Loading

Mês: Setembro 2008

12 de Setembro, 2008 Carlos Esperança

A monotonia da missa

Assisti ao monólogo «Esta Noite Choveu Prata», por João Villaret, há meio século. Foi na Guarda, uma cidade então mais dada à oração do que à cultura, e não se pode dizer que a representação constituísse um êxito. Mas foi uma interpretação soberba, por um actor de raro talento e uma voz que permanece para o resto da vida.

Tenho pena de não ter podido rever ao vivo aquele notável espectáculo. Penso que ainda ficaria disponível para uma terceira representação, após uma pausa canónica de alguns meses, e, depois, arquivaria na memória uma peça interessante e a representação genial.

Se alguém assistisse ao mesmo espectáculo, todas as semanas, durante a vida inteira, é porque tinha ensandecido. Não sei como é possível ir à missa todas as semanas e, alguns, todos os dia, e manter a lucidez. Bem sei que a vida está difícil e há protecções terrenas para as cumplicidades divinas!

A missa é um espectáculo monótono em que só variam o actor principal e os adereços. O actual papa gostaria que fosse sempre em latim e com o público de joelhos. Não é por acaso que elegeu o nome artístico de Bento, sabendo quem tinha sido o anterior Bento.

Em dias de festa, a missa tem mais actores e são mais garridos os vestidinhos dos varões que a celebram, mas o enredo é sempre o mesmo, os passos de dança iguais e repetidos os sinais cabalísticos. Quem viu uma missa viu-as a todas, quem engoliu uma hóstia conhece o sabor da próxima e, até as orações, são sempre iguais, inúteis e enfadonhas.

Quando se sabe que 5% dos franceses vão à missa, há quem pense que são poucos mas é uma admiração haver tanta gente desocupada para repetir um ritual inútil.

A liberdade é inimiga da fé ou, melhor dito, a fé é inimiga da liberdade. Onde esta se afirma, a fé, lenta e inexoravelmente, agoniza. É por isso que os exércitos de clérigos de todas as religiões se afadigam para impor as suas regras à sociedade, para se infiltrarem nos aparelhos de Estado e para dominarem o poder económico, o ensino e a assistência.

Cuidado com eles.  

12 de Setembro, 2008 Carlos Esperança

França – Em defesa da laicidade

Appel autour de la venue de Benoit XVI en France du 12 au 15 septembre.

Signer l’appel   –   Voir les signataires

Le pape a le droit de venir en France. Loin de nous l’idée de nous y opposer parce que nous sommes laïques. Mais cet accueil officiel, sur un mode révérenciel et sur fonds publics, ne va pas de soi. […]
Lire la suite: manifestepape.info

11 de Setembro, 2008 Ricardo Alves

ICAR depende do Estado – é um bispo quem o diz

É o próprio Carlos Azevedo, porta-voz da conferência episcopal portuguesa, quem reconhece que a assistência social que a ICAR realiza depende do Estado. No fundo, dá razão ao que sempre dissemos aqui no Diário Ateísta: que o apoio social que a ICAR presta só existe porque o Estado o paga.

Portanto, quando os católicos quiserem encher o peito com a «caridade» católica, pensem duas vezes: é caridade com o dinheiro dos outros…

11 de Setembro, 2008 Carlos Esperança

Big Bang – simulação da criação do Universo (2)

O sucesso da primeira etapa da mais ambiciosa experiência da Física, realizada até hoje, deixou pasmados os crédulos e assustados os beatos. A religião sai ridicularizada com o avanço da ciência, e os livros sagrados, já pouco críveis, reduzidos a catálogos de mitos que têm os dias contados.

O aproveitamento obsceno de alguns finórios da fé levou-os ao desplante de atribuírem a Deus esta notável experiência humana. Não vacilaram em enfeitar com os louros do êxito um mito criado por homens ignorantes e supersticiosos.

Os traficantes da fé, que no passado queimaram cientistas em nome do mesmo Deus a quem hoje atribuem os feitos dos homens, não desistem de manter um mito e adaptá-lo às circunstâncias que lhes convêm. É a eterna propensão mitómana das religiões e a atitude de camaleão dos seus propagandistas.

No acelerador de partículas não circula água benta, na contagem decrescente para o começo da experiência não houve bênção papal e no decurso da simulação ninguém pediu preces ou peregrinações.

Enquanto a ciência avança, as religiões, cada vez mais anacrónicas e fundamentalistas, limitam-se a proibir o prazer e a abençoar a miséria.

Cientistas de todo o mundo lançam um projecto fascinante enquanto o Papa, os bispos, os talibãs, os rabinos e os aiatolas rastejam, rezam e viajam de joelhos e de rabo para o ar, em fúria contra o progresso e a liberdade. Uns estudam outros rezam.

A ciência vencerá a fé e a razão o preconceito. Enquanto os clérigos se preocupam com a pílula e o preservativo, «o mundo pula e avança».  

10 de Setembro, 2008 Carlos Esperança

Big Bang: simulação da criação do Universo

A primeira etapa de uma das mais ambiciosas experiências da História da física foi concluída, hoje, com sucesso.

Foi um grande passo para a ciência e uma enorme decepção para as religiões. Sempre que a ciência avança, reduz-se o espaço dos mitos.