9 de Maio, 2009 Carlos Esperança
Fé e tolerância
Há nas religiões do livro, em especial na mais implacavelmente monoteísta – o Islão – uma tara que ameaça a paz e impede a liberdade.
Só o judaísmo, pela fidelidade tribal à sua origem, resistiu à obsessão de converter os diferentes.
O cristianismo, nascido da cisão de Paulo de Tarso com o judaísmo, virou-se para o exterior e, depois de se converter em religião do Império Romano, com Constantino, lançou-se na evangelização com a violência de todos os proselitismos. Só no concílio Vaticano II, numa Europa secularizada, admitiu a liberdade religiosa, liberdade ainda encarada com azedume pelo actual pontífice que reiteradamente lembra aos fiéis ser o catolicismo a única religião verdadeira.
Por sua vez, o Islão, que não passa de um plágio grosseiro do cristianismo, incólume à cultura grega e ao direito romano, é acometido por uma formidável demência prosélita, incapaz de renunciar à espada para impor os princípios bárbaros da Idade Média em que se encontra.
As famílias cristãs de Karachi agredidas na semana passada por um grupo de talibãs, estão aterrorizadas e fechadas em suas casas” – segundo o director das Pontifícias Obras Missionárias do Paquistão, Pe. Mário Rodriguez, que manifestou preocupação pelo aumento da violência no País, provocada pelo grupo fundamentalista.
Não há respeito multiculturalista que possa compadecer-se com este ataque aos cristãos paquistaneses. Os organismos internacionais têm de considerar crime, agravado pelo racismo, as agressões, intimidações ou quaisquer outras tentativas de conversão violenta perpetradas por qualquer religião.
Os cristãos paquistaneses merecem a solidariedade do mundo civilizado tal como os judeus e cristãos perseguidos no Iraque depois da agressão americana, assim como os crentes e os descrentes de qualquer religião em qualquer parte do mundo. As conversões forçadas são crimes os países civilizados têm obrigação de erradicar.