30 de Novembro, 2010 Carlos Esperança
Diário Ateísta – 7.º aniversário
Há sete anos um grupo de ateus decidiu criar este blogue e, graças à dedicação de vários colaboradores, tem cumprido os fins a que se propôs. Dia após dia, mês a mês, todos os anos, cumpriu o objectivo de desmascarar as mentiras religiosas, os interesses do clero e o obscurantismo pio.
A religião católica sempre gozou de privilégios e foi favorecida pela ditadura salazarista com a qual, salvo honrosas excepções, o clero viveu em promíscuo contubérnio, sem se saber onde começava o braço da censura política e acabava o da religiosa. A ICAR foi firme apoiante da guerra colonial, da discriminação legal das mulheres, da proibição do divórcio, da criminalização da IVG, da hegemonia dos homens sobre as mulheres, do partido único e de imensas injustiças que só as sociedades livres conseguem erradicar.
Respeitando os crentes, o Diário Ateísta entra hoje no 8.º ano de existência, infatigável e firme na luta contra crenças que intoxiquem os cidadãos, envenenem as relações entre pessoas e comprometam a paz.
O DA não pensa que a Igreja católica seja pior do que outra qualquer, pela natural razão de que não há uma única prova da existência dos deuses criados pelos homens para cada uma delas, nem leva a sério a vontade que o seu clero atribui ao deus privativo.
Cada religião considera falso o deus de todas as outras e, certamente, nesse ponto, todas têm razão. Nós, ateus, só consideramos falso mais um o que nos leva a pensar que todos somos ateus.
O inventário dos malefícios que todas as religiões causaram ao longo dos séculos, dos crimes que cometeram, do progresso que tolheram e das superstições que espalharam, será feito diariamente neste espaço, criado exclusivamente por ateus, e sobretudo para ateus, sem nos deixarmos intimidar pelos ataques informáticos de que já fomos vítimas nem pelo ódio que nos devotam os avençados do divino.
O DA continuará a denunciar, como até aqui, a indústria dos milagres, o negócio das indulgências, o tráfico das relíquias, a orquestração das peregrinações, as encenações litúrgicas e o saque dos dinheiros públicos para o proselitismo pio.
Não pouparemos o imperialismo sionista dos judeus das trancinhas que fazem a guerra com base numa herança divina registada na Tora, não seremos meigos para o fascismo islâmico que aliena crentes nas mesquitas e madraças e transforma homens em suicidas e assassinos, nem nos conformaremos com a indústria da santidade que põe cadáveres a fazerem milagres que rendem emolumentos ao Vaticano. Não ficaremos insensíveis aos que adoram vacas e dividem as pessoas em castas nem a seitas mais novas que fazem milagres em directo para gáudio dos supersticiosos e incremento do dízimo.
Fiel à Declaração Universal dos Direitos do Homem e ao respeito pela Constituição da República Portuguesa, o Diário Ateísta manter-se-á defensor do pluralismo ideológico, da laicidade do Estado e do livre-pensamento.