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Mês: Novembro 2010

14 de Novembro, 2010 Carlos Esperança

A religião como veículo do ódio (2)

O antijudaísmo cristão lançou os alicerces do anti-semitismo racial e genocida ao estigmatizar não só o judaísmo, mas também os próprios judeus como alvo do opróbrio e do desprezo. Assim, as teorias nazis encontraram um solo fértil para plantar o horror de uma tentativa de genocídio sem precedentes.

Conferência Católica dos Estados Unidos, Catholic Teaching
on the Shoah
: Implementing the Holy See’s «We Remember» (2001)

14 de Novembro, 2010 Carlos Esperança

A religião como veículo do ódio

Algumas pérolas do Alcorão:

Sura 9:29-33:
“Os judeus dizem: “O Messias é filho de Deus”; os cristãos dizem: “Jesus é filho de Deus”. Tais são as palavras de suas bocas; repetem, com isso, as de seus antepassados incrédulos. Que Allah os destrua! (…)

Sura 47:2-4:
“Quando você encontrar incrédulos, CORTE-LHES AS GARGANTAS E ESPALHE O SANGUE DELES (…) E CONTINUE CAUSANDO UM BANHO DE SANGUE ATÉ QUE DOMINE A TODOS. MATAI-OS ONDE QUER QUE OS ENCONTREIS.”

Sura 9:122-123:
“Ó fiéis, combatei os vossos vizinhos incrédulos para que sintam severidade em vós; e sabei que Deus está com os tementes.”

Sura 4:56:
Aqueles que negam os nossos sinais, “DEVEMOS QUEIMÁ-LOS NO FOGO. SEMPRE QUE SUAS PELES ESTIVEREM TOSTADAS (…)”

13 de Novembro, 2010 Ludwig Krippahl

ECR 2: Evolução.

O décimo sétimo capítulo do livro Educação, Ciência e Religião (ECR) responde afirmativamente à pergunta «Pode defender-se a teoria da evolução e, ao mesmo tempo, acreditar em Deus?»(1). É evidente que se pode defender qualquer coisa independentemente do que se acredita. Basta ignorar qualquer inconsistência que daí advenha. Mas a forma como os autores respondem à pergunta revela uma compreensão imperfeita desta teoria que querem compatibilizar com a sua fé, alegando que «o nexo natural, causal e criativo dos eventos é, em si mesmo, a acção criativa de Deus. […] Uma imagem desta posição é pensar em Deus como um compositor, sendo a evolução a sua música, caracterizada por uma complexa beleza.»

Podemos calcular a distribuição de probabilidade para o número de vezes que uma moeda calha coroa em cem lançamentos, ou outras estatísticas do género, porque podemos modelar a complexidade das colisões entre a moeda, o dedo que a empurra, as moléculas do ar e a mesa considerando tudo isto como um processo aleatório. Mas só se assumirmos que o resultado não é determinado por algum ser inteligente a agir sobre a moeda. Se assim for, então o cálculo de probabilidades deixa de fazer sentido. Não poderemos tratar o resultado como uma variável aleatória, nem assumir que os lançamentos são independentes, nem nada do que precisamos para este modelo probabilístico.

Por isso, se perguntarmos a um matemático qual o resultado esperado, e o intervalo de 95% de confiança, para cem lançamentos da moeda assumindo que «o nexo natural, causal» desses lançamentos é «a acção criativa de Deus», a única resposta possível é “sei lá”. Não há forma de modelar isso.

Com a evolução temos o mesmo problema. Se assumirmos que factores como mutações, a segregação dos genes na meiose e o sucesso reprodutivo dos organismos resultam de processos naturais complexos mas sem inteligência, então podemos modelá-los como variáveis aleatórias inferindo das frequências observadas as suas probabilidades. Os modelos da genética de populações são mais complexos que o da moeda mas assentam nos mesmos princípios. E, tal como o da moeda, estarão completamente errados se a evolução for guiada por um ser inteligente. A teoria da evolução é incompatível com esse “Deus compositor”, da mesma forma, e pelas mesmas razões, que a distribuição binomial não serve para descrever o processo de escolher deliberadamente um dos lados da moeda.

Por isso, é inevitável o conflito entre a teoria da evolução e qualquer forma de criacionismo inteligente, mesmo que seja o criacionismo light dos católicos. Partindo do pressuposto que a evolução é um processo natural incapaz de pensar ou antecipar resultados futuros, a teoria da evolução consegue descrever a origem das espécies com muito mais detalhe e rigor do que qualquer alternativa. O que justifica rejeitar a hipótese de haver propósito ou inteligência na evolução, tal como se rejeita que a moeda seja controlada por extraterrestres quando se comporta exactamente como esperado de uma moeda a cair na mesa.

É certo que, para as religiões, a moeda cair por processos naturais não levanta qualquer problema. O problema está apenas na nossa origem, pela premissa alegadamente humilde de sermos a obra mais especial do criador do universo. Essa hipótese leva com um balde de água fria se, afinal, formos produto de bioquímica e selecção natural. Mas a ilusão de quem procura sentido para a sua vida no propósito de um ser imaginário é irrelevante para aferir estes factos. A verdade é que a melhor descrição que temos para a origem dos seres vivos que povoam agora a Terra depende de assumir que não há qualquer propósito ou inteligência na evolução.

Quem, por algum motivo pessoal, optar por um modelo de criação inteligente – muito pior porque, parafraseando o Ricky Gervais, não dá quaisquer detalhes (2) – adopta uma posição inconsistente com a teoria da evolução. Porque se assume «Deus como um compositor, sendo a evolução a sua música», então os modelos probabilísticos que a teoria da evolução gera não fazem qualquer sentido. Se a vida na Terra fosse uma criação inteligente, deliberada e propositada, seria incorrecto modelá-la da forma como a teoria da evolução o faz.

1- Alfredo Dinis e João Paiva, Educação, Ciência e Religião, Gradiva 2010.
2- Como podem ver neste vídeo.

Em simultâneo no Que Treta!

12 de Novembro, 2010 Carlos Esperança

Cruedade religiosa e demência islâmica

Um tribunal paquistanês condenou à morte uma mulher cristã, mãe de cinco filhos, por blasfêmia, provocando a revolta de grupos de defesa dos direitos humanos nesta quinta-feira.

Asia Bibi, de 45 anos, recebeu sua sentença na segunda-feira em uma corte do distrito de Nankana, na província central de Punjab, a 75 quilómetros de Punjab.

Comentário: O racismo, a xenofobia e o espírito misógino no seu máximo esplendor. A blasfémia é um delito medieval incompatível com a democracia e o livre-pensamento.

11 de Novembro, 2010 Carlos Esperança

O Islão e o Alcorão

Por

C.  S.  F.

Desconhecemos quase totalmente a História e a doutrina da religião islâmica.
Sendo das principais religiões do mundo e abarcando povos que pertencem à imigração recente europeia e às potências emergentes, como a Indonésia, Irão, Índia, China, está à nossa porta e convém conhecê-la, até para evitar conflitos inúteis com os seus seguidores.

RELIGIÃO ISLÂMICA  E O SEU LIVRO, O ALCORÃO

A religião islâmica está edificada sobretudo a partir do judaísmo e cristianismo,

A sua doutrina é composta de fragmentos das doutrinas daquelas duas religiões.

Como a coerência e perfeição de argumentação destas já apresenta algumas fragilidades, neste caso, uma análise crítica, mesmo superficial, encontra argumentos que fazem desmoronar partes levando rapidamente ao desmoronamento de todo o edifício.

Os acontecimentos narrados e que constituem o motivo da fundação desta religião tem uma dimensão local e vêm quase sempre da tradição oral em língua árabe que tem inúmeras variações idiomáticas e regionais e de muito difícil tradução para outras línguas.

Por isso todos os muçulmanos, por imposição do poder religioso, recitam em árabe o Alcorão, mesmo que falem línguas muito diferentes e pouco entendam dessa língua, deixando aos sacerdotes e eruditos a capacidade de compreenderem realmente os textos (do mesmo modo que os católicos eram privados até há pouco tempo do mesmo entendimento do seu livro sagrado, a Bíblia, em latim, aqui uma situação mais grave, por ser uma língua morta…).

11 de Novembro, 2010 Carlos Esperança

A ICAR e a escravatura

BANDIDO CRUEL

Por
Abraão Loureiro

Lucas nasceu escravo – de propriedade do padre José Alves Franco – em Belém, perto de Cachoeira, contígua a São Félix, na fazenda Saco do Limão. Segundo as descrições da época era “alto, espadaúdo, tinha rosto comprido, barba e olhos grandes”. O historiador Melo Moraes Filho creditava a ele as qualidades da gratidão e da caridade, porém, que ninguém se engane com esse perfil. Lucas de Feira era um homem que muitas vezes tratava suas vítimas com requintes de perversidade. Chegou a pregar o lábio de um capturado a uma árvore, prometendo se vingar caso ainda o encontrasse ali em seu retorno. Numa ocasião, atacou uma família, ferindo o filho, matando o pai, seviciando a filha. Chegou a crucificar num pé de mandacaru uma virgem que se recusou a submeter-se ao estupro.

O artigo completo pode ser lido aqui:

Obs: Para que conste que a religião cumpria a bíblia tendo o padre escravos de sua propriedade.

11 de Novembro, 2010 Carlos Esperança

A incursão do Papa Bento XVI em Espanha

A reincidência das visitas a Espanha, desta vez na simples qualidade de peregrino, e a indisfarçável agenda política que move Bento XVI, só encontram paralelo no combate do clero católico, especialmente do seu episcopado, às leis que ampliaram a esfera da liberdade pessoal relativa ao matrimónio, divórcio e aborto.

Não está em causa o direito à livre circulação e às convicções do Papa, mas é intolerável a ingerência nos assuntos internos do País visitado, bem como afirmações incendiárias capazes de detonar confrontos.

A laicidade agressiva, de que o papa acusa Espanha, é uma impossibilidade conceptual já que a laicidade é neutra, ao contrário do clericalismo, a lembrar a crueldade dos Reis Católicos para com os judeus e a evangelização espanhola dos índios sul-americanos.

As canonizações em série de mártires da guerra civil espanhola foram uma provocação aos vencidos e a reabilitação de um dos mais sinistros ditadores mundiais, que gozou da total cumplicidade da Igreja católica. Foi a reabertura de feridas profundas num povo dilacerado pela violência e crueldade dos dois lados da barricada.

O silêncio e a cumplicidade perante os fuzilamentos que, durante anos, se seguiram à guerra civil de 1939/45, fizeram com que os espanhóis odiassem ou amassem em simultâneo o fascismo e a Igreja católica, uma divisão cujas feridas os dois últimos papas reabriram de forma perversa, sem qualquer sinal de arrependimento pelo apoio a Franco, às execuções, ao garrote e ao rapto de crianças de pais assassinados.

Ao comparar o anticlericalismo espanhol dos anos 30 com o secularismo actual, o Papa não se limitou a fazer uma provocação a um país soberano, incitou a Espanha, que goza de liberdade religiosa, a repetir a mais cruel e demente tragédia do século passado.

A raiva de Bento XVI contra o secularismo, a laicidade, o livre-pensamento e o ateísmo são obsessões que preenchem a sua agenda política. As visitas a Espanha não são actos cordiais, são ingerências nos assuntos internos de um país democrático.

O desprezo e a contestação a Bento XVI são um sobressalto cívico de uma Europa onde assomam de novo as ameaças de guerras religiosas e o papa católico se comporta como agitador.