Policarpo Tuga naufragou. Bem, são coisas que acontecem, principalmente a quem se mete em aventuras aquáticas, sejam elas marítimas, fluviais ou lacustres, e a verdade é que não há notícia de alguém ter naufragado, atenção, eu disse naufragado e não afogado, dizia eu que não há notícia de alguém ter naufragado numa banheira ou no lago do jardim, numa piscina que fosse.
Tudo isto para dizer que Policarpo Tuga naufragou e, agarrado a um destroço da embarcação, arribou a uma ilha deserta. Descendente de ancestrais navegadores e exploradores, Policarpo Tuga deu uma volta pela ilha e rapidamente chegou a duas conclusões, quais sejam, primeiro, a ilha estava mesmo desabitada, o que muito me apraz já que, assim, não tenho de emendar o início do parágrafo, e segundo, a ilha tinha tudo o que era necessário à sua sobrevivência até ao resto dos seus dias que, no entanto e estatisticamente, se vislumbrava demorar a chegar. Ou seja, dir-se-ia que alguém tinha pegado numa bíblia e ali feito a segunda versão do Éden, revista e melhorada porque não tinha árvore da ciência e do conhecimento, mas piorada porque não tinha Eva nem coisa que se assemelhasse.
Ora, ocorre que Policarpo Tuga era,além de outras coisas de somenos importância, um crente fervoroso, possuidor de fé inabalável no divino. Não se importava de ficar ali até ao resto dos seus dias, longe de telejornais e sessões legislativas, mas sozinho não tinha piada nenhuma. De modo que desatou a rezar a tudo quanto era beato, proposto a beato, santo, anjo, arcanjo, serafim e querubim, para sair daquela alhada, e as rezas iam sendo mais insistentes na razão directa da contínua produção de hormonas, designadamente testosterona. E um dia as suas preces foram ouvidas. Um dia, um anjo apareceu-lhe, mas mandou-o tirar o cavalinho da chuva:
– Meu filho, eu não posso tirar-te daqui; mas posso satisfazer dois desejos. Só dois.
Policarmo Tuga exultou. Tinha o problema resolvido! Não podia sair dali? E depois?
– Meu anjo, traz-me uma mulher que seja bem boa, e uma caixa de garrafas de champanhe.
Decorrida que foi meia hora, o anjo regressou. Trazia uma caixa de garrafas de champanhe, e a madre Teresa de Calcutá.
Índice Global de Religiões e Ateísmo mostra que mais de metade dos irlandeses já não são religiosos
O último inquérito mundial remontava a 2005. Passados sete anos, o Índice Global de Religião e Ateísmo mostra que o número de ateus não tem parado de crescer e já representa 13% da população mundial. No total, mostra a sondagem feita em 57 países pelo Instituto WIN- -Gallup International, a população religiosa caiu 9% no mundo inteiro e nem os países com maior tradição católica escapam à tendência. É o caso da Irlanda, onde se verificou a maior quebra.
No Egito, a Irmandade Muçulmana não só ganhou a eleição, como também conseguiu construir pontes com o Ocidente e apagar os militares do mapa político. Seu triunfo é talvez o mais espetacular, mas não o único. O islamismo foi fortalecido na Tunísia, Síria, Jordânia, Líbia…
A igreja excomungou os “vermelhos”… ao contrario dos pedófilos, nazis e mafiosos”
Favores obtidos pela intercessão de São Josemaria Escriva
Pequenas alegrias diárias
No dia da festa de S. Josemaria um amigo, pelo qual rezava há tempo, conseguiu tirar acarta de condução.
Sinto a intercessão de S. Josemaria no dia-a-dia, em “pequenas alegrias diárias”. Todos os dias leio algum texto, especialmente a Novena do trabalho ou Caminho, dá-me muita paz e faz-me ver e apreciar os “milagres” contínuos que ocorrem nas nossas vidas, e dar graças com o trabalho oferecido, na relação com os outros, em tudo o que faço.
Diário de uns Ateus – Em vida foi cúmplice de Franco, depois de morto dedica-se a facilitar cartas de condução.
…e pretendem a concórdia entre os povos. A máxima é: “ama o próximo como a ti mesmo” e outras preciosidades semelhantes. Em nome de Deus, pregam a paz no mundo. Quem não acreditar no que eu digo, pode seguir esta ligação.
1 – A tourada (agosto de 2012)
Há três anos foi a festa à santa errada quando Agosto era mês e a fé estava no auge, não porque a piedade tivesse crescido mas porque as férias e o regresso dos emigrantes dão mais colorido às procissões e maior frequência às missas. Este ano foi a tourada que a Câmara Municipal tinha proibido no concelho, em 2008, na presidência de Defensor de Moura, e que ontem se refugiou em terrenos rústicos da freguesia de Areosa, sob escolta policial, enquanto a população, tal como no caso da santa, se dividiu. Um touro perdeu a paciência e espalhou sucessivamente os pegadores pela arena. A inteligência venceu a força.
Desta vez, o confronto entre aficionados e adversários das touradas marcaram o fim de semana da Areosa. Há três anos foi a festa pia, agora foi a festa brava. É a maldição do mês de agosto que persegue a Areosa.
2 – Festas à santa errada (agosto de 2009)
A paróquia da Areosa, que se avista do alto de Santa Luzia, em Viana do Castelo, sofreu com a notícia que o padre João Cardoso Oliveira teve a incumbência de comunicar aos fiéis e, num ato inédito, com a urgente necessidade de sacrificar a santidade por amor à verdade.
A arreliante troca de uma preposição, pela contração da mesma com o artigo definido, pode pôr em causa a devoção, o entusiasmo e a felicidade de quem atribuía à santa as vindimas fartas e a qualidade do vinho.
A santa devia ser a Senhora “de” Vinha mas, vá lá saber-se porquê, obra do demo, quem sabe, por equívoco no nome acabou venerada uma santa que não era a autóctone – uma Senhora “da” Vinha – a quem os devotos passaram a confiar a vinicultura quando a santa da paróquia, a verdadeira, tinha por vocação a pecuária.
Os paroquianos reforçavam com ave-marias a eficácia dos herbicidas e procuravam a sinergia da fé para erradicar ervilhacas, malvas, saramagos, urtigas, gramas, escalrachos e outras dicotiledóneas e gramíneas que retiram força à cepa e comprometem a vindima. A vera santa da Areosa tinha competência veterinária e especialização «ovínea», donde derivou o nome “de vinha”, que em latim se refere a ovelhas e originou o adjetivo “ovino” do português atual e, por lapso, rezaram a uma santa errada, padroeira da vinha, que, afinal, protege a pastorícia.
Durante muitas décadas os paroquianos fizeram a festa e a procissão a uma santa que tutelava a pastorícia e veneraram como protetora e padroeira da vinha. Quantos terços, novenas e missas foram rezados par a proteger do míldio as cepas, e a santa a pensar na sarna, nos parasitas, picadas de moscas, claudicações, mamites e outras moléstias que apoquentam o gado ovino!?
Que utilidade tiveram homilias, festas e orações, para fins agrícolas, dirigidas à santa que só tinha olhos para os rebanhos? E as oferendas de lavradores que não tinham ovelhas e pagaram promessas feitas para proteção das vinhas? Quem os vai ressarcir?
A Senhora da Vinha dá o nome à igreja da paróquia e a devoção levou os autóctones a homenageá-la com uma escultura em gesso que é, nem mais nem menos, uma videira, imune à filoxera mas não à provação do logro.
Quem sabe se a santa não continuaria a fazer milagres à altura da fé que se vai apagando lentamente sem provocar a comoção geral que o padre Oliveira, prior da Areosa, há 25 anos, terá de gerir!
Ainda hão de maldizer o professor de História da Universidade do Porto, frequentador da festa, que se pôs a esgaravatar no Louvre, em Paris, e descobriu uma pintura do século XIV com a Senhora “da” Vinha, sem parecenças com a Senhora “de” Vinha, salvo na virtude que as há de igualar e não se vislumbra a olho nu.
Maldito o respeito que a Universidade, o Louvre e os professores passaram a merecer e que ofusca o apreço que às imagens pias era devido, com manifesto prejuízo do maior bem que a gente simples possuía – a fé. Por ora, não se adivinha o efeito devastador da investigação histórica, confirmada pelo pároco, na desorientação de uma paróquia tão piedosa, temente a Deus e orgulhosa da santa que era “de” Vinha e os paroquianos julgaram ser “da” Vinha.
Ateísmo: Toda a gente é ateia em relação milhares de deuses, a maioria em relação a todos os deuses menos um – mas alguns vão apenas mais um passo em frente no seu ateísmo. (Richard Dawkins, zoólogo, biólogo e escritor britânico de divulgação científica, defensor do ateísmo, 1941-.)
O Diário de uns ateus é o blogue de uma comunidade de ateus e ateias portugueses fundadores da Associação Ateísta Portuguesa. O primeiro domínio foi o ateismo.net, que deu origem ao Diário Ateísta, um dos primeiros blogues portugueses. Hoje, este é um espaço de divulgação de opinião e comentário pessoal daqueles que aqui colaboram. Todos os textos publicados neste espaço são da exclusiva responsabilidade dos autores e não representam necessariamente as posições da Associação Ateísta Portuguesa.