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  • 13 de Fevereiro, 2013
  • Por Carlos Esperança
  • Catolicismo

Ninguém os entende…

Há beatos que exoneram a inteligência e a credibilidade para estarem sempre de acordo com a sua Igreja. Por maiores tolices que diga o Antigo Testamento, é a palavra de Deus que não quer dizer o que diz, mas o que os exegetas dizem que quer dizer.

Quanto aos papas, já sabemos que são sempre santos por profissão e estado civil e que as suas posições são sempre excelsas, quer condenem o uso da pílula e do preservativo ou defendam o jejum e a abstinência. É difícil perceber que se atribua a defesa da vida a quem exalta a castidade, certamente a mais implacável atitude contra a natalidade.

Os beatos consideram de inspiração divina os lugares-comuns e os projetos de poder, as fogueiras e as Cruzadas, a evangelização forçada e vida carcerária de freiras e monges.

João Paulo II foi o herói capaz de morrer no seu posto enquanto o exibiam na mais cruel decadência física e psíquica, tentando que a morte, em direto, provocasse uma comoção geral que convertesse os mais suscetíveis. Os que incensaram tão desumana impiedade são os mesmos que ora glorificam o desapego ao poder, a lucidez e generosidade do ato de renúncia de Bento XVI.

Venha o Diabo entendê-los. Pela primeira vez, o Vaticano vai ter dois papas. Os beatos, habituados a chorar cada Papa que morre, arriscam-se a perder um espetáculo. Ninguém chora um papa reformado.

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- Autor do livro «Pedras Soltas» e de diversos textos em jornais, revistas, brochuras e catálogos;

- Sócio N.º 1177 da Associação Portuguesa de Escritores

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