8 de Janeiro, 2012 João Vasco Gama
O argumento do relojoeiro
Com especial carinho para os criacionistas, aqui se encontra uma exposição simples do argumento do relojoeiro.
Com especial carinho para os criacionistas, aqui se encontra uma exposição simples do argumento do relojoeiro.
O Papa afirmou ontem que a humanidade procura fugir à questão de Deus através de “narcóticos muito eficazes”, durante a missa da Epifania celebrada no Vaticano, na data popularmente conhecida como Dia de Reis.
A pulga atrás da orelha comecei eu a sentir quando tudo quando era comunicação social desatou a proclamar a elevação do Fado a património da humanidade. Tá bem, prontes. Antes isso do que evidentemente.
Dias depois, o Futebol fazia a sua entrada em cena. De manhã, à tarde, à noite e sempre que desse jeito, o mundo ficava a saber que Eusébio tinha dado entrada no hospital. E a coisa prolongou-se, com o regresso a casa e o regresso ao hospital. Estimei as melhoras e adormeci, pensando que…
Pensei mal. O terceiro efe, que se encontrava alerta mas encoberto, fez a sua entrada em pleno com os pescadores de Vila do Conde, milagrosamente salvos por “nossa senhora”. Ainda não sei o que andaram por lá a fazer a Marinha e a Força Aérea – se a memória não me atraiçoa, mas isso nem vem ao caso.
As pessoas têm direito às fés respectivas, e cada uma é livre de acreditar no que quiser. Se os pescadores acham que foi a senhora de Fátima, e não outra qualquer, que os salvou, estão no seu mais sagrado direito, embora não haja evidências de que não tenha sido, por exemplo, a senhora da Conceição ou, até, o S. Pedro que, como toda a gente sabe, é o protector dos pescadores, actividade que desenvolve em perfeita parceria com o respectivo Sindicato. Estão, também, no direito de acreditar que foi mais fácil, para a “nossa” senhora, salvá-los do que evitar o afundamento do barco. E que, ao salvá-los in extremis quando podia tê-lo feito logo no primeiro momento, mais não quis do que pô-los à prova – como é apanágio de tudo quanto é divindade, não esquecendo que essa coisa de pôr as pessoas à prova nem sequer é original, uma vez que há notícia de tentativas com Adão e Abraão, pelo menos. Todas estas crendices são legítimas, como legítima é a peregrinação que os pescadores vão fazer ao terceiro efe. Como dizem os franceses, chaqun sabe de si. Mas já duvido é do direito de as televisões todas, durante a última semana, nos terem andado a atazanar a vista e os ouvidos com a notícia da bendita peregrinação. Com tanta gente a peregrinar, por que razão hão-de, os pescadores, ter o direito a notícia destacada? Por que razão insistem em obscurecer as mentes? Para que não nos lembremos dos escândalos ao nível da política e do governo? Para que nos esqueçamos das maçonarias encobertas e dos fretes jurídico-financeiros?
Ou é o regresso ao passado, agora sem máscara?
Já agora: quantas horas vamos ter, em directo, a peregrinação?
Em simultâneo no “À Moda do Porto“
Quando a justiça divina tarda, contentemo-nos com a justiça terrena.
O Vaticano expulsou nesta terça-feira três padres que foram condenados em dezembro por pedofilia no município de Arapiraca, em Alagoas. A decisão foi anunciada após a Igreja concluir os processos canônicos. As informações são da assessoria de imprensa do senador Magno Malta, que denunciou os casos de abuso quando presidia a CPI da Pedofilia.
Por
A Igreja espanhola não deixa as suas tradições de intolerância por mãos alheias.
Liderada hoje pelo cardeal Rouco Varela, herdeiro de outro cardeal arcebispo de Madrid, Goma y Toma, que dizia em 1936, ano do nascimento de Rouco: “Não pode haver pacificação senão pelas armas, há que extirpar a podridão da legislação laica”, ou do bispo de Cartagena, Diaz Gomara, que clamou do púlpito “Benditos sejam os canhões!”, saudando entusiasticamente a rebelião fascista de Franco contra o Governo legítimo de Espanha, a hierarquia católica espanhola continua a pregar o ódio em nome do seu “Deus que é amor”.
Agora que Mariano Rajoy, próximo da Igreja, anunciou a intenção de “extirpar a podridão da legislação laica” do aborto aprovada pelo executivo de Zapatero, chegou-me às mãos uma homilia de Natal de outro arcebispo espanhol, desta vez o de Granada, Javier Jimenez, defendendo que uma mulher que aborta “dá ao homem a licença absoluta, sem limites, de abusar do corpo dessa mulher, porque ela é que suporta a tragédia, e suporta-a como se fosse um direito” (a homilia pode ser lida no sítio da Diocese de Granada).
Para o arcebispo, os crimes de Hitler e Estaline (esqueceu-se dos de Franco) “são menos repugnantes que o do aborto”. É em alturas assim que até um não crente gostaria que existisse um Deus que julgasse esta gente.
Comentário – Este artigo, também publicado aqui, não podia ser ignorado pelo Diário Ateísta. Pela qualidade, rigor e coragem.
Monsenhor Gabino Zavala, bispo auxiliar de Los Angeles e conhecido pela sua oposição à pena de morte, pediu a sua demissão a Bento XVI porque é pai de dois filhos. O Papa aceitou o pedido.
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Em comunicado breve, o Vaticano confirmou que o Papa aceitara a demissão de Gabino Zavala. A demissão de um membro do clero está prevista num artigo do direito canónico e pode ser justificada com doença ou uma falta grave. A Santa Sé não precisou a razão da demissão.
O Diário de uns ateus é o blogue de uma comunidade de ateus e ateias portugueses fundadores da Associação Ateísta Portuguesa. O primeiro domínio foi o ateismo.net, que deu origem ao Diário Ateísta, um dos primeiros blogues portugueses. Hoje, este é um espaço de divulgação de opinião e comentário pessoal daqueles que aqui colaboram. Todos os textos publicados neste espaço são da exclusiva responsabilidade dos autores e não representam necessariamente as posições da Associação Ateísta Portuguesa.