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  • 4 de Dezembro, 2008
  • Por Carlos Esperança
  • Catolicismo

Catolicismo – Crise da fé

Com o aproximar da Semana dos Seminários (9 a 16 de Novembro), D. Manuel Felício, bispo da Guarda, escreveu uma carta à diocese onde pede: “Temos de continuar a semear com generosidade para termos os padres necessários à nossa Igreja Diocesana”.

Os seminários esvaziam-se onde a liberdade e o secularismo avançam. O seminário da Guarda foi um alfobre de padres até meados da década de sessenta do século passado, hoje é um cemitério de recordações pias com fotos antigas de bandos tonsurados. Então albergava largas centenas de aspirantes ao sacerdócio, hoje é uma escola reduzida a 20 alunos que as hormonas e a vergonha compelem à desistência.

Os bispos pedem orações a favor das vocações mas o céu, farto de preces, há muito que deixou de ouvir apelos beatos e as angústias dos bispos. Deus é um mito cada vez mais desacreditado e os padres uma relíquia que a tradição mantém ocupados com baptizados e funerais.

A religião criada por Paulo de Tarso – o catolicismo –, facção do judaísmo, menos ferozmente monoteísta e menos fechada, tornou-se instrumento do Império Romano com Constantino. Este déspota sanguinário, que se proclamou o 13.º apóstolo, incumbiu Eusébio de Cesareia de criar um corpo homogéneo entre 27 versões dos evangelhos, na primeira metade do séc. IV. Tal literatura serviu de base à crença que Teodósio declarou religião do Estado em 380, interditando os cultos pagãos.

A repressão contra outros cultos atingiu o auge com Justiniano que aprovou a legislação cristã contra a heterodoxia. Os cristãos tornaram-se opressores e, em 529, foi interdita a liberdade de consciência.

É a manutenção dessa intolerância que está hoje confiada aos padres, intolerância que as outras religiões monoteístas cultivam com acrescida crueldade, em especial o Islão, que continua imune à laicidade, tendo passado ao lado da cultura grega e do direito romano.

É auspicioso que os homens, já que as mulheres estão afastadas do poder nas religiões patriarcais, em vez de se sentirem felizes nos seus vestidinhos de seda e rendas, optem por viver de pé e recusem passar a vida de joelhos. Assim, os padres católicos são uma espécie em vias de extinção. Neste caso não há que defender a biodiversidade.

Perfil de Autor

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- Colunista do semanário «O Despertar» - Coimbra:

- Autor do livro «Pedras Soltas» e de diversos textos em jornais, revistas, brochuras e catálogos;

- Sócio N.º 1177 da Associação Portuguesa de Escritores

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