Druidismo reconhecido como religião
Um dos maiores progressos das instituições democráticas deve-se á secularização e ao avanço da laicidade, nem sempre pacífico.
As Igrejas começaram por deter o poder temporal e só o perderam quando a repressão política as submeteu. Depois disso nunca mais desistiram de o compartilhar, quantas vezes à custa da vassalagem. A título de exemplo, e no que se refere à Igreja católica, em Portugal, a Concordata não permitia a nomeação de bispos sem o aval do Governo. Retribuindo, a PIDE perseguia quem condenasse a religião protegendo a cúmplice e o seu clero.
Na Europa, as democracias, declaram-se inaptas para reconhecer milagres, estabelecer o diagnóstico diferencial entre as várias religiões, para avaliar qual é a mais verdadeira, e nenhum governante passa certificados sobre o valor da eucaristia ou fornece código de barras para a água benta.
A laicidade faz com que o Estado legisle com absoluto desprezo pelo direito canónico e as Igrejas organizem a liturgia sem necessidade de licença camarária. Por mais que lhes custe não há Igrejas de primeira e de segunda, designações que ficam reservadas para os géneros alimentícios.
Não admira, pois, que o druidismo, culto céltico que venera os espíritos da natureza, seja reconhecido como religião no Reino Unido, como indicou ontem a Comissão das Organizações Caritativas britânicas.
A decisão torna-se relevante porque sendo o Druid Network criado com fins que têm em vista a promoção da religião e o interesse público, pode assim beneficiar de um estatuto fiscal mais vantajoso. E o dinheiro comanda a fé.
O druidismo é o primeiro culto pagão a ser reconhecido como religião no Reino Unido e é difícil não lhe dar razão. O culto dos espíritos é o ganha-pão de qualquer religião e este teve origem na Irlanda e no Reino Unido, tendo vários milhões de seguidores em todo o mundo.
Perfil de Autor
- Ex-Presidente da Direcção da Associação Ateísta Portuguesa
- Sócio fundador da Associação República e laicidade;
- Sócio da Associação 25 de Abril
- Vice-Presidente da Direcção da Delegação Centro da A25A;
- Sócio dos Bombeiros Voluntários de Almeida
- Blogger:
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- Avenida da Liberdade http://avenidadaliberdade.org/home#
- Colaborador do Jornal do Fundão;
- Colunista do mensário de Almeida «Praça Alta»
- Colunista do semanário «O Despertar» - Coimbra:
- Autor do livro «Pedras Soltas» e de diversos textos em jornais, revistas, brochuras e catálogos;
- Sócio N.º 1177 da Associação Portuguesa de Escritores
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