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  • 25 de Maio, 2009
  • Por Carlos Esperança
  • Religiões

Fé, moral e terrorismo

A igreja católica, perante a perplexidade dos crentes, encontra-se sob o escrutínio severo da comunicação social, dos pais e da maioria dos cidadãos. A moralidade que apregoa dissolve-se nos escândalos que a corroem.

O documento secreto de João XXIII, enviado aos bispos, ameaçando excomungar todos os que denunciassem os crimes sexuais cometidos pelo clero, incluindo as vítimas, veio lançar sobre o único papa que mereceu a afeição dos não crentes uma mancha indelével.
A tentação de encobrir os prevaricadores e o péssimo hábito de os transferir de paróquia veio avolumar o opróbrio que recai sobre o Vaticano, um Estado com muitas sotainas e pouca transparência.

Não interessa que o papa se pronuncie ou não sobre o recente e chocante escândalo na Irlanda. As hormonas e a liberdade devoram o último estado totalitário europeu.
João Paulo II teve de aceitar a resignação do amigo, cardeal de Viena, Hans Herman Groer, referido como seu eventual sucessor, um poço de virtudes conservadoras a cuja fulgurante carreira eclesiástica as tentações pedófilas puseram termo. Dos EUA à pia Irlanda, da Espanha à Austrália, as dúvida sobre a virtude dos padres vão aumentando a descrença no seu deus.

Pode, pois, o velho inquisidor Ratzinger vociferar contra o preservativo e exasperar-se  contra o planeamento familiar que os católicos não o escutam. O declínio da fé é uma evidência nas sociedades democráticas.

Urge controlar o terrorismo islâmico onde a hierarquia religiosa ocupa uma pirâmide irregular e sem vértice que dá origem a núcleos de devotos que aceitam tão cegamente o Corão como alguns cristãos o Antigo Testamento.

A recente tentativa de um acto terrorista de dimensões colossais foi sabotada nos EUA por infiltração no grupo assassino e venda de mísseis desactivados. Assusta saber que aqueles selvagens cruéis actuavam isolados, sem ligação a qualquer rede internacional.

Eram exclusivamente movidos pela fé, esse sinónimo do ódio xenófobo, essa demência sublimada na leitura do Corão, essa convicção de que o Paraíso abarrota de virgens e de mel para facínoras que julgam que deus é grande e que Maomé é um profeta respeitável.

Perfil de Autor

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- Colunista do mensário de Almeida «Praça Alta»

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- Autor do livro «Pedras Soltas» e de diversos textos em jornais, revistas, brochuras e catálogos;

- Sócio N.º 1177 da Associação Portuguesa de Escritores

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