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Mês: Março 2012

14 de Março, 2012 Ricardo Alves

Um paradoxo agravado

Portugal mantém, desde o 25 de Abril, um paradoxo.

Segundo vários indicadores, os preceitos da religião tradicional são irrelevantes para a maioria da população. Nos casamentos, a cerimónia religiosa é escolha minoritária. Os jovens casais, frequentemente, nem se casam (duas em cinco crianças nascem de pais solteiros). O divórcio banalizou-se. A frequência da missa diminui. Nas escolas, os alunos fogem da Religião e Moral depois da puberdade.
E no entanto, talvez por não terem interiorizado que a sociedade se secularizou (e muito), os governos (de «direita» e de «esquerda») tratam a Igreja Católica como se representasse ainda uma fracção preponderante do país. Recentemente, assistiu-se ao ridículo de o governo da República «negociar» com essa igreja o fim de feriados civis (algo a que a Concordata nem obriga). Essa mesma igreja mantém os seus privilégios imunes à «austeridade», agravando o paradoxo da secularização sem laicização.
O fim da devolução do IVA, da isenção de pagamento de IMI (falamos do maior proprietário privado nacional) ou dos subsídios autárquicos à construção e manutenção de templos faria mais pela redução do défice que algumas medidas, socialmente gravosas, que estão a ser tomadas. Ao contrário de um mito urbano persistente, a «assistência social» atribuída à Igreja Católica não seria afectada: essas são outras contas.
13 de Março, 2012 José Moreira

A fé é que salva!

Felizmente, que ainda vai havendo gente com fé, seja isso o que for. Como este jovem, por exemplo: o facto de ter tido fé, rendeu-lhe cem euros.

13 de Março, 2012 Carlos Esperança

Mais vale tarde do que nunca

Fez ontem 12 anos que João Paulo II (JP2), num gesto inédito, pediu perdão, em nome da Igreja católica, pelas atrocidades cometidas através dos anos contra judeus, mulheres e minorias.

Comentário: Não sei se os índios sul-americanos, decapitados depois do batismo, para terem garantido o Paraíso, seriam uma minoria.

12 de Março, 2012 Luís Grave Rodrigues

Suicídio

11 de Março, 2012 João Vasco Gama

Desconversão: o fim

Uma excelente série de vídeos no youtube partilha a experiência de desconversão do seu autor. A série de vídeos começa por uma introdução, pela explicação de como era a vida de cristão no início, para então explicar detalhadamente porque é que é tão difícil abandonar a crença em Deus apesar de tantos indícios fortes («evidences», daí o pseudónimo do autor) que apontam para a sua existência. A série não termina com a desconversão do autor: a partir daí continua a seguir diferentes descobertas e elaborações até uma sistematização final e epistemologicamente coerente de como apreender a realidade.
Nota-se um enorme esforço na elaboração dos vídeos, que estão muito bem conseguidos, e conseguem transmitir ideias bem articuladas e razoáveis de forma profunda, mas fácil.

Muito apropriadamente, parece-me que o melhor vídeo da série é precisamente aquele que relata o momento da desconversão. Este vídeo é melhor compreendido se for visto depois de todos os que o precedem na lista, mas também pode ser visto isoladamente, e continua a ser muito bom. Aconselho-o vivamente a crentes e descrentes, e a qualquer pessoa interessada por estes assuntos:

11 de Março, 2012 José Moreira

O que é que lhes interessa?

Ao que parece, a Igreja Católica está a intensificar a campanha contra o casamento homossexual, no Reino Unido.

E eu pergunto: o que é que a Igreja tem a ver com isso? Só casa quem quer e, no meu entender, a Igreja podia, se quisesse, dar instruções aos seus clientes homossexuais para não casarem. Só isso e, mesmo assim, não é linear. Ou a liberdade de cada um é para desprezar?

Depois, lá aparece o miserável argumento: o casamento é para procriação e educação das crianças. Ai é? Então, quem se casa tem de procriar? E se houver infertilidade? Descasam-se? E se forem dois velhotes? Não podem casar-se? E se um casal decidir, pura e simplesmente, não ter filhos? Anula-se o casamento?

Que tal um pouco mais de pudor?

 

Em simultâneo no “À Moda do Porto”.