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Mês: Fevereiro 2012

25 de Fevereiro, 2012 Luís Grave Rodrigues

Igreja

24 de Fevereiro, 2012 Carlos Esperança

E os impostos, Senhor ?

Os membros da Opus Dei “controlam mais de 17 entidades, que possuem dezenas de imóveis. E receberam uma herança avaliada em 41,8 milhões de euros”, revela a Sábado.

Uma doação realizada em 1984 por “uma milionária divorciada, infeliz e solitária”, uma “das maiores alguma vez recebidas em todo o mundo pela instituição fundada em 1928 por S. Josemaría Escrivá”, permitiu à Opus Dei ficar com “mais de 18 prédios espalhados por Lisboa, 25 jóias no cofre da residência [de Maria Antónia Barreira, a milionária], 21 depósitos a prazo em cinco bancos e ainda títulos do tesouro que a deviam compensar pela nacionalização do BPA, de que era accionista”, escreve a Sábado.

23 de Fevereiro, 2012 João Vasco Gama

Ricardo Araújo Pereira e a questão de Deus

Por serem divagações divertidas, mas também interessantes e profundas, partilho com os leitores estas palavras de Ricardo Araújo Pereira sobre religião, morte e humor:

Não concordo com tudo, mas aconselho sem reservas.

23 de Fevereiro, 2012 Carlos Esperança

Islão democrático – uma perigosa utopia

Qualquer governo laico é mais tolerante do que uma teocracia. Com exceção da Coreia do Norte, a mais impenetrável das ditaduras, não conheço tiranias mais abomináveis do que as clericais.

Dizer que há muçulmanos complacentes é um truísmo que não oferece dúvidas, mas ver o Islão como uma doutrina tolerante é desconhecer a intoxicação que, desde tenra idade, é feita às crianças nas madraças e o ódio que as mesquitas destilam contra os infiéis.

Todos sabemos que o Antigo Testamento é a fonte dos monoteísmos e da violência que encerram, que o Deuteronómio e o Levítico não são mais humanos do que o Corão, que os cristãos não eram melhores no extermínio dos seus infiéis – os judeus e muçulmanos –, do que estes últimos no proselitismo com que pretendem aniquilar os judeus e os cristãos.

Na terça-feira e ontem milhares de afegãos protestavam diante da maior base americana no Afeganistão, perto de Cabul, acusando as tropas estrangeiras de terem queimado exemplares do Alcorão. Não sei se é verdade, o que é lamentável, ou mero pretexto e não pretendo discutir aqui, agora, os erros dos países democráticos na ocupação do Afeganistão e, sobretudo, do Iraque, nem o apoio ao sionismo. Refiro-me ao islão, o mais implacável dos monoteísmos, que não desiste do proselitismo demente.

No Egito, a Irmandade Islâmica, vencedora das eleições, quer um presidente próximo do islamismo, expressando uma clara recusa ao apoio do candidato liberal Amr Moussa na eleição presidencial. Na Líbia e na Tunísia as forças democráticas são incapazes de conter o proselitismo que usa as eleições democráticas contra a democracia.

O cristianismo também foi assim e surgem indícios de que não enjeitaria novas cruzadas e a reabilitação do Santo Ofício, mas a secularização dos países onde é dominante e a repressão sobre o clero obrigou-o a ceder à laicidade imposta pelos estados modernos.

Nos países islâmicos a primavera árabe caminha para o previsível fracasso, seguindo o percurso inverso da Europa. O pensamento politicamente correto apresenta a Turquia como exemplo do islamismo moderado, esquecendo a lenta e progressiva perseguição aos setores laicos com que o atual governo vai liquidando a herança de Atatürk.

Quando houver exemplos de países em que os islamitas no poder renunciem à sharia, aceitem a apostasia, respeitem a liberdade de expressão e de culto, e a igualdade entre homens e mulheres; quando os preceitos que observam não forem impostos, nesse dia o islamismo deixa de ser um perigo para a paz e para a liberdade.

Até lá, considero que os princípios do Corão estão na base do fascismo islâmico que pretende submeter o mundo, à semelhança do que pretendeu o cristianismo quando os navegadores portugueses e espanhóis levavam a cruz numa das mãos e na outra a espada.

22 de Fevereiro, 2012 José Moreira

A fé da senhora ministra

A senhora ministra da Agricultura tem fé.  É uma pessoa de fé, o que só lhe fica bem, quanto mais não seja para condizer com o Estado. Mas ninguém tem nada com isso. As “feses” são coisas do foro íntimo das pessoas, e não me parece bem andar por aí a fazer propaganda.

Mas prontos, a senhora ministra tem fé de que a chuva não tardará aí.  Julgo que até já se inscreveu nos “Alunos de Apolo” para aprender a dança da chuva, mas isto sou eu a julgar.

Portugal não carece de governantes com fé. Para termos ministros com “fé”, não precisávamos de eleições, que tanto dinheiro custam aos contribuintes; pedíamos ao Vaticano, que coisa que lá não falta é homens com fé. E mulheres também. Até nos podiam mandar daqueles corruptos que há por lá que, isso sim, é coisa de que estamos carentes.

Não precisamos de “feses”; precisamos que chova. E na falta de chuva, precisamos de ministros que resolvam o problema. Nem que seja através da dessalinização da água do mar.

Não posso esquecer-me de que há uns anos, algures no Alentejo, um padre pretendeu organizar uma procissão, por causa da seca. Voltávamos ao tempo das “danças da chuva”, para que Manitu fizesse cai água. Pois bem, tudo preparado, eis que a procissão teve de ser cancelada… por causa de um tremendo aguaceiro.
Manitu jogou por antecipação.

A nossa ministra declarou, “urbi et orbi” que a fé vai resolver o problema da falta de chuva.

E não se demitiu.

Nem ninguém a demitiu.

 

(Em simultâneo no “À Moda do Porto“.)

22 de Fevereiro, 2012 Luís Grave Rodrigues

Ironia