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Mês: Janeiro 2008

2 de Janeiro, 2008 Hacked By ./Localc0de-07

Deus e empregados usam colarinhos brancos

O ano de 2007 chegou ao fim, e assim nascem as necessidades de retrospecção em várias temáticas, umas mais honestas que outras, outras mais desonestas que a maioria, erros de cálculo na ICAR não existem, nem sequer é definido que é só fazer as contas na óptica de Guterres, enquadramento essencial quando as coisas obscurecem, fio da meada nem de lupa.

Estatísticas e contas católicas são de brancura extrema, D. (de Duarte?) Jorge Ortiga fala do ano de 2007 da ICAR, “não nos podemos situar no âmbito das estatísticas, dos números. Porque a Igreja é sempre um mistério.“, mistério das contas e clarividência de que o catolicismo não gosta de máquinas de calcular.

Para não entrar em alarmismos desnecessários, fica a alusão de que a ICAR sempre presta contas, embora sem as fazer. Aos Homens? Aos cidadãos? Ao Estado? Ao Mi(ni)stério da Economia? Ao Pai Natal? Nada disso, “Àquele que nos conduz e nos motiva.“, elucida o Presidente da Conferência Episcopal Portuguesa. Pessoalmente não sei quem é o personagem, talvez seja proveniente da Imaculada Concepção dos colarinhos imaculados, os das conduções motivadas, claro está.

Agência Ecclesia: Ano 2007 para a Igreja Católica em Portugal

2 de Janeiro, 2008 Carlos Esperança

Ateísmo contra o proselitismo

Recentemente personalidades distintas do jornalismo, das ciências e da cultura sentiram necessidade de dar púbico testemunho das suas convicções ateias. Foram afectadas na sua tranquilidade e ganharam inimigos de estimação. Nada somaram ao seu bem-estar e ao prestígio, apenas correram riscos e despertaram críticas, ódios e vilipêndios.

Pode perguntar-se o que levou Christopher Hitchens, Sam Harris ou Richard Dawkins, por exemplo, a entrarem em polémicas com adversários poderosos e pouco leais, a enfrentarem o poder das sotainas e a legião de oportunistas que se promoveu à custa da piedade pública e da indiferença privada.

Creio que foi um sobressalto cívico que os impeliu para uma batalha que, não sendo fácil, pode evitar as guerras que o fanatismo promove, que as religiões preparam com a demência prosélita que católicos, protestantes evangélicos, cristãos ortodoxos, judeus sionistas e muçulmanos xiitas ou sunitas se esforçam por travar em nome de um Deus cuja existência é eliminada pela probabilidade estatística e pela razão.

A reflexão científica e filosófica arrasa os mitos da religião. As descobertas científicas cobrem de ridículo os livros sagrados, as novas gerações desprezam os mitos e os rituais que duraram séculos e, finalmente, a perda do poder temporal das Igrejas conduziu à progressiva secularização da sociedade, à indiferença religiosa e ao ateísmo.

A perda de poder, aliada à forte competição religiosa pelo mercado da fé, assanhou o clero e enraiveceu fanáticos, ansiosos por fazerem regressar a humanidade à Idade Média.

Foi a consciência desse perigo que levou vários intelectuais a manifestarem-se contra a superstição e a agressividade dos vários credos em confronto. «Deus não é Grande», «O Fim da Fé» e a «Desilusão de Deus» são alguns dos mais recentes livros com as mais consistentes denúncias do perigo que as religiões representam para a paz e o progresso.

Desmascarar as mentiras pias é mais do que um dever, é um serviço público prestado à humanidade. 

1 de Janeiro, 2008 Carlos Esperança

Diário Ateísta deseja a paz para 2008

Os anos passam, envelhecem as pessoas e envilecem os clérigos. Os votos de paz que se formulam em noites de passagem de ano, por entre beijos quentes e húmidos, quebram-se no início do novo ano na demência prosélita das religiões que, a troco da miragem do Paraíso, semeiam ódios e colhem guerras.

As religiões monoteístas iam no bom caminho quando começaram a eliminar os deuses. Deixaram um, para comprometerem a felicidade humana, e fizeram da sobra o carrasco da felicidade. Quase chegaram à verdade. Bastava terem deixado no caixote do lixo da História o que restou para desgraça.

Não haverá paz enquanto os parasitas de Deus se esforçarem por impor as suas crenças aos que as não têm e aos que as têm diferentes. A burla da fé corrói as consciências e amolece o carácter, arruína a compaixão e exacerba a raiva. Só a razão e a ciência se podem opor à fé e à superstição, mas são poderosos os interesses, os constrangimentos sociais e os hábitos.

Não são os crédulos que ameaçam a paz e semeiam a cizânia entre os povos, são as religiões, e os que vivem à custa delas, que lutam por um mercado onde a dignidade se perde de joelhos e a honra fica de rastos. São os bandos de sotainas que fanatizam as crianças. São os costumes tribais e o clero que transformam as crianças em crentes e as diferenças em divergências.

O ano que ora nasce podia ser um ano de paz. Bastava que fizessem greve os parasitas que convocam para as orações, os dementes que se afirmam detentores do único Deus verdadeiro e os trogloditas que acirram os crentes para combaterem o livre-pensamento ou o pensamento de quem não pensa como eles.

Em 2008 os talibãs dos três monoteísmos, os defensores do livro único, das cópias com erros de tradução e fraudes históricas, vão continuar a fúria evangelizadora e os ataques aos estados laicos. São os Rottweilers de Deus, sedentos de sangue, na paranóia de que a guerra santa lhes reserva uma centelha de eternidade.