Loading

Mês: Novembro 2008

24 de Novembro, 2008 Carlos Esperança

Projecto para a Associação Ateísta Portuguesa

Ateísmo chega a Washington sobre rodas

A ideia de um “Autocarro do Ateísmo” em Londres parece ter despertado o interesse dos ateus que vivem na capital dos Estados Unidos.
“Para quê acreditar em Deus? Seja bom apenas porque sim” é a mensagem que os transeuntes de Washington vão poder ver durante a época natalícia, em painéis publicitários afixados aos autocarros da cidade

23 de Novembro, 2008 Carlos Esperança

Papa enrola crentes na crise financeira mundial

Por

Kavkaz

O Ministro italiano das Finanças, Giuli Tremonti, fez um serviço ao Papa ao elogiar-lhe uma suposta previsão “correcta” de 1985 sobre o “colapso” da economia “devido às suas próprias regras” e que “o declínio observado ao nível da ética poderia “levar a um colapso das leis do mercado”. Será que o Papa acertou? A minha resposta é NÃO!

A actual “crise financeira mundial” tem o seu ponto de partida nos EUA. Entendo haver dois nomes claramente responsáveis pela “crise”: George W. Bush e Alain Greespan.

O primeiro, mais conhecido de todos, ainda Presidente dos EUA, é o responsável político pelo envolvimento dos EUA em duas guerras internacionais, a do Afeganistão (iniciada a seguir aos ataques ao WTC de 11/09/2001) e a do Iraque (iniciada em Abril de 2003). Estas duas guerras consumiram muitas centenas de milhões de USD e fizeram disparar as dívidas do Estado americano.

Alain Greespan, foi Presidente da Reserva Federal dos EUA, de Agosto de 1987 a Janeiro de 2006. Foi durante o seu mandato que as taxas de juro subiram e desceram de forma acentuada. Em Dez./2000 Greenspan estabelecia a taxa de juro de referência em 6,5%, mas em Dez./2007 era de 1,5% (desceu mais de 4 vezes). E continuou a descer até Maio de 2004 atingindo 1% (6,5 vezes menos 4 anos depois). Isto deu uma confiança extraordinária aos americanos que pensaram que o dinheiro seria sempre barato e poderiam comprar vivendas, automóveis, tudo, a crédito com baixo custo de juros. Os bancos locais convenciam os clientes a comprarem imobiliário sem entrada. E vendiam as dívidas destes clientes, em pacotes de investimento imobiliário, aos grandes bancos de investimento de Nova Iorque.

Com o esforço da condução das duas guerras pelos EUA e as dívidas enormes do Orçamento estatal a taxa de juro americana começou a subir. Atingiu os 5,25% em Junho de 2006. Subiu 5,25 vezes em 13 meses. Milhares de pessoas que tinham dívidas aos bancos, por terem comprado recentemente a sua vivenda ou carro (o preço da gasolina em USD também subia), deixaram de cumprir o pagamento das suas prestações por estas se terem tornado incomportáveis com a multiplicação do nível dos juros a pagar. Os grandes bancos de investimento entraram em crise por não receberem os pagamentos dos endividados. Alguns faliram, outros foram vendidos. A taxa de juro só começou a descer em Set./2007 e está agora em 1% de novo, desde Out./2008.

São os erros fundamentais destes dois homens, um pelas guerras lançadas e o outro pela loucura das disparidades impostas na taxa de juro americana que provocaram consequências e levaram à actual crise económica nos EUA, que se estendeu a outras regiões do globo, com a perda de confiança dos investidores e a retirada dos capitais das bolsas mundiais.

O Papa não entra em pormenores, como sempre, e fala de “colapso das leis de mercado”. A oferta e a procura existiram e vão continuar a existir. O mercado não termina porque alguém o decide. Os preços sobem e descem pela oferta e procura. O Papa está errado na previsão de 1985 do “colapso das leis do mercado”. Estas continuarão a actuar como dantes.

A crise actual tem dois nomes concretos como principais responsáveis, mas o Papa não soube ou não lhe convém dizê-lo!

22 de Novembro, 2008 Raul Pereira

Nova cara, novas caras e mais para vir no futuro, certamente!

Aos leitores deste blog histórico apresento uma nova imagem e novos colaboradores, tal como foi prometido pelo Carlos Esperança aqui.

Entram Ludwig Krippahl, Luís Grave Rodrigues, Palmira F. Silva e eu. Quanto aos primeiros três novos elementos, é garantido que a qualidade e o ar fresco que se repira neste espaço é para manter… Do último não falo.

Dentro de algum tempo outras novas surgirão, está prometido!

Para os leitores de feeds: venham espreitar e deixem a vossa opinião na caixa de comentários! Já sabem, podem sempre deixar a vossa pequena prece no Fórum. Está aqui do lado direito.

22 de Novembro, 2008 palmirafsilva

Presunção e Água Benta

Penitenciário mor no YouTube
Há pouco mais de um ano, o penitenciário-mor cardeal James Francis Stafford escreveu um decreto em que proclamava que «O homem, ao ter caído no pecado original, que o privou dos dons quer sobrenaturais quer preternaturais» «está submetido às doenças e aos sofrimentos que as seguem», sofrimentos esses «que têm índole penal».

Declarações ainda mais extraordinárias foram proferidas há dias pelo dirigente da Penitenciaria Apostólica que profetizou que os próximos 4 anos sob a presidência de Obama, que epitetou de «aggressive, disruptive and apocalyptic», serão similares às agonias de Cristo no jardim das Oliveiras .

«For the next few years, Gethsemane will not be marginal. We will know that garden. On November 4, 2008, America suffered a cultural earthquake.»

O penitenciário-mor disse ainda que os católicos devem estar preparados para  «hot, angry tears of betrayal».

Estas declarações do penitenciário seguem-se aqueloutras do presidente da Conferência de Bispos Católicos dos Estados Unidos (USCCB) que, carpindo o que considera  «exclusão» e «discriminação» dos católicos da vida pública, exortou Obama a cumprir a agenda política dos bispos, nomeadamente no que respeita ao aborto. O cardeal George debitou esta exortação durante uma conferência particularmente complicada, cujas agruras foram explicitadas por um jornalista da National Catholic Reporter, John Allen, que dividiu as posições dos participantes em três grandes grupos:

“Hardliners,” who want to deny communion to pro-choice Catholic politicians and who believe that under canon 915 of the Code of Canon Law, pro-choice legislators and judges (and, possibly, ordinary Catholics who vote for them) have excommunicated themselves;
• “Compromisers,” who support a less confrontational approach to politicians who don’t follow church teaching, in hopes of finding common ground and avoiding impressions that the bishops are overly partisan;
• A largely silent majority who are just trying to keep their dioceses going, and who hope that polarizing national debates like this one will somehow go away.

Em causa está um projecto de lei, o Freedom of Choice Act ou  FOCA, que Obama já declarou ir assinar quando assumir a presidência. O FOCA declara ser o aborto no primeiro trimestre um direito fundamental da mulher e bane a discriminação  no exercício desse direito «in the regulation or provision of benefits, facilities, services or information».

Para além de se sobrepor a uma série de restrições ao aborto a nível estadual e mesmo federal, o FOCA pode ter efeitos drásticos nas   finanças da ICAR americana mui abaladas pelo escândalo da pedofilia – e consequentes indemnizações multimilionárias.

O número de instituições de saúde religiosas nos Estados Unidos, generosamente financiadas com dinheiro público, explodiu durante as administrações Bush. As unidades católicas correspondem a 18% dos hospitais e 20% das camas em solo norte-americano, o que preocupava muito algumas associações norte-americanas. De facto, essas unidades (e as que por dificuldades económicas a elas estejam ligadas), que em alguns locais são as únicas existentes, regem-se não pelo direito americano mas por uma directiva emanada da conferência de Bispos católicos americanos que tem uma secção muito detalhada sobre a saúde reprodutiva da mulher.

Assim, nesses locais não só o aborto como tudo o que tenha a ver com contracepção, mesmo em caso de violação, é estritamente proibido. Se o FOCA entrar em vigor, os hospitais católicos são obrigados a cumprir a lei – algo a que não estão nada habituados – caso contrário terão provavelmente de fechar as portas.

Não é assim muito complicado de enquadrar e perceber as declarações dos prelados norte-americanos assim como não exige quaisquer dotes de clarividência prever que as relações entre o Vaticano e Obama não serão o mar de rosas que foram durante as presidências Bush.
(em stereo na Jugular)

22 de Novembro, 2008 palmirafsilva

De Motu Próprio


Eu de leis não percebo muito, mas de acordo com a Wikipedia um Amicus Curiae (amigo da corte)  «refers to someone, not a party to a case, who volunteers to offer information on a point of law or some other aspect of the case to assist the court in deciding a matter before it. The information may be a legal opinion in the form of a brief, testimony that has not been solicited by any of the parties, or a learned treatise on a matter that bears on the case. The decision whether to admit the information lies with the discretion of the court». Ou seja, diria que se refere a um estranho a um determinado caso que resolve de motu proprio fornecer informação não solicitada com o intuito de iluminar quem de direito o irá decidir.

Assim sendo, fiquei espantada com este Amicus Curiae em nome de Deus destinado a «auxiliar»  o Supremo Tribunal californiano a decidir os muitos casos contra a neste momento suspensa Prop 8. O esclarecimento ao Supremo não se fica pela «explicação» de que é crime o casamento de pessoas do mesmo sexo, alarga-se a um monte de outras blasfémias, como sejam o aborto ou a investigação em células estaminais.

Devo esclarecer que não  fiquei espantada por alguém usar argumentos de falsa autoridade divina para promover a intolerância e a discriminação do «outro», infelizmente bastante comuns, mas sim com os termos em que essa suposta autoridade foi estabelecida, termos esses que me parecem ser mais do domínio de especialidade da psiquiatria que do direito (aliás, todas as 14 páginas do texto me parecem desse domínio).

I solemnly declare that I am both fully God and fully human in nature, and currently I am on earth dwelling among the human race. My fully God nature is Messiah’s sibling in the Holy Trinity’s family. I am the third Person and youngest person in the Almighty Eternal Creator’s family. I currently reside on earth and I am the sole heiress of the Almighty Eternal Creator. My declaration is based on the Genuine Holy Bible, especially the Gospel of John and the Book of Revelations that are full of revelations regarding the truth of my identity and my authority over humans on earth, given to me by the Master of the Universe, who is Almighty Eternal Creator!

22 de Novembro, 2008 Carlos Esperança

Judeus cortam relações com o Vaticano (2)

Por

Kavkaz

Em Itália, o Presidente da Assembleia dos rabinos, Giuseppe Laras, anunciou “stop” à colaboração com o Vaticano. A razão para a suspensão da colaboração entre os “irmãos” cristãos, a partir de 2009, tem a ver com o texto da oração católica na “Sexta-feira Santa”. Já este ano não irão comemorar conjuntamente o “Dia do judaísmo”.

Recorda-se que o Papa Bento XVI, em 5 de Fevereiro de 2008, apresentou uma revisão da oração em latim que é lida na “Sexta-feira Santa”. A nova versão recauchutada já não tinha as palavras que muitas organizações de judeus entendiam ser ofensivas, mas continua a apelar à conversão dos judeus. Apesar dos contactos com o Vaticano não foram feitas mais alterações que satisfizessem os judeus e, assim, a oração de “Sexta-feira Santa” divide-os por várias passagens do texto. Além disto, a tentativa do Papa de beatificação de Pio XII contribuiu para o corte do relacionamento.

“Nós não nos imiscuímos nas questões internas da Igreja, – disse Laras. – No entanto, temos o direito de formular o nosso juízo histórico crítico. No período do Shoah (“catástrofe” nazi), o Papa Pacelli (Pio XII) poderia, sem qualquer dúvida, protestar de forma mais activa contra a actividade dos regimes nazi-fascistas”.

O Ministro do Vaticano, Cardeal Giovanni Battista Re, disse que ficou surpreendido com a decisão e manifestou esperança de não ser a decisão final dos rabinos e de que ainda a alterem.

Comentário: Os “irmãos” cristãos nunca se deram bem, mas vão agora dar-se mal para quê?