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Quem sabe, sabe

Uma das grandes vantagens de se ser religioso, e de que eu, como ateu, lamento profundamente a falta, é a capacidade de falar com Deus. Não aquele corriqueiro ajoelhar e rezar, que isso não traz qualquer retorno, leia-se “feed-back”, mas o dialogar, de modo a saber, ao certo o que o interlocutor, neste caso Deus “lui-même” quer, deseja e manda. Porque uma coisa é ajoelhar-se numa qualquer igreja e berrar padre-nossos e salvé-rainhas que ninguém ouve, e outra, completamente diferente, é sentar-se à mesa de um café com Deus e na sua companhia tomar o pequeno-almoço. O pequeno-almoço e os pensamentos, os desejos, etc.

Pois bem, contrariando os boatos que por aí se vão espalhando, Ratzinger nega que a sua renúncia seja devida a cansaço, velhice, pressões ou lóbis. Nada disso. Ratzinger garante que foi por vontade de Deus a lembrar, vagamente, um fado que esteve muito em voga. Se o papa garante que essa é a vontade do patrão, quem somos nós para duvidar?

O que vai valendo é essa rapaziada toda saber quais são as vontades do tal Deus. Geralmente, são coincidentes com as vontades da tal rapaziada, mas são meras coincidências.

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