Evolução
A religião foi uma das primeiras tentativa à filosofia, ciência, história, natureza humana, etc. Mas numa perspectiva baseada em irracionalismo. Ao contrário de outras culturas, nomeadamente a Grega e Árabe, onde o racionalismo (dentro dos limites possíveis) imperava, na génese das religiões dominantes, foram grupos de pastores, pescadores, funcionários públicos, todos iletrados e ignorantes (que seguramente tentaram fazer o seu melhor, com os valores e imaginação da altura) que definiram realidades físicas (e não-fisicas) que aindam tentam regular o mundo hoje. Evidentemente, estamos a falar de origens numa altura onde doenças, eclipses, marés, catástrofes naturais, leis da natureza, e cosmos, eram tudo obras do divino, porque não havia maneira de saber melhor.
À medida que o conhecimento avançou, deus começou a ser desnecessário
para explicar a natureza do mundo físico. Ptolomeu em 150 AD pensava que o
cosmos era obra de deus, porque esse era o limite do seu conhecimento. Newton explicou as leis do movimento do cosmos sem qualquer ajuda da hipotese de deus, mas quando chegou ao limite do seu conhecimento (como estabilizar o sistema solar) pensou que isso era obra do divino. Huygens explicou como o sistema solar funcionava, sem qualquer ajuda da hipotese de deus, mas quando teve de explicar o aparecimento da vida, e tendo chegado ao limite do seu conhecimento, invocou a acção do divino. Darwin explicou a evolução das espécies sem a ajuda da hipotese de deus. Não vou avançar neste raciocínio, pois é fácil ver qual a mensagem. Deus tem cada vez menos espaço no mundo da ciência. Ou pelo menos da ciência «verdadeira». Deus é um deus das «lacunas».
No Sec. 21 temos a genética, temos telescópios, instrumentos para medição de biomassa, medição de fracções de carbono, espectrómetros, etc, etc. Não admira que o número de cientistas que são crentes (principalmente católicos e judeus, uma vez que no Islão não se faz ciência) continua a diminuir quase exponencialmente. Um artigo da revista Nature apresenta um estudo com uma larga amostra onde 60% cientistas não acreditam num deus teísta, e 93% dos cientistas de elite (membros da National Science Academy nos U.S.) não acreditam no mesmo estilo de divindade.
Claro que, nunca chegará a zero, uma vez que, e como Christopher Hitchens diz: «fé religiosa é, precisamente porque somos criaturas ainda num estado evolutivo, inerradicável».
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