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Mês: Dezembro 2007

17 de Dezembro, 2007 Ricardo Silvestre

para breve, um perto de si

«Em Lancashire, Reino Unido, vai ser construído um parque temático cristão. Este parque terá (entre outras coisas) duas salas de cinema interactivas e um estúdio de televisão que vai permitir a produção de filmes e documentários cristãos. Vai custar à volta de 3.5 milhões de libras. Ver aqui.

A empresa que está por detrás desta ideia, é a AH Trust, liderada por «empresários que estão alarmados com a direcção que a sociedade está a tomar». Peter Jones, um destes empresários, diz que «a Evolução tornou-se a fundação da nossa sociedade, e isto é falso. Nós precisamos de defender o Génesis, como forma de evitar a destruição da fundação da igreja».

Este grupo tenciona candidatar-se a bolsas governamentais, assim como fundos Europeus, de forma a promoção do estúdio para um «líder internacional na produção de programas cristãos que sejam orientados para a família».


Este parque será o primeiro na Europa. Irá seguir o desenho de outros que existem nos Estados Unidos, nomeadamente em Orlando, Florida, onde milhares de visitantes vão ao «Holy Land Experience», onde podem ver uma animação de um Jesus ensanguentado, a carregar a sua cruz, forçado por soldados Romanos enraivecidos.»

Ai que bom. Divertimento e educação para toda a família. Dinossauros e homens lado a lado, jesus ensanguentando a carregar um objecto de tortura, deus a criar o Universo em 7 dias.

Também vamos ter na Europa este lixo agora?

Lá terá de ser apropriado mais uma parcela de terreno nesse grande espaço de «prostituição da fé» que é Fátima, para termos uma parque destes em Portugal. Já deve ter faltado mais, aposto. Não esquecer que, para esta gente, são as “fundações da igreja” que estão em causa. E quem acredita nisso, acredita noutra coisa qualquer.

16 de Dezembro, 2007 Carlos Esperança

A ICAR e o preservativo

A Igreja católica embirrou com o preservativo com a mesma obsessão paranóica de Maomé ao toucinho e com o ódio adicional à sexualidade, comum às duas religiões.

Houve quem julgasse que as mentiras arrojadas do arcebispo católico do Maputo contra o preservativo eram declarações exóticas de um fanático à revelia do antro do Vaticano: «Eu conheço dois países na Europa que fabricam preservativos contendo o vírus da sida. Eles querem acabar com os Africanos, é o programa. Se nós não nos prevenirmos, seremos exterminados dentro de um século.»

Estas afirmações não são disparates isolados do mais destacado bispo moçambicano no País que tem quase 18% dos seus 19 milhões de habitantes seropositivos, são um crime contra a humanidade em que se encontra acompanhado pelo cardeal Alfonso Lopez Trujillo, presidente do Conselho Pontifical para a Família no Vaticano (Estado onde os cidadãos estão proibidos de constituir família). Este cardeal avisou os católicos de que todos os preservativos são fabricados secretamente com muitos buracos microscópicos através dos quais o vírus da Sida pode passar. Em vez de pedir emprego numa fábrica de preservativos, na secção do controle de qualidade, dedica-se ao terrorismo verbal.

Rafael Llano Cifuentes, bispo auxiliar do Rio de Janeiro, explicou durante um sermão o facto de a sua Igreja ser contra o preservativo com um argumento demolidor: «nunca vi um cãozinho usar um preservativo durante uma relação sexual com uma cadela».

Altos membros da ICAR têm dito aos crentes que os preservativos transmitem a SIDA: o cardeal Obando y Bravo da Nicarágua, o arcebispo de Nairobi, no Quénia, e o cardeal Wamala do Uganda. Nenhum deles se distinguiu pela inteligência ou bondade mas têm em comum a piedade e a devoção ao Papa. Constituem um perigoso grupo de facínoras que contribuem para a propagação da SIDA e para o aumento da mortalidade.

Fonte principal dos nomes dos malfeitores: «deus não é Grande», de Christopher Hichens

16 de Dezembro, 2007 Carlos Esperança

Suspensão do Natal

Corre o boato de que este ano não haverá Natal porque foi proibido o presépio. A ASAE (Autoridade de Segurança Alimentar e Económica) exigiu o encerramento do estábulo por falta de condições higiénicas e o Tribunal de Menores mandou entregar o menino Jesus aos pais biológicos.

15 de Dezembro, 2007 Carlos Esperança

O Kosovo, a Europa e a porcaria das religiões

A última tragédia balcânica começou com o reconhecimento da Croácia pelo Vaticano e Alemanha, esta dirigida por um político de grande dimensão, o chanceler Helmut Kohl, que terá cometido aí um grande erro histórico que arrastou o resto da Europa.

Sabe-se o que foi depois o desmembramento da Jugoslávia até terminar na guerrilha dos nacionalistas do Kosovo, verdadeiros bandos terroristas que assassinavam sérvios, e na repressão sangrenta e genocida dos sérvios sobre as populações não sérvias do Kosovo até à intervenção da NATO e ao julgamento de Slobodan Milošević,

Não vale a pena discorrer sobre o que podia ter sido e o que não deveria ter acontecido. Os factos são o que são e, neste momento, a secessão do Kosovo é irreversível. Os ódios são violentos e o sangue ainda está quente mas é inaceitável que as religiões e as etnias separem os povos e os tornem incompatíveis e irreconciliáveis.

A Sérvia tem no Kosovo o seu berço histórico, tinha ali numerosos conventos (cristãos ortodoxos) e os sérvios sentem a secessão como uma alienação do território nacional, com a cumplicidade da União Europeia e dos EUA. Definitivamente a Sérvia tem sido maltratada pela Europa a que ligou a sua história e cuja civilização ajudou a moldar.

O que vai acontecer não é a independência do Kosovo, é a vitória da Grande Albânia, cujos demónios ressuscitam, a humilhação da Sérvia e a decepção da Grécia. Muitos dos albaneses do Kosovo não passam de sérvios islamizados e o território, longe de constituir um espaço de paz e liberdade, começa por ser uma fonte de ressentimentos regionais e acabará num quebra-cabeças a 27.

A situação é injusta mas irreversível.

14 de Dezembro, 2007 Carlos Esperança

Diálogo de civilizações (2)

VATICANO O Vaticano publicou uma Nota Doutrinária que reafirma o dever de todos os fiéis de evangelizar os não-católicos, incluindo membros de outras religiões cristãs. Pregar o Evangelho aos não-católicos não significa ter “atitudes de intolerância” nem é um “perigo para a paz”, além de ser “um dever e também um direito irrenunciável”, diz a nota.

14 de Dezembro, 2007 Carlos Esperança

Diálogo de civilizações

O diálogo de civilizações não tem passado de um eufemismo com que se apela à trégua entre religiões enquanto todas traçam estratégias para o proselitismo e procuram ganhar poder e influência no processo de globalização em curso.
Não há diálogo de civilizações. A civilização é já a síntese de culturas cujo apanágio é a tolerância e o direito à diferença. A democracia não debate com o totalitarismo nem este aceita aquela.

Há hoje uma luta ruidosa entre a civilização e a barbárie, entre os que fazem da fé uma opção particular ou não a têm e os que não desistem de a impor aos outros, entre os que cumprem os preceitos de uma qualquer doutrina de forma discreta e os que se esforçam para que todos adiram à sua.

É urgente parar os actos terroristas que dilaceram o mundo. As pessoas estão receosas e a civilização em risco. O fundamentalismo protestante dos EUA incentiva os líderes de outras religiões que o secularismo e a laicidade tinham contido. Os pastores que atacam as clínicas que praticam abortos nos EUA, à frente de fanáticos desvairados, são iguais aos terroristas islâmicos que destroem um autocarro com crianças cujos pais têm uma religião diferente.

Há hoje uma desgraçada tendência nos países árabes para impor o totalitarismo religioso e um ódio aos cristãos que se assemelha ao que estes tinham aos judeus antes da última Grande Guerra. Os árabes cristãos estão a desaparecer do Médio Oriente, obrigados ao exílio ou à conversão, e, neste caso, objecto das suspeitas que o cristão-novo inspirava à Inquisição, na Idade Média.

Deixar que os cristãos e judeus sejam extintos entre os árabes é condenar uma etnia à pureza religiosa e todos sabemos os riscos da «pureza», das raças às ideologias, das religiões às convicções políticas.

É difícil que os europeus continuem a facilitar a prática do Islão quando nos países em que ele é maioritário se impedem práticas cristãs, judaicas ou budistas e não se tolera o ateísmo, quando a heresia e a apostasia podem custar a decapitação, quando o Corão é o instrumento de fanatização de crianças e a fé o detonador do ódio.

Todas as religiões se consideram detentoras do alvará da empresa de transportes para o Paraíso e do único deus verdadeiro, donde se conclui que todas as religiões são falsas menos uma. Na melhor das hipóteses.

Os herdeiros do Iluminismo e da Revolução Francesa não podem deixar-se imolar pelos que não se contentam com o Paraíso para si próprios mas se obstinam em impô-lo aos outros.

14 de Dezembro, 2007 Ricardo Silvestre

Estupidez cósmica

Mais um vídeo sobre criacionismo, e mais uma sucessão de disparates para a história das sucessões de disparates desta gente.

Quando se trata de astronomia então, as incorrecções e mentiras são, bem, são cósmicas (desculpem a piadinha fácil)

Vejam este vídeo e já voltamos à conversa

Algumas das idiotices ditas neste «documentário»:

«Se os planetas fossem produto de um desenvolvimento natural da evolução do cosmos tinham de ser todos iguais»: hummm, não. Muitas coisas mudaram em 4.55 biliões de anos, e como os planetas tem massas diferentes, e por causa disso, elementos atmosféricos diferentes, tem diferentes elementos.

«Planetas deviam rodar todos para o mesmo lado»: hummm, não. Colisões ou tracções gravíticas com outros corpos celestes podem mudar a direcção da rotação de um planeta.

«Não existe uma explicação para a origem da Lua»: hummm, não. Existe a teoria de ter havido uma colisão maciça que deu origem à lua.

«Todas as luas que estão associadas a planetas deviam ter as suas órbitas todas para o mesmo lado»: hummm, não. Algumas dessas luas foram asteróides no passado, presas pelos campos gravitacionais de grandes planetas, e estes podem ter as suas órbitas ao contrário.

«Se o Universo não foi criado numa explosão, é porque teve ser criado por Deus»: hummm, não. Há pelos menos duas outras explicações para além da teoria do Big Bang que ajudam a explicar o início do Cosmos.

«Não se sabe como é que os anéis dos grandes planetas foram formados«: hummm, não. Sabe-se com detalhe, tem a ver com gases, gelo, matéria estrelar, etc.

Mas, eu volto sempre é ao ponto fulcral do pensamento destes mentecaptos: como não se sabe como foi criado, então foi deus que criou. Aleluia!

Obrigado a Phil Plait

13 de Dezembro, 2007 Carlos Esperança

A verdade católica

«Eu conheço dois países na Europa que fabricam preservativos contendo o vírus da sida. Eles querem acabar com os Africanos, é o programa. Se nós não nos prevenirmos, seremos exterminados dentro de um século.

Francisco Chimoio, arcebispo católico de Maputo, prevenindo as suas ovelhas contra o preservativo. Quase 18% dos 19 milhões de Moçambicanos são seropositivos.

Fonte: Le Monde des Religions – novembre-décembre 2007 – pg. 18