Hitler e os livre pensadores alemães
A Liga dos Livre Pensadores Alemães foi fundada em 1881. Em 1930 tinha 500 000 membros. Foi encerrada na Primavera de 1933, por ordem de Adolf Hitler. A sede nacional foi transformada numa repartição para dar informações ao público sobre as igrejas.
Max Sievers (a principal figura do movimento livre pensador) seria guilhotinado em 1944. Quando Hitler se vangloriou, num discurso em Outubro de 1933, de ter «eliminado o movimento ateísta», era à dissolução da Liga dos Livre Pensadores que se referia.
Noutro discurso, em Agosto de 1934, Hitler afirmou: «o Nacional Socialismo não se opõe à Igreja nem é anti-religioso, pelo contrário, está no campo de um verdadeiro cristianismo. Os interesses da Igreja não podem deixar de coincidir com os nossos no nosso combate contra os sintomas de degenerescência no mundo de hoje (…)».
Ao contrário do que pretende Ratzinger, nem Hitler era ateu nem os nazis pretendiam «erradicar Deus da sociedade». A Concordata de 1933, que foi um triunfo para ambas as partes, aconteceu justamente porque os nazis (em que se incluíam católicos como Hitler e Goebbels) concebiam um lugar para as igrejas na sociedade alemã. E Hitler favoreceu os «Cristãos Alemães», um movimento protestante abertamente racista, que destacava os aspectos potencialmente anti-semitas e racistas do cristianismo.
É portanto uma mentira reles dizer que os nazis pretendiam «erradicar Deus da sociedade», como afirmou o papa romano.
[Diário Ateísta/Esquerda Republicana]