O MLS enviou ontem o comunicado abaixo:
Comunicado: Contra a supressão de feriados fundamentais, pela supressão de feriados católicos!
Lisboa, 18 de Janeiro de 2012 – O Movimento Liberal Social (MLS), em reacção à previsível supressão de três ou quatro feriados na sequência das negociações de concertação social, declara-se contra a eliminação dos feriados nacionais dos dias 5 de Outubro e 1 de Dezembro. Trata-se de duas datas cruciais da história nacional, que continuam hoje plenas de significado.
O Primeiro de Dezembro, Dia da Restauração, marca o início de uma revolta que congregou o povo português contra o domínio espanhol e que garantiu, após décadas de resistência, a existência do próprio Estado português que hoje temos.
O Cinco de Outubro, Dia da Implantação da República, marca o início do actual regime republicano, pondo fim à monarquia, regime fundado na desigualdade dos cidadãos perante a lei e na hereditariedade de transmissão do poder.
Estes feriados são essenciais para a compreensão do moderno Estado português. De tal forma, que nem a ditadura salazarista os pôs em causa.
O MLS compreende que a supressão de feriados pode ser necessária, mas entende que, assim sendo, a supressão deverá ser feita primordialmente nos feriados que ferem o princípio da separação entre Estado e religião. De entre esses, há três feriados que não têm, hoje, qualquer significado para a esmagadora maioria da população: Corpo de Deus (feriado móvel numa quinta-feira de Maio ou Junho), Assunção de Maria (15 de Agosto) e Imaculada Conceição (8 de Dezembro).
O Movimento Liberal Social não aceita que a supressão destes feriados possa depender de negociações com a Igreja Católica nem de quaisquer “contrapartidas” eventualmente a oferecer a essa confissão religiosa. A Igreja é uma organização social sem poderes políticos e não pode arrogar-se qualquer legitimidade para definir como deverá o Estado português – que é o Estado de todos os portugueses, e não apenas dos portugueses católicos – actuar.
O blogue Aventar está a promover um concurso de blogues. Podem votar no Diário Ateísta para melhor blogue de «Religião/Espiritualidade(*)» nesta página (ligeiramente abaixo do meio da página, que é longa).
(*) Este é, sem dúvida, o melhor blogue de crítica da religião. E a religião necessita mesmo é de críticas.
A ICAR esqueceu depressa que os feriados nacionais, a que chama religiosos, foi uma conquista devida ao conluio com o salazarismo e que a sua importância política se deve em grande parte à elevação a Estado do bairro do Vaticano, não por vontade divina mas por cedência de um amigo do papa, do peito e da hóstia, – Benito Mussolini.
A notícia de que o 5 de Outubro, data emblemática na fundação do regime que nos rege, se manteria, após negociações em sede de concertação social, levou a ICAR a reagir à intenção com a ameaça de que o Executivo também teria de cortar menos um feriado religioso.
«Se o Governo desistir dos dois feriados civis, compreenderá que a regra que apresentou de cedência de dois para cada lado, esperamos que seja também só um feriado religioso que peça à igreja», afirmou o porta-voz da Conferência Episcopal à TSF.
Não foi na defesa dos trabalhadores que a Igreja católica exerceu a chantagem, foi na manutenção de um feriado que assinala a improvável Assunção de Nossa Senhora ao Céu, evento de que se desconhece a data, o itinerário e o meio de transporte.
A Conferência Episcopal Portuguesa silenciou todos os crimes da ditadura e ignorou a perseguição aos bispos António Ferreira Gomes e Sebastião Resende, mas vem agora, depois da vergonhosa cedência do Governo português com a Concordata, ameaçar o Estado laico com a exigência de lhe impor feriados em datas exclusivas dos católicos, violando o princípio da separação do Estado e das Igrejas e ferindo a laicidade.
A Igreja católica não está ao nível do Estado democrático e consentir que a teocracia do Vaticano discuta em pé de igualdade com um Governo sufragado é abdicar da soberania e transformar o País em sacristia.
Hoje, realiza-se o já habitual (mensal) encontro Ateísta e Humanista de Lisboa. O local do encontro será na Loja de História Natural, na Rua do Monte Olivete, 40, a partir das 20:00.
Para mais informações (e notificações automáticas), visitar o site dos encontros.
O Vaticano e o governo cubano estão organizando um encontro entre o papa Bento XVI e o ex-presidente cubano Fidel Castro em ocasião da visita do pontífice em março à ilha comunista, indicou nesta segunda-feira o site Vatican Insider.
Funcionários cubanos e o núncio apostólico, monsenhor Bruno Musaro, estão organizando o encontro, indica a página, que é considerada uma referência em informações ligadas à Santa Sé.
Gritos de “Igreja corrupta”, “papa criminoso”, “liberdade” e “Não à violência” foram ouvidos hoje em um protesto na Praça de São Pedro, no Vaticano. Os manifestantes, que se identificam como membros do movimento Indignados Internacional, se reuniram em frente aos aposentos do papa Bento XVI.
Provenientes de vários países europeus, como Espanha, França e Itália, afirmavam que “o Vaticano deve pagar os impostos como todo o mundo”, mostrando sua inconformidade com os benefícios fiscais que a Santa Sé recebe em diferentes partes do mundo.
O Vaticano vai celebrar esta terça-feira a festa se Santo Antão, padroeiro dos criadores de gado e protetor dos animais, numa cerimónia presidida pelo cardeal Angelo Comastri, vigário do papa para o pequeno Estado.
A celebração está marcada para a Praça de São Pedro, junto da qual vai ser montado um “estábulo a céu aberto”, adianta o Serviço de Informação do Vaticano (VIS).
Nota: A Agência não esclarece se a bênção garante o Paraíso à alma dos animais.
O Diário de uns ateus é o blogue de uma comunidade de ateus e ateias portugueses fundadores da Associação Ateísta Portuguesa. O primeiro domínio foi o ateismo.net, que deu origem ao Diário Ateísta, um dos primeiros blogues portugueses. Hoje, este é um espaço de divulgação de opinião e comentário pessoal daqueles que aqui colaboram. Todos os textos publicados neste espaço são da exclusiva responsabilidade dos autores e não representam necessariamente as posições da Associação Ateísta Portuguesa.