26 de Junho, 2012 João Vasco Gama
Morte e outras considerações sobre a psicologia humana
Um excelente vídeo de Theramin Trees
Profundo e interessante. Aconselho vivamente.
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António José da Silva, o Judeu, foi um escritor e dramaturgo que sofreu as torturas da Inquisição mas, contrariamente a outros membros da sua família, teve a sorte de ser garrotado antes de ser queimado, em auto-de-fé.
Este iluminista era provavelmente judeu, uma abominação que o Concílio de Trento, antecipando-se a Hitler, desejou erradicar, numa época em que a Igreja católica não admitia a incineração dos mortos, talvez porque a destinava aos vivos suspeitos de heresia, bruxaria, judaísmo e outras abominações.
O Judeu, como era conhecido, chamou ao senhor D. João V «grande governador da Ilha dos Lagartos», labéu que não merecia um rei magnânimo que mandou fazer para Mafra um sino de 10 mil quilos e dois carrilhões com mais de 200 toneladas. O esmagamento das mãos foi o aviso para tal ousadia, embora a solução final lhe estivesse reservada.
O que chamaria hoje ao Governador da Ilha das Bananas, um pequeno arquipélago de 300 mil habitantes, situado no continente africano, e que ao futebol, à Igreja e às festas tem dado o apoio que lhe garantiu perpetuar-se no cargo, por eleições, e tornar-se o mais antigo governante africano?
Alberto João Jardim concedeu em dez anos cerca de 100 milhões de euros em subsídios a obras e instituições religiosas embora, como é seu hábito, mesmo para fins piedosos, grande parte esteja por pagar. Claro que o velho salazarista não compreende o que é a laicidade e, daí, que se tenha comprometido com 3,5 milhões de euros para a igreja do Livramento, no Funchal, enquanto o Centro Regional de Segurança Social entraria com meio milhão de euros e a Câmara do Funchal com 325 mil. Pode não haver comida para os mendigos da Madeira mas não faltam casas para o serviço divino.
No último domingo, 24 de junho, foi inaugurada mais uma imponente igreja na Calheta pois os fiéis cansaram de rezar sempre na mesma. A igreja do Atouguia foi benzida pelo Sr. Bispo, que presidiu à cerimónia, e lançou incenso às pituitárias do presidente do Governo Regional, do presidente da Câmara, do pároco e do Sr. Duarte Pio, alegado pretendente ao imaginário trono de Bragança que, talvez à falta de sacristão autóctone, foi importado do Continente.
O Governo Regional, dada a folga orçamental, comprometeu-se com 1.000.000 de euros e a Câmara Municipal com 300.000 e, assim, foi Deus servido de dispor de mais 857,6 m2 de área coberta ao serviço da fé de Roma, da autoria do arquiteto do costume.
… porque, certamente, haverá mais. Mas o Tribunal de Contas (serve para quê?) se procurar bem, encontrará as razões de muitos buracos orçamentais. Na República das Bananas da Madeira, por exemplo: “A nova igreja do Atouguia, na Calheta, inaugurada no domingo com a presença do presidente do Governo Regional da Madeira , Alberto João Jardim, é o 14.º templo construído nas duas últimas décadas com financiamento público. Ao todo, custaram ao orçamento regional 18,6 milhões de euros, não incluindo as comparticipações das câmaras e do Centro Regional da Segurança Social.”
Não sei quem foi que disse que estávamos num país laico…
Por
Um mês após a prisão do mordomo pessoal de Bento XVI e da sua detenção nas celas do Vaticano – acusado de ser o ‘corvo’ (responsável pelas incómodas ‘filtrações’ e, ainda, de conspirar contra o papa – não surgiu qualquer luz sobre o caso que parece alongar-se em direcção ‘à eternidade’, como é usual nestes processos com grandes doses de misticismo à mistura.
Paolo Gabriele permanece incomunicável e o sepulcral secretismo que rodeia todas as diligências assemelha-se, podemos dizê-lo, a um véu negro que tudo envolve na mais profunda obscuridade e atinge todos – desde o simples mordomo até ao influente ‘banqueiro de deus’, Ettore Gotti Tedeschi, membro da Opus Dei e amigo pessoal de Bento XVI, sumariamente demitido pelo secretário de Estado cardeal Tarcisio Bertone.
Ontem, o papa que aparentemente se manteve alheado (ou foi colocado fora) dos problemas, resolveu descer á Terra e imiscuir-se directamente nos venais assuntos que inquinam o Vaticano tendo recebido (convocado?) em audiência privada cinco (5) cardeais: George Pell (Arcebispo de Sidney); Marc Ouellet (Prefeito da Congregação para os Bispos), Jean-Louis Tauran (Presidente do Pontíficio Conselho para o Diálogo Interreligioso); Camillo Ruini (Vigário Geral emérito para a Diocese de Roma), Jozef Tomko (Prefeito emérito da Congregação para a Evangelização dos Povos).
O motivo oficial desta ‘reunião’ informal : “Em razão da força da grande e variada experiência dos senhores cardeais a serviço da Igreja, não somente no âmbito romano mas também internacional, o Papa resolveu encontrá-los ainda neste sábado, para uma troca de considerações e sugestões para contribuir a reestabelecer o tão desejado clima de serenidade e de confiança no que tange os trabalhos da Cúria Romana.” link
O grande ausente: o cardeal Bertone. Exactamente o centro de toda a polémica e um homem que, indiferente aos acontecimentos, continua a exercer as suas funções até a um próximo episódio que esclareça a amplitude do problema que como sabemos passa por iniludíveis e dramáticas questões: desde a ‘limpeza’ das contas do Instituto de Obras Religiosas (IOR/Banco do Vaticano) até à sucessão na chefia dos católicos, onde cada vez mais o ‘Espírito Santo’ joga um papel secundário.
Assim vai a ICAR…
O bispo da diocese argentina de Merlo Moreno, Fernando María Bargalló, demitiu-se do cargo na sequência do escândalo causado por imagens onde aparecia abraçado a uma mulher numa praia mexicana
Segundo o censo australiano de 2011, os «sem religião» ultrapassaram os 20%. Pela primeira vez, houve mais pessoas a responder «sem religião» (4,8 milhões), do que «anglicano» (3,7 milhões). O único grupo maior do que os «sem religião» são os «católicos» (5, 4 milhões). Por enquanto.
O Diário de uns ateus é o blogue de uma comunidade de ateus e ateias portugueses fundadores da Associação Ateísta Portuguesa. O primeiro domínio foi o ateismo.net, que deu origem ao Diário Ateísta, um dos primeiros blogues portugueses. Hoje, este é um espaço de divulgação de opinião e comentário pessoal daqueles que aqui colaboram. Todos os textos publicados neste espaço são da exclusiva responsabilidade dos autores e não representam necessariamente as posições da Associação Ateísta Portuguesa.