O Vaticano condenou como uma forma de eutanásia a decisão da justiça italiana de permitir que seja interrompida a alimentação de uma mulher em coma há mais de 16 anos.
O Presidente da Conferência Episcopal Alemã, Cardeal Karl Lehmann, e o Presidente da Caritas-Alemanha, Dom Peter Neher, fizeram hoje, em Mainz, um balanço do fundo de indemnizações para os trabalhadores forçados do Nazismo, criado pela Igreja Católica no país.
Enquanto a Igreja Evangélica Alemã preferiu contribuir com o fundo criado pelas companhias alemãs, para indemnizar os trabalhadores forçados, a Conferência Episcopal Alemã criou, em agosto de 2000, um fundo próprio, depois que ficou demonstrado que a instituição usou escravos do Nazismo em algumas paróquias alemãs.
CE
Foi notícia nos média: a diocese de Lisboa perdeu nos últimos sete anos à volta de cem mil fiéis praticantes. O próprio cardeal-patriarca reconheceu que há muita negatividade nas celebrações e na Igreja: inadaptação aos novos tempos; deficiências na formação dos padres; má proclamação da Palavra de Deus; má qualidade e falta de mensagem religiosa dos cânticos; homilias inadequadas e deficientes. (Ler Artigo completo no DN, por Anselmo Borges)
CE
Mais de duas mil pessoas receberam hoje o príncipe Aga Khan, líder institucional e espiritual dos muçulmanos ismailis, à sua chegada ao aeroporto de Figo Maduro, Lisboa, para uma visita a Portugal a convite do Governo.
A visita do Aga Khan a Portugal, que decorre até à próxima segunda-feira, enquadra-se numa série de visitas a diversas partes do mundo para assinalar o ano do seu Jubileu de Ouro – o 50º aniversário desde que se tornou no Imam (líder espiritual) dos Muçulmanos Shia Imami Ismailis, uma comunidade de 15 milhões de muçulmanos, oito mil dos quais a residir em Portugal.
O líder espiritual, que para os seus seguidores é um descendente directo do Profeta Maomé através do seu primo e genro Ali, o primeiro Imam, e da sua mulher Fátima, a filha do Profeta, foi recebido com honras militares, pelo ministro da Justiça, Alberto Costa, pelo porta-voz do PS, Vitalino Canas, e por vários responsáveis daquela comunidade religiosa em Portugal.
Não houve quaisquer declarações à comunicação social presente no local.
O 9º Imam hereditário dos Muçulmanos Shia Imami Ismailis será recebido hoje à tarde pelo Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, que oferecerá um almoço em sua honra no Palácio de Belém, Lisboa.
O Aga Khan manterá igualmente encontros com o primeiro-ministro, José Sócrates, o presidente da Assembleia da República, Jaime Gama, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Luís Amado, bem como com o ministro da Justiça, Alberto Costa.
Para hoje à tarde está também agendada uma reunião com o Alto-comissário das Nações Unidas para a Aliança das Civilizações e antigo presidente da República, Jorge Sampaio.
As celebrações do dia em que o príncipe acedeu ao trono há 50 anos (11 de Julho de 1957) estão a ser preparadas com a ajuda de mais de 700 voluntários, sendo esperados mais de 15 mil ismaelitas quer do território português quer de outros países.
Fonte: Sol, 10 de Julho de 2008.
O Presidente da República, Cavaco Silva, recebeu hoje em audiência, no Palácio de Belém, o príncipe Karim Aga Khan, líder institucional e espiritual dos muçulmanos ismailitas, no âmbito da sua visita a Portugal.
O Chefe do Estado português ofereceu após uma audiência um almoço em honra do príncipe Aga Khan.
A visita do Aga Khan, que decorre até à próxima segunda-feira, a convite do governo português, enquadra-se numa série de deslocações efectuadas a diversas partes do mundo para assinalar o ano do seu jubileu de ouro – o 50º aniversário desde que se tornou no Imam, líder espiritual, dos muçulmanos Shia Imami Ismaili, uma comunidade etnicamente diversificada que reside em cerca de 25 países.
Durante a sua estada em Portugal, o Aga Khan manterá encontros com o Presidente da Assembleia da República, Jaime Gama, com o primeiro-ministro, José Sócrates, e com os ministros dos Negócios Estrangeiros, Luís Amado, e da Justiça, Alberto Costa.
O Aga Khan estará presente num evento congregacional com os membros da comunidade Ismaili e deverá reunir-se com o Alto-Comissário das Nações Unidas para a Aliança das Civilizações, Jorge Sampaio.
O Aga Khan é o 49º Imam hereditário dos Muçulmanos Shia Imami Ismailis e dirige uma comunidade de 15 milhões de muçulmanos, oito mil dos quais a residir em Portugal.
Para os seus seguidores, Karim Aga Khan, que acedeu ao trono do Imamat Ismaili a 11 de Julho de 1957, é um descendente directo do Profeta Maomé através do seu primo e genro Ali, o primeiro Imam, e da sua mulher Fátima, a filha do Profeta.
Nos últimos 50 anos, o Aga Khan tem liderado o crescimento de uma das maiores redes privadas mundiais de ajuda ao desenvolvimento. A rede Aga Khan para o desenvolvimento (AKDN) dedica-se a um vasto número de actividades nas áreas da educação, saúde e desenvolvimento rural, cultural e económico.
Em 2005, o governo português e a rede Aga Khan assinaram um protocolo de cooperação e no mesmo ano a rede assinou um Acordo de Parceria com o Patriarcado de Lisboa para o desenvolvimento comunitário urbano destinado ao combate à pobreza e exclusão social.
A Fundação Aga Khan é uma das instituições que integram a rede e para comemorar o jubileu de ouro está em marcha um projecto de criação de uma escola de excelência para crianças e jovens que revelem capacidades elevadas mas que têm dificuldades financeiras.
O projecto, segundo o representante em Portugal da rede Aga Khan para o Desenvolvimento, Nazim Ahmad, ainda está a ser negociado, sabendo-se apenas que será instalado na zona da Grande Lisboa e que funcionará em regime de internato para receber alunos de todo o país.
Fonte: Sol, 10 de Julho de 2008.
«O Tribunal de Santa Cruz adiou ontem o julgamento do padre Martins Júnior, ex-deputado do PS no Parlamento da Madeira, acusado pelo Ministério Público da prática, de forma continuada, do crime de “abuso de designação, sinal ou uniforme”. Ou seja, por exercer o culto religioso numa altura em que estava suspenso.
A primeira audiência foi suspensa após a defesa ter requerido a nulidade deste processo comum, invocando que a acusação se fundamentara em norma da Concordata entre a Santa Sé e a República Portuguesa já retirada na revisão de 2004.
O revogado artigo XV diz que “o uso do hábito eclesiástico ou religioso por parte de seculares ou de pessoas eclesiásticas ou religiosas a quem tenha sido interdito por medida das competentes autoridades eclesiásticas, oficialmente comunicada às autoridades do Estado, é punido com as mesmas penas que o uso abusivo de uniforme próprio de um emprego público”.
Perante denúncias públicas do PSD e o poder regional defender que o referido padre continuava a exercer actos de culto na Ribeira Seca apesar de, em 1977, ter sido suspenso pelo antigo bispo Francisco Santana, o procurador da República na Madeira deduziu a acusação em 2001. No entanto, o MP só agora requereu julgamento, após Martins Júnior, eleito deputado regional pela UDP e depois pelo PS, ter perdido a imunidade ao deixar o Parlamento madeirense em 2007. » (Público, 10/7/2008)
Uma série de textos, muitos deles inéditos, do antigo bispo do Porto D. António Ferreira Gomes vão ser apresentados publicamente quinta-feira compilados num novo livro, para recordar os 50 anos da polémica que manteve com Salazar.
O livro «Provas. A outra face da situação e dos factos do caso do Bispo do Porto» é apresentado pelo bispo D. Carlos Azevedo quinta-feira na Associação Católica do Porto e reúne aquilo que é a defesa do prelado na polémica que manteve com o Estado Novo e que o obrigou a exilar-se durante dez anos.
A polémica nasceu com uma carta de Julho de 1958 em que D. António Ferreira Gomes criticava o corporativismo, o regime de partido único e a miséria do país.
Este volume de documentos foi reunido entre 1952 e 1982 para publicação futura pelo próprio prelado que «pôs em causa as bases do regime do Estado Novo», explica na introdução do livro o bispo D. Carlos Azevedo.
«Ao atribuir o título de Provas a este conjunto de documentos, o bispo [D. António Ferreira Gomes] oferecia a relação entre o que narrava nas Cartas ao Papa sobre o seu caso e os factos referidos nas fontes», salienta D. Carlos Azevedo no mesmo texto.
Nos textos reunidos pode apreciar-se a «oscilação entre razões de ordem política e explicações eclesiásticas para justificar o afastamento, remoção ou regresso do bispo do Porto» num «jogo entre agitação política e divisão religiosa», segundo D. Carlos Azevedo.
No livro, estão reunidos conferências, textos, reflexões pessoais do prelado, decisões eclesiásticas, decretos e cartas enviadas a outras entidades num total de mais de uma centena de documentos.
D. Carlos Azevedo, que é também presidente da Fundação SPES (fundada em testamento por D. António Ferreira Gomes), explicou que esta é uma ocasião propícia para «discutir o caso do bispo do Porto» e do seu exílio por dez anos por ter criticado o regime.
Os textos foram coligidos pelo próprio bispo até à década de 80 mas, na ocasião, foi decidido não publicar a obra, recorda D. Carlos Azevedo, que foi seminarista e é um admirador do prelado.
Agora, há já «um tempo suficiente para um juízo sereno de um caso que suscitou tanta polémica», afirmou o prelado, considerando que o futuro do bispo do Porto ensina às novas gerações que a intervenção pública por causas e valores é essencial.
«Não intervir é pecado» e «não arriscar uma solução é ser conivente com o estado da nação» pelo que é necessário «provocar profeticamente» os poderes instituídos, considerou o prelado.
Os textos foram todos colocados numa pasta e incluem introduções e anotações pessoais do próprio bispo, entre as quais cartas enviadas ao Papa ou mesmo documentos em que «ele faz uma interpretação do seu próprio caso».
No livro, está assim a «base documental para o que ele defende nas cartas enviadas ao Papa», explicou D. Carlos Azevedo, que guarda «memórias muito profundas» da figura do seu mentor.
«Foi o meu mestre do meu tempo de seminário e quem depois me nomeou director espiritual» daquela instituição, exemplificou o bispo.
Fonte: Sol, 09 de Julho de 2008.
Bastavam ao mundo a loucura prosélita dos beatos e a incontinência verbal de alguns líderes para o planeta se tornar um lugar de horror. O preço do petróleo e a míngua de alimentos contribuem para adensar as nuvens que ameaçam a sobrevivência colectiva.
É neste estado de pessimismo e desânimo que o Irão lançou com êxito, a partir de local ignorado do deserto, nove mísseis com um raio de acção de 2.000 km, capaz de atingir numerosas cidades da região, nomeadamente Tel Aviv.
Sabe-se como são piedosos os guardas revolucionários de Teerão e como tem sido loquaz o presidente Ahmadinejad a reiterar o desejo obsessivo de erradicar do mapa o Estado de Israel. Já não é a questão palestina, em que os árabes têm razão, que está em causa, é o destino colectivo da humanidade e a paz internacional que estão ameaçadas pela hecatombe nuclear.
Com a Europa bloqueada pelo Não irlandês e pelas suas próprias divergências internas, com o pior presidente dos EUA das últimas décadas em fim de mandato, com o pavor das economias com a alta dos combustíveis, com a Rússia a responder ás provocações da NATO, o Irão encontrou o momento ideal para a demonstração de força.
Hoje, pela vez primeira, o Irão pôs-me do lado de Israel e do seu direito de se defender. Nos períodos de crise, por maiores que sejam as contradições que nos dilaceram, não podemos hesitar na trincheira que escolhemos. ISRAEL tem o direito à sua existência. Sem «MAS».
Carlos Esperança
O julgamento do padre José Martins Júnior acusado de exercer indevidamente as funções sacerdotais por estar suspenso «a divinis» foi hoje adiado mas o juiz do Tribunal de Santa Cruz admitiu que o mesmo poderá não realizar-se.
Em causa está um artigo datado de 1940 mas que a revisão da Concordata entre o Governo da República e o Vaticano celebrada em 2004 suprimiu, deixando de ter efeitos jurídicos.
O então artigo 15º da Concordata de 1940 entre a República Portuguesa e o Vaticano determinava que «o uso do hábito eclesiástico ou religioso por parte de seculares ou pessoas eclesiásticas ou religiosas a quem tenha sido interdito por medida das competentes autoridades eclesiásticas, oficialmente comunicada às autoridades do Estado, é punido com as mesmas penas que o uso abusivo de uniforme próprio de um emprego público. É punido nos mesmos termos o exercício abusivo de jurisdição e de funções eclesiásticas».
Um requerimento do advogado de defesa do padre Martins Júnior apresentado em Tribunal chamando a atenção para «esta questão prévia», ou seja, saber se a matéria condenatória continua ou não em vigor, fez o juiz considerar não ser possível «realizar o julgamento no dia de hoje».
«Fica sem efeito ficando uma segunda data a designar», acrescentou. «Há uma questão que vai ser apreciada, se ela proceder não haverá julgamento, se não proceder demandará a realização do julgamento», disse.
O arguido é acusado pelo Ministério Público da prática, de forma continuada, do crime de «abuso de designação, sinal ou uniforme», depois de ter sido suspenso a «divinis» em 27 de Julho de 1977, decisão reconfirmada a 07 de Janeiro de 1985.
José Martins Júnior continua, no entanto, a exercer o sacerdócio desde 15 de Agosto de 1962 na paróquia da Ribeira Seca, no concelho de Machico.
Martins Júnior, na qualidade de independente em listas da UDP-M e do PS-M, foi presidente da Câmara Municipal de Machico entre 1990 e 1998, tendo depois exercido funções de deputado, pelo PS-M, na Assembleia Legislativa da Madeira.
Martins Júnior diz ser vítima de uma «coabitação indigna entre a Igreja da Madeira e o Governo Regional»
«Não é mais do que a reedição da inquisição, o poder religioso e civil acasalado contra aqueles que porventura querem falar a verdade», comentou o sacerdote.
Fonte: Sol, 09 de Julho de 2008.
O Diário de uns ateus é o blogue de uma comunidade de ateus e ateias portugueses fundadores da Associação Ateísta Portuguesa. O primeiro domínio foi o ateismo.net, que deu origem ao Diário Ateísta, um dos primeiros blogues portugueses. Hoje, este é um espaço de divulgação de opinião e comentário pessoal daqueles que aqui colaboram. Todos os textos publicados neste espaço são da exclusiva responsabilidade dos autores e não representam necessariamente as posições da Associação Ateísta Portuguesa.