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Mês: Novembro 2009

26 de Novembro, 2009 Carlos Esperança

Opus Dei: o exército do papa (masoquista)

Imagine a sua mente sendo monitorada 24 horas por dia. Você está num lugar onde não é permitido ver televisão ou ir ao cinema. Até o jornal chega editado às suas mãos. Ninguém pode ter amigos do lado de fora e o contacto com a família é restrito.

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26 de Novembro, 2009 Carlos Esperança

Abusos sexuais e cumplicidade

A Igreja católica irlandesa ocultou os abusos sexuais a menores durante décadas.

O ministro irlandês da justiça, Dermot Ahern, apresentou hoje um relatório cujas conclusões asseguram que a conivência entre a hierarquia eclesiástica e as autoridades do estado, entre elas a polícia e o ministério público, serviu para proteger os padres pederastas e evitar escândalos.

As autoridades ajudaram quatro bispos a esconder os abusos dos padres da arquidiocese de Dublín, que teve imunidade para transgredir a lei, de acordo com o relatório que elaborou o juiz Yvonne Murphy.

Ler em El País

26 de Novembro, 2009 Carlos Esperança

Fundações católicas e o genocídio do Ruanda…

Por

E – Pá

A fundação maiorquina L’Olivar e a catalã Inshuti, são apontadas (acusadas) como ONG’s financiadoras da Frente Democrática para a Libertação do Ruanda (FDLR). Esta milícia hutu acusada de inúmeros crimes de guerra e contra a Humanidade (assassinatos contra populações civis, violações em massa, recrutamento de “meninos-soldados”…) – segundo relata, hoje, o jornal El Pais – recebeu regularmente apoio político, logístico e financeiro  de pessoas pertencentes a estas instituições religiosas espanholas. link

Estas informações veiculadas por peritos da ONU, embora os responsáveis pelas fundações espanholas as desmintam, baseiam-se em testemunhos, e-mails, escutas telefónicas e recibos de transferências monetárias.

Estas suspeitas – a confirmarem-se – envolvem instituições religiosas num dos mais horrorosos e aviltantes crimes de genocídio que, a par com o de Dafour, o Mundo conheceu nos últimos anos.
Para a ICAR, é o total desprestigio do papel “apaziguador” que a Igreja vem fazendo passar como protagonista neste massacre que, há anos, devasta o Congo.

Mais, para além de ser um crime contra a Humanidade, a indiciada colaboração fere mortalmente a credibilidade ética da ICAR no mundo actual.

É um arrepiante exemplo da política colaboracionista com o Horror.

Estes actos facínoras, a comprovarem-se as acusações, tornaram os seus protagonistas nums indignos e miseráveis sacerdotes do Terror.

25 de Novembro, 2009 Miguel Duarte

1º Reunião de Trabalho da Associação Humanista

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Irá decorrer no próximo dia 9 de Dezembro, no Espaço Fábulas no Chiado, a 1ª reunião de trabalho, aberta a todos os interessados, para preparação da fundação de uma futura Associação Humanista em Portugal.

Mais informações aqui.

25 de Novembro, 2009 Luís Grave Rodrigues

A exigência do Sr. Bispo

Convidado para uma palestra nas jornadas parlamentares do PSD, o Bispo do Porto D. Manuel Clemente exigiu um debate alargado sobre o casamento homossexual.

Não contente, o Sr. Bispo ainda defendeu a realização de um referendo ao casamento entre pessoas do mesmo sexo.

E pronto: cá temos a intolerância, a defesa da discriminação e o famoso relativismo moral como argumento tipicamente católico.

Já não bastava assistirmos a um promotor de cultos primitivos da Idade do Bronze defender um referendo aos direitos fundamentais consagrados na Constituição.
Agora ainda temos de assistir a um sujeito que fez voto de celibato a – vejam só – «exigir» um debate alargado sobre a definição do casamento na lei civil.

Pois é: se o Sr. Bispo acha que o tema merece uma profunda reflexão na sociedade portuguesa, talvez lhe ficasse melhor a honestidade intelectual de promover um debate e defender um referendo sobre o acesso a pessoas do mesmo sexo já agora também… ao casamento católico.

24 de Novembro, 2009 Carlos Esperança

Monumento ao cardeal Cerejeira

cerejeira_salazar A pretexto da celebração do 50.º aniversário do monumento ao Cristo-Rei, cujo gosto não discuto, foi inaugurado no pretérito domingo um monumento ao cardeal Cerejeira. Se Almada não se regozijou especialmente com o primeiro, há boas razões para crer que não é grande o júbilo com o segundo –  tributo prestado ao prelado que foi um expoente do reaccionarismo nacional e amigo do peito do ditador Salazar.

Não discuto a estética dos monumentos mas não devo deixar passar sem reparo a ética do preito ao cardeal cuja cumplicidade com a ditadura e o ditador só teve de positivo o estímulo ao abandono da religião e ao desprezo do clero.

O cardeal Gonçalves Cerejeira não teve uma palavra de solidariedade para com o bispo honrado que discordou de Salazar – António Ferreira Gomes –, bispo do Porto, exilado durante uma década. Não se lhe conhece um único lamento face às torturas policiais, prisões arbitrárias, degredo de democratas, medidas de segurança dos tribunais plenários, perseguições, censura e ausência de quaisquer liberdades. Viveu feliz com os crucifixos nas escolas, o ensino obrigatório da religião e a perseguição aos democratas.

Erigir um monumento ao cardeal Cerejeira, é reabilitar a ditadura, branquear o passado de um cúmplice e enaltecer o comportamento da Igreja durante os anos do salazarismo.

Podia ter sido um prelado arredado da política e dos crimes da ditadura, mas não foi. Informou Salazar de que Deus o tinha escolhido por para governar o País e que não era ele, Cerejeira, quem o dizia, mas a Ir. Lúcia, dada à intimidade com o divino, que lho havia segredado. Podia ter sido neutro em relação à guerra colonial, mas preferiu animar os jovens a defenderem a civilização cristã e ocidental. Não lhes faltou, aliás, durante a guerra, com um bispo castrense para repetir essa mensagem nas colónias.

Manuel Gonçalves Cerejeira foi cardeal durante mais de 41 anos. Assistiu em silêncio à guerra civil de Espanha e aos crimes de Franco, tal como em Portugal aos desmandos da ditadura e ao terrorismo policial do seu amigo Salazar.

O bispo de Setúbal que inaugurou a estátua a Cerejeira comportou-se como o autarca de Santa Comba Dão com o museu à memória de Salazar. É a reabilitação da ditadura que está em curso, o branqueamento do fascismo e a homenagem ao tempo mais negro do século XX, em Portugal. Quando julgávamos que a Igreja, por pudor, esquecia o maior cúmplice da ditadura, há um bispo que nos lembra a matriz genética do salazarismo.

23 de Novembro, 2009 Carlos Esperança

Momento zen de segunda_23-11-09

João César das Neves (JCN), catequista ao serviço do episcopado, insiste nas homilias contra o casamento entre pessoas do mesmo sexo e reincide na defesa de todos os preconceitos pios.

É difícil explicar a um prosélito que há diferença entre pecado e crime, entre as penas do Inferno e a privação da liberdade, entre a ofensa feita ao deus de JCN e a infracção ao Código Penal.

Argumenta JCN que se o casamento entre pessoas do mesmo sexo fosse um direito não se compreendia que tivesse ficado omisso em trinta e tal anos que Portugal já leva de democracia. Esquece que os direitos, tal como a democracia, se têm conquistado contra a vontade dos seus bispos e o azedume dos seus padres. O direito que lhe provoca azia é uma conquista que não conta com a bênção eclesiástica nem com uma bula do papa. É o epílogo do longo processo que levou ao respeito pelas opções sexuais individuais que o Antigo Testamento abomina: “Um homem que se deite com outro homem como se fosse uma mulher, ambos cometeram uma abominação e deverão morrer e o seu sangue cairá sobre eles.”

Não sei se JCN prefere renegar o A.T., matar os homossexuais ou pagar a alguém que o faça por ele. Aliás, está em sintonia com o que também prescrevem o Corão e a Charia.

Na homilia de hoje, além da homofobia implícita, volta a manifestar a raiva que lhe causa a descriminalização do aborto e a legislação sobre o divórcio, terminando por afirmar que «a lei facilita a vida a marialvas, adúlteros e irresponsáveis».

Mas quereria o beato zelador dos bons costumes que se prendessem os marialvas, se enviassem para as galés os adúlteros, para as fogueiras as adúlteras e se condenassem a trabalhos forçados os irresponsáveis?

Se as leis fossem elaboradas segundo a vontade do Papa, teríamos um mundo à medida de JCN, mas regressaríamos à Idade Média, e o douto escriba seria assessor no Tribunal do Santo Ofício.