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Mês: Junho 2008

29 de Junho, 2008 Carlos Esperança

Excessos beatos do Presidente da República

Na troca de presentes entre Cavaco e Silva e Bento XVI, o chefe de Estado português ofereceu uma reprodução da Bula papal que reconheceu a independência de Portugal, passada pelo papa Alexandre III, em 1179.
Segundo o Público, de hoje, pág. 2, «Aníbal e Maria Cavaco Silva explicaram ao Papa que aquela Bula – que reconheceu a independência de Portugal e D. Afonso Henriques como rei – é ‘o documento mais importante da Nação’».
A Constituição da República será o segundo documento mais importante?

28 de Junho, 2008 Carlos Esperança

Casal presidencial visita hoje o Papa

As viagens de Estado são uma obrigação do Presidente da República sem relevância para a diplomacia, cuja condução compete ao Governo, mas necessárias ao prestígio do País, quer se realizem ao Vaticano ou ao Burkina Faso.

Percebe-se mal a agitação que a reincidente visita do casal Cavaco Silva levanta nos órgãos da comunicação social e o frenesim desmesurado por uma deslocação que não ultrapassa os limites estreitos do protocolo. E entende-se ainda pior que a mulher do PR, que goza no aspecto simbólico de algum relevo, se mostre ansiosa com a visita – como declarou – e, que leve como missão «pedir uma bênção especial para Portugal».

Não está provada a eficácia das bênçãos, normais ou especiais, e certamente não resulta daí qualquer benefício ou malefício para o País, mas não deve a mulher do presidente da República de um país laico prestar-se a um gesto de subserviência ou misturar assuntos de Estado com as suas legítimas convicções pessoais ou superstições.

Carece a primeira-dama de legitimidade para pedir uma bênção, logo especial, para o país que é de todos: crentes de várias religiões, ateus, agnósticos, cépticos e outros. A bênção do Papa pode ser ofensiva para um judeu, irritante para um islamita e insultuosa para um cristão ortodoxo ou para um devoto da IURD. Não cabe à D. Maria Cavaco ser portadora de uma bênção que Bento XVI lhe dará com facilidade. Nem sequer lha devia implorar por respeito ao pluralismo religioso e à laicidade do Estado de que o marido é, ou devia ser, o principal garante. 

Em Portugal é difícil respeitar a separação Igreja/Estado, uma imposição constitucional, mas quando a primeira-dama se comporta com o Papa Ratzinger como uma adolescente em presença de uma estrela pop, a situação só tende a piorar.

Carlos Esperança

27 de Junho, 2008 Ricardo Alves

A Bíblia em defesa da escravidão

Texto retirado da caixa de comentários de um artigo anterior, com agradecimentos ao «ACB».

”Escravos, obedecei em tudo aos vossos senhores terrenos, nãosó sob o seu olhar, como se os servísseis para agradar aos homens, mas com simplicidade de coração, por temor de Deus”. Colossenses 3:22

”Cada pessoa tem que ser submissa às autoridades, já que as que existem vieram ou foram estabelecidas por Deus”. Romanos 13:1

”Escravos, obedecei em tudo aos vossos senhores terrenos, não só sob o seu olhar, como se os servísseis para agradar aos homens, mas com simplicidade de coração, por temor de Deus”. Colossenses 3:22

”Todos os escravos devem considerar os seus senhores dignos de toda a honra, para que não se fale mal do nome de Deus”. I Timóteo 6:1

”Escravos, obedeçam aos vossos senhores”. Efésios 6:5

”Os escravos devem estar submissos em tudo aos senhores. Que lhes sejam agradáveis, não os contradigam, não roubem”. Tito 2:9-10

”Servos, sedes submissos, com todo o temor aos senhores, não só aos bons e humanitários, mas também aos maus”. I Pedro 2:18

    RA

    27 de Junho, 2008 Carlos Esperança

    Vaticano volta ao concílio de Trento

    Não se rendendo os hereges, capitularam os ortodoxos…

    O Vaticano desistiu de exigir dos ultraconservadores do movimento lefebvrista que reconheçam as reformas introduzidas pelo Concílio Vaticano II em meados da década de 60 a fim de acabar com o cisma, indicou nesta terça-feira o diário Il Giornale. (AFP)

    Nota: Voltaram os fundamentalismos.

    CE

    26 de Junho, 2008 Carlos Esperança

    Glória a S. Josemaria Escrivá de Balaguer

    João Paulo II, emigrante polaco residente no Vaticano, solteiro, papa católico de profissão, acumulou a função de criar bispos e cardeais com a obsessão de fabricar beatos e santos. Pelava-se por milagres e gratificava os autores sem prejuízo da fixação em Maria e uma adoração por virgens que a idade e o múnus se encarregaram de exacerbar.

    Mas os santos da igreja católica lembram funcionários acomodados. Fazem um milagre para chegarem a beatos, outro para serem promovidos ao posto seguinte e abandonam o ramo.

    Enquanto candidatos praticam a intercessão que lhes rogam mas desistem da vocação milagreira logo que abicham o lugar. E, quando se julgava que a intermediação tinha esgotado as vagas, João Paulo II rubricou alvarás de santo a largas centenas que se estabeleceram em nítida concorrência com os anteriores. Alguns destes fecharam a porta, que é como quem diz, foram apeados das peanhas onde enegreciam com o fumo das velas, se enchiam de fungos com a humidade ou se deixavam corroer pelo caruncho.

    Com séculos de pequenos e honestos milagres, habituados à pedinchice autóctone e às lamúrias, quase sempre ao serviço de modestas comunidades que atendiam nos limites do razoável, perderam a aura e a devoção, submersos no tropel de novos e afidalgados ícones com vocação mediática. Migraram para as sacristias, acumulando pó a um canto, a delir a pintura e o préstimo, a desgastar as vestes e o respeito, em santa resignação.

    Na religião há uma certa tendência para o sector terciário. Arrotear a fé, pescar almas, são tarefas pouco gratificantes. Transaccionar bulas para digerir carne à sexta-feira, vender indulgências, trocar santinhos, comercializar bênçãos, é negócio do passado. Agora, o que está a dar é o lucrativo sector milagreiro, em franca ascensão. Promover jubileus é um sucesso garantido para escoar imagens do promotor e providenciar a divulgação dos promovidos.

    Não sei quanto valerá um dente de S. Josemaria Escrivá de Balaguer, com certificado de origem. Há-de andar por uma fortuna, a avaliar pelo êxtase que o primeiro a ser exibido provocou nos peregrinos durante as exéquias de promoção. Estou certo de que o mercado já está sortido de outras relíquias, nada restando do novel taumaturgo para exumar.

    Pudessem os piedosos coleccionadores ter adivinhado o destino promissor post mortem deste servo de Deus e ter-lhe-iam recolhido em vida duas dezenas de unhas e trinta e dois dentes. E a perda irreparável da primeira dentição! Quem sabe se a premonição materna não terá acautelado o primeiro incisivo transformando um desvelo num tesouro, através deste estranho processo alquímico – a canonização – segredo transmitido aos sucessores de Pedro e usado em doses industriais por João Paulo II?!

    Pudesse Teodorico Raposo ter deposto no regaço de D. Patrocínio uma relíquia de S. Josemaria, que nem sobrinho, nem tia, nem Eça sabiam que viria a existir, e a devota Senhora ter-lhe-ia perdoado as relaxações a que o sangue inflamado do tartufo o induzia, embevecida pelos eflúvios celestes que dimanam da raiz do canino de um santo assim.

    Tivesse a premonição dos membros do Opus Dei adivinhado a santidade do fundador, que grossos cabedais e a longevidade papal lograram, e teriam hoje em armazém abundante recheio de numerosos têxteis tingidos por flagelações ou impregnados de outros fluidos.

    A onda de devassidão que grassa no clero amargurou o papa – que fez do celibato dogma e da castidade virtude obrigatória –, sem que a providência o tenha poupado à divulgação da corja imensa de pederastas, muitos deles pedófilos, que exornam as dioceses da igreja romana.

    E um padre que não respeita uma criança também não pouparia um anjo.

    É, pois, necessário que floresçam santos como S. Josemaria cujas relíquias hão-de servir de benzina para desencardir a alma dos que sucumbem às tentações da carne.

    Glória a S. Josemaria Escrivá de Balaguer nas Alturas e o poder na Terra ao Opus Dei.

    Nota – Texto escrito em 8-10-2002 e publicado em livro.

    Carlos Esperança

    26 de Junho, 2008 Ricardo Alves

    Liberdade de sentido único

    O nosso amigo Ratzinger tem reflexões muito inspiradas sobre a liberdade. Agora, saiu-se com esta:

    • «O máximo da liberdade é o ‘sim’, a conformidade com a vontade de Deus. Só no ‘sim’ o homem chega a ser realmente ele mesmo; só na grande abertura do ‘sim’, na unificação de sua vontade com a divina, o homem chega a estar imensamente aberto, chega a ser ‘divino’.» (Zenit)

    Ora bem: portanto, para o nosso amigo Ratz, a liberdade só é «máxima» se se conformar com a vontade de outrém. Se cada indivíduo puder dizer «sim» ou «não», por si e para si, a liberdade, sempre segundo Ratz, já não é liberdade.

    Confusos? Não vale a pena. George Orwell explica, no clássico 1984: «Liberdade é escravidão».

    (Ricardo Alves)

    25 de Junho, 2008 Carlos Esperança

    Portugal lembra fundador do Opus Dei

    Amanhã, dia 26 de Junho, a Igreja celebra a festa litúrgica de S. Josemaria Escrivá de Balaguer. Em todo o mundo* serão celebradas missas em honra deste santo da Igreja.

    Seguem-se os locais e horários das missas portuguesas:

    – Braga – 26 de Junho às 19h00 – Catedral

    – Coimbra – 26 de Junho às 19h – Igreja de Nossa Senhora de Lourdes

    – Fátima – 26 de Junho às 11h00 – Basílica do Santuário

    – Faro – 28 de Junho às 09h30 – Igreja de S. Pedro

    – Lamego – 26 de Junho às 18h30 – Sé

    – Lisboa – 26 de Junho às 19h00 – Igreja de Nossa Senhora de Fátima. Missa presidida por D. Anacleto Oliveira, Bispo Auxiliar de Lisboa

    – Porto – 26 de Junho às 19h00 – Igreja da Trindade

    – Setúbal – 28 de Junho às 18h00 – Igreja de Nossa Senhora da Atalaia

    – Viseu – 26 de Junho às 18h30 – Sé. Missa presidida por D. Ilídio Leandro, Bispo de Viseu

     Comentário: Nove missas são insuficientes para o admirador do ditador Franco.

    * Por precaução foram excluídos os países árabes.

    CE

    24 de Junho, 2008 Carlos Esperança

    O Vaticano, a paz e o proselitismo

    Para implementar os seus planos, o Vaticano usou a combinação do chauvinismo religioso e nacional na Croácia. Isso ficou particularmente claro durante a existência do Estado Independente da Croácia em 1941-1945. A Igreja Católica Romana praticamente colaborou com os sicários croatas.

    (…)

    A Croácia ofereceu três possibilidades aos sérvios: converterem-se ao catolicismo, tornarem-se escravos em campos de trabalho ou simplesmente morrer. As consequências de todos esses eventos históricos podem ser vistas nas atuais relações entre as nações sérvia e croata.

    CA