Direita insiste em esconder a verdade
Mal o juiz Baltasar Garzón se declarou competente para julgar os crimes franquistas de 1936/75, logo os procuradores apresentaram «recurso contra a decisão de investigar crimes do passado» – como informa hoje o DN –, sabendo-se que difícil é investigar os crimes do futuro, embora a «guerra preventiva», inventada por Bush, seja um contributo para a punição de crimes por cometer.
Há jurisprudência bastante para que os crimes contra a humanidade não prescrevam e bastaria o facto de continuarem mortos os criminosos para que a direita espanhola e a Conferência Episcopal não manifestassem tão violenta oposição aos crimes que dizem prescritos. Podiam salvar a imagem, se a sua natureza fosse diferente e tivessem limpa a consciência.
Entre desaparecidos e assassinados chegou quase ao milhão as vítimas do franquismo. As primeiras valas abertas por ordem de Baltasar Garzón trazem à superfície as provas de uma metódica, sinistra e vingativa campanha de ódio executada ao longo dos anos.
Curiosamente, a direita e o episcopado conviveram bem com a orgia de mártires que a luta política fez canonizar, com a memória – infelizmente verdadeira – das suas vítimas, mas não suporta que se repare a memória das vítimas do lado vencido.
Na ânsia de canonizar os apoiantes de Franco, uma espécie de legitimação póstuma do franquismo, até um padre torturador entrou no rol dos que ascenderam aos altares, tão difícil foi a tarefa de averiguar o currículo de tanto bem-aventurado e tamanha era a pressa.
Este maniqueísmo faz parte da natureza dos que ontem abençoaram a violência e hoje querem sepultar a memória. O mundo tem o direito de saber que, bem comungado e benzido, um feroz ditador exterminou centenas de milhar de compatriotas com a cumplicidade da Igreja. Foi «Francisco Franco, Caudillo de España por la Gracia de Dios».
http://www.adventistas.com/agosto2005/iasd_nazista.htm
FINALMENTE!
Igreja Adventista Pede Perdão Por Apoiar o Nazismo (Texto já traduzido abaixo)
Artigos já publicados sobre o tema:
Apoio a Hitler: A Igreja Adventista em Péssima Companhia!
Os Adventistas na Alemanha Nazista (Tradução)
Adventists in Nazi Germany – Liberty Magazin
Documentos Comprovam Apoio da IASD a Hitler Durante a 2ª Guerra Mundial
O Que Aconteceu com os Adventistas que Disseram NÃO a Hitler – 1
O Que Aconteceu com os Adventistas que Disseram NÃO a Hitler – 2
O Que Aconteceu com os Adventistas que Disseram NÃO a Hitler – 3
IASD: 100% a Favor de Hitler!
Igrejas Adventistas da Alemanha e Áustria Pedem Desculpas às Vítimas do Nazismo
Frauke Brauns
Bielefeld, Alemanha (ENI). Líderes de Igrejas Adventistas do Sétimo dia na Alemanha e Áustria, 60 anos depois do final da Segunda Guerra Mundial declararam que eles “lamentam” em profundo pesar pela participação ou apoio a atividades Nazistas.
“A declaração originalmente publicada antes de 8 de maio foi traduzida agora para o inglês e foi enviada às igrejas adventistas nos Estados Unidos”, segundo Holger Teubert, porta-voz da igreja no sul da Alemanha, através de Notícias Ecumênicas Internacionais.
As igrejas adventistas no EUA enviaram cópias da declaração a Yad Vashem, a Autoridade de Recordação dos Heróis e Mártires do Holocausto em Israel.
Teubert afirmou que a declaração se desculpa a judeus alemães e a membros das igrejas adventistas de origem judaica que foram excluídos das congregações durante os 12 anos do regime Nazista, de 1933 a 1945. Comenta que seis milhões de judeus foram exterminados durante aquele período e milhões de outros também foram perseguidos.
A declaração indica que a igreja adventista de hoje “confessa isso honestamente que, por nossa falha, ficamos culpados perante o povo judeu, para com todas as pessoas perseguidas e todos que sofreram durante a guerra e também perante os Adventistas em outros países. Para isto nós humildemente perguntamos a Deus e aos sobreviventes se podem nos perdoar.”
Teubert afirmou: “Nós compreendemos não ter nenhum direito de condenar nossos antepassados”. Mas a declaração marca o fim de um processo longo dos Adventistas alemães que examina o que aconteceu durante a era do regime Nazista.
“Nós não seguimos suficientemente nossas fileiras que corajosamente ofereceram resistência e não se curvaram ao ditatorialismo Nazista, nem cooperaram com ele”, afirma a declaração. Tinha havido umas tentativas anteriores em fazer tais afirmações, principalmente por membros individuais da igreja e confissões anteriores feitas em 1988 no 50º aniversário de 9 novembro, “Kristallnacht” ou a “noite de vidro quebrado”, de um massacre imoral organizado contra os judeus naquela noite em 1938 por toda a Alemanha e Áustria.
http://www.eni.ch/articles/display.shtml?05-0645
Comentário: Antes de Pio XII numerosos Papas condenaram judeus às chamas do Santo Ofício. O anti-semitismo é uma tradição cristã bem documentada no Novo Testamento.
O Vaticano defendeu no domingo a decisão do Papa Bento XVI de evitar uma condenação direta ao crime organizado durante uma viagem ao sul da Itália, reduto da máfia Camorra, uma das mais cruéis do país. O Papa fez uma viagem de um dia à Pompéia para uma missa no santuário na moderna região da cidade, que foi soterrada pela erupção do Vesúvio no ano 79.
Se Pio XII «se absteve de assinar a declaração dos Aliados condenando o extermínio dos judeus» foi apenas por coerência e pelo ódio anti-semita aos judeus. A Inquisição esteve ao serviço do Evangelho.
Portanto, Pio XII foi santo de uma Igreja anti-semita.
Hitler vai acabat também por ser canonizado.
«Preparando o confronto final entre o Mundo Cristão e o Radicalismo Islâmico» *
A comunicação social tem ignorado as recentes mudanças ocorridas na Igreja católica, relativas ao Islão. Deu mais atenção ao alarido da rua islâmica relativo ao discurso do Papa Bento XVI na Universidade de Ratisbona do que ao ódio surdo que cresce nas sacristias e extravasa nos paços episcopais, ódio que é retribuído de forma mais ruidosa e primária pelos islamitas.
O ecumenismo é o ardil que as religiões utilizam para camuflar o proselitismo. Convém lembrar o ataque do cardeal Ratzinger contra o diálogo religioso através da «Declaração da Congregação para a Doutrina da Fé Dominus Iesus», do ano 2000. Nesse documento, Ratzinger diz que a Igreja católica é “a Igreja verdadeira” e que as “Igrejas particulares” (ortodoxas) e as comunidades eclesiais (protestantes e anglicanas) “não são Igrejas no sentido próprio”, num tom que igualmente exclui as religiões não cristãs. A reiterada denúncia da «ditadura do relativismo» é redundante.
É neste contexto que um grupo de bispos participantes no Sínodo sobre a Palavra de Deus, no Vaticano, acusaram o Islão de não considerar os direitos da mulher, no casamento e na família, de acordo com a Declaração Universal dos Direitos Humanos.
O catolicismo é particularmente misógino, quer nos textos bíblicos, quer na doutrina, considera a mulher portadora de pecado original e não ratificou a Declaração Universal dos Direitos do Homem. Espanta, pois, uma acusação tão desabrida feita por quem não tem particulares pergaminhos na defesa dos direitos da mulher e da igualdade de género.
Mas a verdade é que os bispos têm a razão que pode faltar à sua Igreja mas sobra na impiedade da fracassada civilização árabe e nas atitudes tribais da religião islâmica.
Não tenhamos ilusões a respeito do confronto religioso que se desenha no seio da Igreja católica, no plano intelectual, e que aguarda a oportunidade de arrastar Estados.
A gradual secularização das sociedades democráticas e consequente perda de influência religiosa substituirá a propalada guerra de civilizações, eufemismo com que se mascara o desejo hegemónico das religiões, pela luta entre a civilização e a barbárie, o laicismo e as teocracias, o Estado de direito e o direito canónico.
O pior que pode acontecer à civilização e aos Estados democráticos é deixarem associar a defesa das liberdades a uma qualquer religião e permitirem que os direitos individuais e a modernidade fiquem reféns de um credo.
* Subtítulo de «O Mundo Secreto do Opus Dei» de Robert Hutchison, 1997
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