Uma questão de dignidade
A polémica volta agora à ordem do dia com o anúncio da proibição da burca também na Bélgica.
Já aqui disse que não concordo de forma alguma que a proibição da burca seja uma contradição entre a defesa da liberdade e pôr o Estado a determinar como cada um se pode vestir.
Também não é argumento questionar se foi a própria mulher que escolheu usar uma burca, por querer adoptar o seu simbolismo.
Não o é, porque a dignidade e a liberdade não estão à disposição de ninguém para servir de moeda de troca cultural ou religiosa. São valores éticos e civilizacionais que nos compete a todos defender, e que devem prevalecer sobre quaisquer tradições culturais ou imposições, ou até opções, mais ou menos religiosas.
Talvez a imagem mais simbólica do que a burca significa seja a foto aqui ao lado.
Ela mostra bem que defender o uso da burca é, antes de mais, tolerar a submissão da mulher e o aviltamento e todo o simbolismo que lhe está subjacente.
Porque o que está verdadeiramente em questão é que uma burca não é uma simples peça de roupa!
Uma burca é um símbolo.
E mais do que um símbolo religioso ou cultural, a burca é o símbolo da submissão da mulher, e é um instrumento do aviltamento da sua dignidade, da sua honra e da sua liberdade individual.
Como pode alguém defendê-la?