Sobre o «Portal Ateu»
Fui fundador da Associação República e Laicidade, já lá vão mais de seis anos, e continuo seu dirigente. Fui fundador da Associação Ateísta Portuguesa, mais recentemente, mas não pretendo ser mais do que associado de base: interessa-me muito mais promover a laicidade do Estado do que difundir o ateísmo, pela simples razão de que, para mim, o essencial não é que as pessoas acreditem ou deixem de acreditar em «Deus» ou na astrologia, mas, isso sim, que sejam livres e iguais independentemente da religião que tenham ou não.
Não me imagino sócio da associação «Portal Ateu – Movimento Ateísta Português». Primeiro, porque já existe uma Associação Ateísta Portuguesa, dinamizada por pessoas que sempre foram dedicadas, competentes, coerentes e leais. E porque, significativamente, a ânsia de demarcação não contribuiu para que a nova associação tivesse um nome original: ficou-se praticamente por um plágio do nome da associação que já existe e que, se tem algum grande defeito, é o de tentar conciliar indivíduos com opiniões tão fortes e díspares como os ateus. Aliás, também é significativo que afirmem não querer «bater na religião», quando o «Portal Ateu» faz isso mesmo em grande parte dos seus artigos.
Finalmente, não deixa de ser (ainda) significativo que as caras conhecidas da nova associação de ateus, o Ricardo Silvestre e o Helder Sanches, acusem a AAP de ter pouca visibilidade – e que o Portal Ateu nada tenha feito para contribuir para essa mesma visibilidade. Tudo isto me tira qualquer vontade de ser conotado com esta nova associação.
[Diário Ateísta/Esquerda Republicana]