ou não me protege, guia-me ou não me guia. Só não me promete o Céu, e ainda bem, porque aquilo deve estar cheio de crentes e deve ser uma pasmaceira. Também é certo que não me castiga com o Inferno, o que é pena, porque deve estar cheio de gajas boas. Mas a verdade é que desde que adoptei o PL me sinto mais protegido, já que nunca mais voltei a cair pelas escadas abaixo, uma vez que passei a descê-las com cuidado, nunca fui atropelado porque olho sempre para todos os lados da rua antes de atravessar, bem sei que a rua só tem dois lados mas nunca fiando, a única coisita que me aconteceu foi ter tido cancro, mas na unidade de oncologia do hospital também vi lá duas freiras, ora, se Deus não é válido para cancro, por que carga de água o meu PL havia de ser? Depois, o meu PL tem outra vantagem, que é a de poder ser bebido quando estiver em cima do prazo de validade, e pode ser substituído por outro, o que não acontece com Deus. Vantagem, pois, para o PL.

Louvado seja.

7 de Fevereiro, 2013 Carlos Esperança

A SENSIBILIDADE CATÓLICA DE ULRICH

Por

António Horta Pinto

O incontinente banqueiro Ulrich, questionado há dias acerca das bojardas que bolçou sobre os sem-abrigo, manteve o que disse, e afirmou que não recebia lições de sensibilidade de ninguém, pois lhe bastavam as que tinha recebido da sua família e da Igreja Católica.
Eu bem tinha desconfiado que andava ali o dedo da Igreja Católica. É que já é sobejamente conhecida a “sensibilidade” que esta instila nos seus mais diletos discípulos. Católico, ex-seminarista e abençoado pela Santa Igreja era Salazar, como católicos eram quase todos os seus ministros e os seus piedosos diretores da Pide; e que sensibilidade eles tinham!

Católico deve ser também o ministro Gaspar – até fez os seus estudos na Universidade Católica (que belas doutrinas económicas lá ensinam!) –, o maior produtor de sem-abrigo, de desempregados, de pobres e de miseráveis de que há memória. Católico é também o próprio chefe do bando, Passos Coelho, que, roubando o emprego a dezenas de milhares de pais e mães de família, tirando o pão a milhares de crianças, reduzindo as miseráveis pensões dos idosos pobres, tem o descaramento de dizer publicamente que apesar disso “dorme descansado”. Que sensibilidade!

Católicas são também a maior parte das “almas piedosas” que querem acabar com o Serviço Nacional de Saúde e com o ensino público e gratuito, únicos recursos dos que não têm dinheiro para pagar clínicas privadas e escolas particulares.

Isto para já não falar da “sensibilidade” da Santa Inquisição, que felizmente já acabou há muito tempo, mas apenas porque os incréus, contra a vontade da Igreja, deram cabo dela.

Não há dúvida: o catolicismo, em matéria de “sensibilidade”, tem pergaminhos. Ulrich teve boa escola!

6 de Fevereiro, 2013 Abraão Loureiro

2000 anos

6 de Fevereiro, 2013 Carlos Esperança

O Vaticano vai acabar a abençoar casamento gay

Vaticano acabará a abençoar casamentos gay

O ‘ministro’ do Vaticano para a Família encorajou hoje o reconhecimento dos direitos de casais não casados, incluindo de casais homossexuais, reafirmando, contudo, a oposição absoluta e inequívoca da Igreja ao casamento entre pessoas do mesmo sexo.

Comentário: Alguém obriga a ICAR a celebrar casamentos religiosos?