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Uma peculiar noção de «absurdo»

 

 

 

Segundo a «NBC» o Cardeal William Levada, o actual Inquisidor-Mor, que é como quem diz o presidente da Congregação para a Doutrina da Fé» afirmou do alto da sua autoridade eclesiástica que embora acredite na Evolução, em última análise não Deixa de ser Deus o criador de todas as coisas.

 

Chama-se a isto um… criacionista envergonhado!

 

Embalado, e depois de tentar convencer os mais incautos que é perfeitamente possível a compatibilidade entre a Fé e a Razão, o santo homem ainda estabeleceu como «absurda» a noção ateísta de Richard Dawkins, e outros que tais, de que a Evolução prova que não existe Deus, pois que isso está longe de estar provado.

 

É curiosa esta persistente tentativa de tanta «gente de fé» pretender colar-se à Razão, como se de repetente tivesse começado a padecer de uma espécie de complexo de inferioridade e de uma manifesta cobardia em assumir desassombradamente a sua opção pela irracionalidade da sua fé.

 

Mas o que é mais curiosa é esta peculiar noção que esta gente tem do que é «absurdo».

Diz o Sr. Cardeal que, por manifesta falta de provas, é absurdo contrapor a Evolução à existência de Deus.

 

Vejam só: o Sr. Cardeal quer «provas»!

 

Talvez assaltado por um súbito espírito racionalista, o Sr. Cardeal acha «absurdas» as estipulações que considera desprovidas de «provas».

Só que, enquanto afirma isto, o Sr. Cardeal propaga a sua fé num só Deus que são três ao mesmo tempo, no nascimento de um desses deuses feito homem de uma mulher que continuou virgem e que subiu ao Céu em corpo e alma, em paus que se transformam em cobras ou em arbustos que se incendeiam sozinhos…

 

É, de facto, uma curiosa e peculiar noção daquilo que é absurdo!…

 

 

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