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  • 31 de Janeiro, 2008
  • Por Carlos Esperança
  • Laicidade

A Turquia e o véu islâmico

Todos conhecemos a obsessão divina pela roupa feminina e a preferência pelo homem, a ponto de ter feito este, primeiro, e dele, depois, uma espécie de subproduto, a mulher.

Claro que um santo doutor, Paulo de Tarso, certamente pela convivência com o criador, pôde desenvolver um fanatismo misógino que agradava a Deus e fazia as delícias dos homens a quem sempre o poder agradou. Não se pense que a mulher, cuja igualdade foi reclamada por homens corrompidos pelo Iluminismo e pela Revolução francesa e por mulheres que renegam os bíblicos ensinamentos da criação, não é também ambiciosa. Mas o que está em causa é o respeito pela vontade divina interpretada pela legião de profissionais que a estudam e promovem.

Foi a cópia grosseira e ampliada da misoginia judaico-cristã que levou os estudantes de teologia do Afeganistão à criação do ministério da Promoção da Virtude e da Prevenção do Vício.

À semelhança do que já se passa em terras cristãs, na Europa que julgávamos imune à tentação da convivência promíscua entre o Estado e as Religiões, na própria França onde Sarkozi pretende abolir a centenária lei da Separação, a Turquia ataca o laicismo.

O uso do véu não é apenas um desejo que as mulheres querem ver satisfeito quando os espíritos laicos não vêem que é a liberdade individual que está em causa, liberdade que qualquer bom muçulmano quer obrigatória.

Paulo de Tarso considerava o cabelo e a voz das mulheres coisas obscenas. Maomé, mais ousado, considera o corpo todo. É por isso que, num país que impôs o laicismo à força, se exige agora, para começar, a autorização do véu e, depois, a imposição da burka.

O véu islâmico não é um mero símbolo religioso, uma tradição que possa ser subvertida por um estilista, é o símbolo da humilhação da mulher, a condição imposta pelo Corão. A mulher é, como se sabe, propriedade do homem e um direito irrenunciável que agrada ao Profeta e dá imenso jeito aos homens que dele não abdicam.

Surpreende a cumplicidade dos países democráticos no regresso ao obscurantismo.

Perfil de Autor

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- Colunista do semanário «O Despertar» - Coimbra:

- Autor do livro «Pedras Soltas» e de diversos textos em jornais, revistas, brochuras e catálogos;

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