Uma introdução ao que vão ver.
Mitt Romney, candidato pelos Republicanos ao lugar mais poderoso do mundo, é um membro sénior da religião dos Mormons. Aparentemente o senhor não quer que o seu culto seja questionado como sendo parte integrante das suas crenças, das suas motivações e do seu carácter. Christopher Hitchens explica porquê é que deve ser questionado.
Momentos deliciosos por parte de Hitchens:
«[Mitt Romney] tem de deixar de dizer que não estamos autorizados a fazer perguntas sobre a sua religião e que fazer essas perguntas e não-Americano.»
«ele [Mitt Romney], diz que o paraíso fica em Missouri e que voltará a ser depois de Jesus voltar, eu acho que é uma crença imbecil»
«sim, eu penso que todas as religiões são igualmente absurdas»
Precisamos de mais Christopher Hitchens no mundo.
No Jornal de Negócios desta quinta-feira, publicou-se uma entrevista interessante sobre religião, que sistematiza vários argumentos que, não sendo originais, são habituais e portanto merecem ser comentados.
Membro do regime que deixou cerca de 2 milhões de mortos vai à Corte pela primeira vez.O advogado de Kaing Guek Eav alegou violação dos direitos humanos de seu cliente.
Comentário: É preciso que se faça justiça para exorcizar o horror.
Nunca pensei que a bondade ou a maldade resultassem da religião de cada um, mas não tenho dúvidas da violência que a fanatização produz. Os ateus, que eu saiba, não são prosélitos nem andam de casa em casa a divulgar o seu pensamento e jamais pensariam em utilizar um recém-nascido para o iniciar nas virtudes do ateísmo.
Os ateus, perante as evidências, mudam de opinião; os crentes mudam os factos. Nunca um ateu ameaçaria alguém dos sofrimentos a que a morte o condenaria se não fosse ateu e, muito menos, lhe ocorreria ditar a pena de morte por heresia a quem, por fraqueza, virasse crente.
Acontece que a heresia e a apostasia são, para as religiões, dos mais graves pecados que um crente pode cometer, sendo a morte a justa punição. No primeiro caso trata-se de mera diferença de opinião e, no segundo, de mudança de posição. Só a intolerância da fé é capaz de aplicar a pena ou, à míngua do braço secular, ameaçar com o Inferno.
Os livros sagrados são catálogos de mentiras vertidas em livros de terror. Plagiam-se uns aos outros, alteram os feriados e semeiam o ódio entre os que foram fanatizados por um livro ou pelo plágio. Há gente boa capaz das maiores atrocidades para agradar ao seu Deus e gente culta capaz de acreditar que Deus fez o mundo em seis dias e repousou ao sétimo.
Os cientistas da costela de Adão e os que vêem o Sol a girar à volta da Terra ainda hão-de explicar como é que Galileu, depois de tantos anos de Inferno, uma vez reabilitado, conseguiu transporte para o Céu, sem rede viária que os ligue. E quem o indemniza por perdas e danos do tempo em que esteve excomungado no Inferno por ter razão antes da Igreja, como é habitual?
E hoje tenho um rebuçado para os crentes que visitam este blog; pois é, vou criticar alguns… ateus!
Não vou procurar grandes justificações, uma vez que o alvo da minha critica soa-me tão absolutamente ridículo que nem me quero dar ao trabalho de perder muito tempo com o assunto. Basicamente, a questão é esta: não chegavam já as religiões, igrejas, cultos e seitas existentes com crenças fantásticas em histórias da carochinha? Era mesmo necessário criar uma igreja de “livre pensadores”? Pelos vistos, a resposta a esta última pergunta é afirmativa.
No Texas, Estados Unidos (where else?), existe a Houston Church of Freethought (Igreja de Livre Pensamento de Houston), local que, aparentemente, serve para os encontros mensais de ateus, agnósticos, cépticos, etc. Com alguns serviços de índole social à mistura, salta à vista a isenção fiscal como uma vantagem em relação a outros formatos associativos que serviriam perfeitamente os mesmos interesses.
Como diria um personagem conhecido: não havia necessidade!
Enfim, americanices…
(Publicação simultânea: Diário Ateísta / Penso, logo, sou ateu)
Há tradições do Tribunal do Santo Ofício que servem ainda de catarse popular aos ódios e ressentimentos. Acabaram as cremações de corpos exumados por ódio e raiva pia, mas permanecem, à semelhança da queima em efígie, as labaredas de fotos de quem se detesta.
As bruxas, livres da Inquisição, dedicam-se ainda a espetar alfinetes em figuras de cera odiadas pelos clientes, habitualmente por amores interrompidos ou não correspondidos. Já nem as autoridades as perseguem por burla, quanto mais queimá-las por malefícios. Os clientes trazem os conselhos e deixam as poupanças com a foto do/a amante infiel ou a peça de roupa de quem lhes fez mal.
No mundo urbano as práticas são mais sofisticadas e limitam-se à queima de bandeiras e de fotos dos líderes que se detestam. A bandeira dos EUA é o alvo preferido e o mais consensual, da Europa à Ásia, com especial entusiasmo no Médio Oriente. Quanto aos líderes mundiais, Bush destaca-se e esforça-se por merecê-lo. Mas não é costume haver multas para este tipo de catarse.
Em Espanha, porém, as multas que um juiz aplicou aos responsáveis pela publicação de uma caricatura dos Príncipes das Astúrias foram o início de uma perniciosa perseguição judicial que culminou com elevadas multas aos pirómanos de fotos reais e trouxe para a discussão pública o regime.
Juan Carlos, que hoje comemora o 32.º aniversário de reinado, é um democrata com provas dadas. Poucos têm tão honrados pergaminhos em prol da democracia, mas os acontecimentos dos últimos dias são de molde a que a discussão sobre a legitimidade monárquica suba de tom.
A escolha pelo mais sinistro ditador peninsular, o restabelecimento de uma monarquia caída nas urnas e a excessiva exposição mediática do rei, debilitaram a monarquia. A Espanha começa a esquecer o papel decisivo de Juan Carlos na transição pacífica de uma das mais atrozes ditaduras da Europa para uma das mais prósperas democracias.
O Diário de uns ateus é o blogue de uma comunidade de ateus e ateias portugueses fundadores da Associação Ateísta Portuguesa. O primeiro domínio foi o ateismo.net, que deu origem ao Diário Ateísta, um dos primeiros blogues portugueses. Hoje, este é um espaço de divulgação de opinião e comentário pessoal daqueles que aqui colaboram. Todos os textos publicados neste espaço são da exclusiva responsabilidade dos autores e não representam necessariamente as posições da Associação Ateísta Portuguesa.