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Mês: Janeiro 2011

31 de Janeiro, 2011 Carlos Esperança

Dificuldades de evangelização católica

Pobreza e injustiças sociais, mau governo, persistente insegurança, dificuldade de empreender o caminho da democracia em muitos países, corrupção, urgência da reconciliação e da formação integral da pessoa: estes os desafios da evangelização que sobressaem da análise realizada no IV Encontro africano do FIAC (Forum Internacional da Acção Católica), que se realizou em Dacar, no Senegal, na semana passada.

Nota: Como explicar tamanha devoção em Portugal, Espanha e Países da América Latina quando as ditaduras eram violentas e a pobreza insuportável !???

– Como explicar a devoção dos países islâmicos que vivem na miséria e na fé ??

31 de Janeiro, 2011 Carlos Esperança

Foram-se as indulgências (Conto)

Jerónimo Felizardo estava a aliviar o luto a que a perda da amantíssima esposa, Deolinda, o obrigara. Não se pode dizer que lhe fora muito dedicado em vida nem excessivamente fiel. Mas habituara-se a ela como um rafeiro ao dono que o acolhe.

Sentia-lhe agora a falta. Deolinda de Jesus dera-lhe tudo. Mesmo tudo. Até o que é obrigação e nela nunca foi devoção e, muito menos, entusiasmo. Deu-lhe independência económica, boa mesa, respeito e uma filha. Deixou-lhe uma pensão de professora, metade do ordenado do 10.o escalão, que acrescentava a outros proventos e o punham ao abrigo de sobressaltos.

Com a filha não podia contar. Fora para Lisboa frequentar a Universidade Católica, a cujo curso e influência deve hoje o desafogo em que vive e o lugar importante no Ministério. Metera-se no Opus Dei e enjeitou a família. Mesmo a mãe, a quem fora muito chegada, só lhe merecera duas breves visitas nos três anos de doença prolongada com que Deus quis redimi-la do pecado original.

Era natural que substituísse as visitas por orações, que não exigiam deslocações nem hora certa, que haviam de prolongar a vida e o sofrimento, assim Deus a ouvisse. E ouvi-la-ia de certeza porque, além de omnipotente e omnisciente, vinham duma devota fiel à instituição que o Papa amava quase tanto como à bem-aventurada Virgem Maria.

A poucos meses de fazer meio século Jerónimo empanturrava-se de comida que Carolina, afilhada do crisma de D. Deolinda, se esmerava a cozinhar com um desvelo que a filha nunca revelara. Bem sabia que a gula era um pecado capital mas que a prática e o exemplo eclesiástico largamente tinham despenalizado. Nem mesmo o Prefeito para a Sagrada Congregação da Fé, tão cioso guardião da moral e dos bons costumes, o valorizava demasiado. A gula não é propriamente a luxúria, que é das maiores ofensas feitas a Deus, pecado dos maiores e, de todos, o que mais contribui para a perdição da alma.

Em tudo o mais era Jerónimo um viuvo exemplar. Dera-se à tristeza e à oração. Arrependia-se das vezes em que não cumpriu o dever da desobriga, da frequência escassa à eucaristia, das missas a que faltou, em suma, das obrigações de cristão que não cumpriu com a intensidade, duração e frequência que recomendava a Santa Madre Igreja. Mas, de tudo, o objecto maior de arrependimento era o adultério que cometera e em que, sempre confessado, reincidiu.

Mas isso terminara há muitos anos. A infeliz que seduzira casara e virara fiel ao marido a quem agradecia tê-la recebido canonicamente apesar de saber que já não ia como devia. Conformado, não se importando de ficar com mulher que já não ia inteira, nunca suspeitou de ornamentos de homem casado, sempre julgou que o autor era um antigo namorado que a morte por acidente impediu de reparar a desonra.
Desse pecado se redimira já, pela confissão, penitência e promessa de nunca mais pecar. Agora, à castidade que se impunha, ao cumprimento dos mandamentos a que se devotara, juntava uma vontade forte de conquistar indulgências nesse ano 2000 do Grande Jubileu.

Bem sabia que as indulgências requerem sempre a confissão sacramental, a comunhão eucarística e a oração pelas intenções do Papa, condições sine qua non para a sua obtenção. Quanto às disposições para a sua aquisição não era difícil cumpri-las. Bastava peregrinar a uma Basílica, Igreja ou Santuário designado para o efeito, e eram várias as opções na diocese, e rezar o Pai-nosso, recitar o Credo em profissão de fé e orar à bem-aventurada Virgem Maria, tarefas de que se desobrigava com prazer e entusiasmo. Mesmo a recomendável contribuição significativa para obras de carácter religioso ou social estava ao seu alcance e não deixaria de fazê-lo.

Embora gozando de excelente saúde e de razoáveis análises nunca é demasiado cedo para o sincero arrependimento e cuidar da alma. Veio a calhar o ano do Grande Jubileu que Sua Santidade avisadamente instituiu nesse Ano da Graça de 2000.

Jerónimo tomou como bênção do Céu ter ficado Carolina a cuidar dele. Antes de se recolher ao quarto rezavam os dois, todos os dias, por D. Deolinda, Esposa e Madrinha, respectivamente, para que a sua alma mais célere entrasse no Paraíso, aliviada das penas do Purgatório.
Passava os meses dedicado à oração, à penitência e à agricultura, outra forma de penitência que alguns teólogos interpretam como a mensagem do anjo do 3.o segredo de Fátima. Disse-me um crente praticante, e não incréu militante, que a penitência que o anjo três vezes pediu era uma forma de exigir dedicação à agricultura, modo de empobrecer e salvar a alma, vacina contra os sectores secundário e terciário onde os homens perdem a fé e a Igreja os fiéis.

No primeiro dia de Maio, a seguir ao jantar, horas depois dos comunistas ateus se terem manifestado nas ruas de Lisboa e Porto, enquanto Carolina ficou a arrumar a cozinha, foi Jerónimo ao mês de Maria, acto litúrgico que na sua cidade de província sobreviveu à conversão da Rússia e à consagração do Mundo ao Imaculado Coração de Maria.

À saída da igreja entrou no carro, dirigiu-se à quinta que distava duas léguas da cidade, deu um bocado de conversa ao caseiro e uma olhadela às vitelas, distribuiu-lhes ele próprio um pouco de ração, mandou verificar a pedra que tapava o buraco das galinhas para protegê-las da raposa, deu a bênção aos afilhados, filhos do caseiro, e regressou à cidade onde viveu em vida de D. Deolinda, por vontade dela que detestava a lavoura e o campo, e vivia agora por hábito e fidelidade à memória da falecida.

Ao regressar a casa admirou-se de ver todas as luzes acesas, excepção para o seu quarto que a luz do corredor iluminava discretamente.
Ia entrar em busca da santa Bíblia quando, sobre uma colcha de seda, na cama, deparou com o corpo esbelto de Carolina, esplendorosa escultura de 20 anos à espera de ser percorrida, vestida apenas de penumbra e longos cabelos castanhos esparsos sobre o peito, donde brotavam túmidos mamilos à espera de afago.

O quarto parecia iluminar-se progressivamente. Já uns lábios carnudos se ofereciam sequiosos e um corpo arfava em pulsações rápidas, num incontido furor de ser possuído, numa ânsia insuportável de ser saciado, primícias ávidas em busca de serem saboreadas.
Jerónimo sentiu sobrar-lhe roupa e minguar-lhe a resistência.

Foram-se as indulgências…

30 de Janeiro, 2011 Carlos Esperança

Espanha – A ICAR parasita o Estado

O Estado tira 300 euros a cada espanhol para dá-los à Igreja Católica

Em pleno século XXI, em Espanha ainda está por conquistar a separação do Estado e da Igreja com o que isto representa de direitos para todos.

Isto suporia a anulação dos acordos franquistas e a sua continuação, uma escola pública e laica, a não participação dos responsáveis públicos em actos de carácter religioso e que não utilizem símbolos religiosos nos actos públicos, assim como o auto-financiamento das igrejas, e que não se lhes permita a apropriação ilegal e ilegítima do património público e privado.

29 de Janeiro, 2011 Ricardo Alves

Turcos unidos contra o fundamentalismo

De bebida alcoólica na mão, os turcos reúnem-se hoje nas praças das cidades para desafiar as leis islâmicas fundamentalistas dos «islamistas moderados» do partido AKP (no poder).

Ergam um copo à saúde deles…

29 de Janeiro, 2011 Carlos Esperança

Coreografia ao serviço da fé

Renovação Carismática contém fuga de católicos

As missas da paróquia de Nossa Senhora Mãe da Igreja atraem milhares de fiéis na Vila Paris, em Belo Horizonte, onde padre Danilo Mamede Campos Rodrigues aderiu há 25 anos à Renovação Carismática Católica (RCC).

São missas de cura e libertação, com intensa participação de homens, mulheres e crianças, que cantam e agitam os braços com entusiasmo, voz forte e rosto alegre, no mesmo estilo das celebrações de padre Marcelo Rossi e da Canção Nova, cujos santuários e programas de televisão são demonstrações de fé e devoção.

29 de Janeiro, 2011 Carlos Esperança

A coerência de B16 está ao nível da ICAR

Papa assinou documento a questionar celibato

A carta é datada de 1970, quando Joseph Ratzinger tinha 42 anos. O jornal “El País” publicou a notícia citando um diário alemão.

O Papa Bento XVI assinou um texto, datado de Fevereiro de 1970 e juntamente com outros teólogos, onde questionava o celibato. A notícia é publicada hoje no jornal “El País” e cita o diário alemão “Süddeutsche Zeitung”. Joseph Ratzinger tinha na altura 42 anos.

29 de Janeiro, 2011 Carlos Esperança

A ICAR e o preservativo_1

A ICAR está para o preservativo como o islão para o toucinho. O bom senso não é o forte das religiões e a compaixão não consta dos seus valores. Bastaria o drama de África, onde a epidemia da SIDA grassa de forma devastadora, encaminhando o Continente para uma hecatombe, para abdicar de um dogmatismo estulto e criminoso.

Há tempos este Papa parecia reconhecer a eficácia do preservativo como método para a prevenção do terrível flagelo e aceitá-lo. Perante a estupefacção de alguns e a satisfação de muitos, dado o poder de que goza a Igreja católica, parecia assistir-se a uma pirueta de 180 graus na posição tradicional do Vaticano.

Foi sol de pouca dura. Até a Conferência Episcopal Espanhola (CEE) imediatamente reagiu, desautorizando o Papa, e reiterando que a castidade e a fidelidade matrimonial eram os meios adequados à prevenção da SIDA tendo insistido na canónica linguagem: «o uso do preservativo é imoral».

Os beatos preconceitos da santa malta celibatária são, uma vez mais, um obstáculo às campanhas de saúde pública, um entrave à prevenção das epidemias e um estorvo ao bem-estar humano. Intérpretes encartados de um Deus cujo prazo de validade há muito se extinguiu, arautos de uma moral anacrónica, zeladores intransigentes do sofrimento, continuarão a ser cruéis, obsoletos e hipócritas.

Combater a SIDA é uma obrigação para salvar vidas humanas. Desacreditar as Igrejas é uma medida sanitária imprescindível à felicidade humana.  Dentro de poucos anos um Papa qualquer pedirá perdão pelos crimes do actual, tal como o anterior pediu pelos dos seus antepassados, sempre sobre os escombros das sociedades a que levaram a angústia, a dor e a morte.

28 de Janeiro, 2011 Carlos Esperança

Acto de contrição

Em 2006, o Papa visitou o campo de extermínio de Auschwitz, e o memorial de Yad Vashem, em Jerusalém, em 2009. “Que o holocausto induza a humanidade a reflectir sobre a imprevisível potência do mal quando este conquista o coração do homem”: é uma dentre as muitas considerações que o Santo Padre já fez a respeito do tema.

“Falar nesse lugar de horror, de acumulação de crimes contra Deus e contra o homem é uma tarefa quase impossível”, disse o Papa quando esteve em Auschwitz. “É particularmente oprimente para um cristão, para um Papa proveniente da Alemanha”, ressaltou na ocasião.

Ustashas, os genocidas "ocultados" pela História

28 de Janeiro, 2011 Carlos Esperança

Vaticano preocupado com o aliado

O escândalo sexual protagonizado pelo PM italiano Silvio Berlusconi preocupa a Santa Sé, admitiu o secretário de Estado do Vaticano, cardeal Tarcisio Bertone. Segundo o cardeal, a Santa Sé “continua preocupada” com a acusação de prostituição de menores de Berlusconi e pediu “moralidade”. De acordo com documento divulgado por promotores, um número “significativo” de jovens mulheres se prostituiu para Berlusconi.

Comentário: A preocupação só aparece por se ter tornado pública.