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Mês: Novembro 2012

30 de Novembro, 2012 Carlos Esperança

DIÁRIO DE UNS ATEUS – 9.º ANIVERSÁRIO

Fazemos hoje nove anos.

Longe do fulgor de outros tempos, em que a média diária de visitantes ultrapassou os mil e quinhentos, este Diário resistiu a divergências internas, assaltos informáticos, insultos, ameaças, alteração de domínio e, sobretudo, à alegada cólera divina.

O Diário de uns Ateus mantém-se uma trincheira contra o obscurantismo religioso, as tropelias da fé e as aldrabices clericais. Denuncia o terrorismo demente do islão político, o ódio vesgo dos judeus das trancinhas, a intolerância do protestantismo evangélico, do cristianismo ortodoxo e do catolicismo romano.

Enquanto os fanáticos de deus matam e morrem por um mito, o D1A lança dúvidas sobre a mais mortífera criação humana – deus –, e denuncia os crimes que trazem a sua chancela.

Do terrorismo à indústria dos milagres, o D1A tem sido uma voz crítica e vigilante. A criação de beatos e santos e os milagres obrados não são a maravilha divina com que se enganam os crentes, são um insulto à inteligência e uma fraude com fins lucrativos.

À medida que o fundamentalismo regressa com a crise económica e social que domina o mundo, é preciso ser firme na denúncia do proselitismo e dos objetivos totalitários das religiões do livro que contagiaram o hinduísmo onde já surgem células terroristas.

Deus não é um mal necessário nem as religiões uma praga inevitável ou uma doença icurável.

O Diário de uns Ateus saúda os leitores que acompanham o serviço público que presta e orgulha-se de ter sido o ponto de encontro dos ateus que criaram a Associação Ateísta Portuguesa.

O Diário de uns Ateus nasceu a 30 de novembro de 2003. Já lá vão nove anos, sem censura, com colaboradores que aderiram ao novo Acordo Ortográfico e com os que o não fizeram, procurando ser honrados nas ideias e na gramática.

Vamos continuar sem que deus ou o diabo nos impeçam. Depois de nós outros virão, para denunciar a fábula de Cristo e as outras lendas, para provarmos que deus é um tigre de papel que assusta os tímidos e os que, desde crianças, se habituaram a viver no terror pio.

Continuaremos a mostrar que o Antigo Testamento não é apenas um manual de maus costumes, como lhe chamou Saramago, é um manual terrorista onde foram beber os três monoteísmos que há milhares de anos embrutecem e ensanguentam a Humanidade.

30 de Novembro, 2012 Carlos Esperança

Espanha – católicos envergonhados com privilégios da ICAR

Os privilégios incontáveis da Igreja Romana em Espanha também incomodam muitos católicos, até mesmo muitos clérigos e teólogos. Agora, quem levanta a voz são cristãos de Base de Madrid , que reúnem centenas de comunidades e paróquias, além de algumas organizações de associação em massa conhecida como redes cristãs .

O desacordo é expresso numa carta ao primeiro-ministro Mariano Rajoy, em que o convidam a denunciar os acordos chamados entre a Santa Sé e o Estado espanhol assinado em janeiro de 1979, substituindo concordatas anteriores.

29 de Novembro, 2012 Carlos Esperança

Hoje só as religiões se perseguem umas às outras

Discriminações e perseguição ao Ateísmo

 

The Texas Constitution

Article 1 – BILL OF RIGHTS

Section 4 – RELIGIOUS TESTS

No religious test shall ever be required as a qualification to any office, or public trust, in this State; nor shall anyone be excluded from holding office on account of his religious sentiments, provided he acknowledge the existence of a Supreme Being. http://www.capitol.state.tx.us/txconst/sections/cn000100-000400.html

– No Texas, a Constituição (Artigo I, Secção 4) permite claramente a discriminação de ateístas em cargos públicos, «ninguém será excluído de uma posição pública com base nos seus sentimentos religiosos, desde que reconheça a existência de um Ser Supremo».

28 de Novembro, 2012 Carlos Esperança

O Diário de uns Ateus e os crentes

Conheço e aprecio quase todas as grandes catedrais católicas da Europa, bem como os templos protestantes e ortodoxos, alguns templos budistas e mesquitas.

Do Brasil ao Canadá, de Lisboa a Roma, de Atenas a Marrocos, de Efésio a Londres, da Tailândia aos EUA, nunca deixei de apreciar a arte sacra: a arquitetura, a escultura, a pintura e a música. O ateísmo que perfilho, há mais de meio século, nunca me embotou a sensibilidade ou me levou a desequilíbrios psíquicos que me transtornassem em sítios onde os crentes cantam, rezam e se divertem em festejos místicos.

Nunca pensei entrar num templo para fazer a apologia do ateísmo, gozar os crentes que se ajoelham, rastejam e espojam ao som do latim, do grego, do árabe ou da língua autóctone.

Desprezo as crenças, divertem-me os sinais cabalísticos, condoo-me com os embustes com que o clero explora, aterroriza e torna infantis os crentes, mas não interfiro entre o clérigo quer vigariza e o crédulo que cai no conto do vigário.

Podia esperar a mesma postura dos avençados da fé que entram no Diário de uns Ateus como piolhos em costura. Vêm com surro no cérebro e ódio no coração, fartos de rezas e água benta, a cheirar a incenso e fumo de velas, com o mesmo fanatismo que leva os judeus a quererem derrubar o Muro das Lamentações à cabeçada e os muçulmanos que desejam abrir a porta do Paraíso com explosivos.

Eu sei que a fé os enlouquece, que as orações os embotam e os jejuns os debilitam, mas os padres podiam ensinar-lhes o tino que lhes falta e as maneiras que se usam em casa alheia. Mas vá lá alguém convencer um doido de que não é o Napoleão.

Alguns crentes prometem não regressar ao Diário de uns Ateus. Enquanto ruminam o ato de contrição prometem não voltar, mas voltam sempre. Garantem não voltar a pôr aqui os pés. Mas põem. TODOS.

27 de Novembro, 2012 Abraão Loureiro

27 de Novembro, 2012 Carlos Esperança

O Papa, o negócio da fé e os expedientes pios

Que um homem, celibatário por convicção, e papa, graças ao centralismo democrático dos consistórios, se dedique à criação de cardeais e santos, ao fabrico da água benta e à promulgação de indulgências, compreende-se por dever do múnus e necessidade de arrecadar receitas.

Já a atribuição de milagres a defuntos de comportamento duvidoso, em vida, e desfeitos pelos anos de defunção, parece um embuste para supersticiosos que levaria mulheres de virtude a tribunal e ciganos à prisão. Tal como os exorcismos para tirarem demónios do corpo dos que são crentes. Não há um único caso de um ateu atacado por demónios.

Sempre admirei o olfato papal para descobrir, entre milhões de defuntos, o taumaturgo que curou uma queimadura, desentrevou uma freira ou erradicou um cancro. Sabe-se que a fé é uma graça mas não é de graça. Custa dinheiro. E não é com missas, novenas e benzeduras de medalhinhas que se oleia a máquina do Vaticano. Os Anos Santos que já tiveram um ritmo predefinido são agora quando um papa quiser, mas os proventos das indulgências plenas minguam ao ritmo das dádivas para as alminhas do Purgatório.

A abolição do Limbo foi neutra em prestações monetárias mas a extinção do Purgatório foi demolidora para os rendimentos da ICAR. A progressiva secularização de países que o papa tinha como protetorados arrasou as contribuições financeiras.

Só o medo do Inferno, sobretudo na fase de decadência dos crentes, leva ainda, através dos lares, a deixar heranças à Igreja, com a conivência dos Estados que a exoneram de impostos e descuram a investigação sobre o modo como se transferem fortunas para as instituições pias.

O medo de perderem votos leva os partidos dos países democráticos a condescenderem com a espoliação dos velhos e a transferência de bens para uma instituição que vende na Terra a assoalhada que a superstição religiosa almeja no Paraíso.

Os Estados devem impor a laicidade e fiscalizar a transferência de bens de doentes senis e/ou terminais.