Fé, moral e terrorismo
A igreja católica, perante a perplexidade dos crentes, encontra-se sob o escrutínio severo da comunicação social, dos pais e da maioria dos cidadãos. A moralidade que apregoa dissolve-se nos escândalos que a corroem.
O documento secreto de João XXIII, enviado aos bispos, ameaçando excomungar todos os que denunciassem os crimes sexuais cometidos pelo clero, incluindo as vítimas, veio lançar sobre o único papa que mereceu a afeição dos não crentes uma mancha indelével.
A tentação de encobrir os prevaricadores e o péssimo hábito de os transferir de paróquia veio avolumar o opróbrio que recai sobre o Vaticano, um Estado com muitas sotainas e pouca transparência.
Não interessa que o papa se pronuncie ou não sobre o recente e chocante escândalo na Irlanda. As hormonas e a liberdade devoram o último estado totalitário europeu.
João Paulo II teve de aceitar a resignação do amigo, cardeal de Viena, Hans Herman Groer, referido como seu eventual sucessor, um poço de virtudes conservadoras a cuja fulgurante carreira eclesiástica as tentações pedófilas puseram termo. Dos EUA à pia Irlanda, da Espanha à Austrália, as dúvida sobre a virtude dos padres vão aumentando a descrença no seu deus.
Pode, pois, o velho inquisidor Ratzinger vociferar contra o preservativo e exasperar-se contra o planeamento familiar que os católicos não o escutam. O declínio da fé é uma evidência nas sociedades democráticas.
Urge controlar o terrorismo islâmico onde a hierarquia religiosa ocupa uma pirâmide irregular e sem vértice que dá origem a núcleos de devotos que aceitam tão cegamente o Corão como alguns cristãos o Antigo Testamento.
A recente tentativa de um acto terrorista de dimensões colossais foi sabotada nos EUA por infiltração no grupo assassino e venda de mísseis desactivados. Assusta saber que aqueles selvagens cruéis actuavam isolados, sem ligação a qualquer rede internacional.
Eram exclusivamente movidos pela fé, esse sinónimo do ódio xenófobo, essa demência sublimada na leitura do Corão, essa convicção de que o Paraíso abarrota de virgens e de mel para facínoras que julgam que deus é grande e que Maomé é um profeta respeitável.
Perfil de Autor
- Ex-Presidente da Direcção da Associação Ateísta Portuguesa
- Sócio fundador da Associação República e laicidade;
- Sócio da Associação 25 de Abril
- Vice-Presidente da Direcção da Delegação Centro da A25A;
- Sócio dos Bombeiros Voluntários de Almeida
- Blogger:
- Diário Ateísta http://www.ateismo.net/
- Ponte Europa http://ponteeuropa.blogspot.com/
- Sorumbático http://sorumbatico.blogspot.com/
- Avenida da Liberdade http://avenidadaliberdade.org/home#
- Colaborador do Jornal do Fundão;
- Colunista do mensário de Almeida «Praça Alta»
- Colunista do semanário «O Despertar» - Coimbra:
- Autor do livro «Pedras Soltas» e de diversos textos em jornais, revistas, brochuras e catálogos;
- Sócio N.º 1177 da Associação Portuguesa de Escritores
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