A Europa, o Islão e a liberdade religiosa
A proibição norueguesa de fundos oriundos das teocracias da Arábia Saudita e do Golfo Pérsico, para a construção de mesquitas, enquanto esses países proibirem a construção de Igrejas, foi vista, por alguns, como uma limitação da liberdade religiosa, como se a liberdade religiosa não fosse um dever dos Estados democráticos, que inclui o respeito de qualquer crença, descrença ou anti crença.
A proibição de mesquitas, sinagogas, igrejas, pagodes ou outros templos, é, de facto, uma limitação à liberdade religiosa mas a leitura dos livros sagrados, que informam essas religiões, apelam frequentemente ao racismo, à violência, à xenofobia, à vingança e à misoginia. Não deviam, em rigor, estar sob a avaliação política, mas sob o escrutínio do Código Penal.
Entende-se a indulgência de que gozam as religiões face a outro tipo de associações e os subterfúgios dos dignitários religiosos para interpretarem preceitos bíblicos e corânicos de modo a subtraí-los à alçada do Código Penal dos países onde disputam o mercado da fé. Até criaram, para isso, a teologia, única “ciência” sem método nem objeto. Há toda uma tradição de contubérnio entre as Igrejas e o Estado com que apenas a França cortou de forma radical, em 1905.
A Suíça proibiu a construção de mesquitas com minaretes. Os minaretes não podem agredir a paisagem suíça. Bruxelas, a capital Europeia, tem uma maioria muçulmana no seu Conselho Municipal. A Europa está a sofrer uma mudança radical com a introdução de conceitos medievais importados de uma civilização estagnada e falida – a civilização árabe – sem tomar medidas que submetam à laicidade do Estado o desvario das crenças.
Não se trata de princípios filosóficos exóticos, está em causa a subversão do paradigma civilizacional conseguido através da repressão contra o clero cristão e, agora, de portas escancaradas a princípios comunitaristas e a arremetidas de proselitismos agressivos.
Não são os crentes que têm de ser incomodados, é a intoxicação levada a cabo nas mesquitas, madraças e, quiçá, nas sacristias que tem de ser vigiada. E a submissão das religiões às mesmas regras das outras associações.
Nenhum democrata condena a Alemanha pelas suas leis contra o nazismo. Começa a haver razões para estender a outras crenças o mesmo tipo de legislação e jurisprudência.
Perfil de Autor
- Ex-Presidente da Direcção da Associação Ateísta Portuguesa
- Sócio fundador da Associação República e laicidade;
- Sócio da Associação 25 de Abril
- Vice-Presidente da Direcção da Delegação Centro da A25A;
- Sócio dos Bombeiros Voluntários de Almeida
- Blogger:
- Diário Ateísta http://www.ateismo.net/
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- Sorumbático http://sorumbatico.blogspot.com/
- Avenida da Liberdade http://avenidadaliberdade.org/home#
- Colaborador do Jornal do Fundão;
- Colunista do mensário de Almeida «Praça Alta»
- Colunista do semanário «O Despertar» - Coimbra:
- Autor do livro «Pedras Soltas» e de diversos textos em jornais, revistas, brochuras e catálogos;
- Sócio N.º 1177 da Associação Portuguesa de Escritores
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