Terminologias
Para terminar (da minha parte) este assunto sobre qual a melhor estratégia para os ateístas conseguirem passar a sua mensagem e contribuir para o desenvolvimento da raça, gostava de deixar aqui a posição de Ellen Johnson, presidente da American Atheists.
«Ateístas não são apenas um grupo contra «qualquer coisa», nós somos «qualquer coisa». É a Sociedade Americana de Cancro apenas «contra qualquer coisa» porque a sua luta é contra o cancro? É esta organização uma «organização negativista»? É o Greenpeace uma organização negativista porque lutam contra a poluição?
Ateístas querem a aprovação dos outros, e por causa disso muitas vezes os ateístas tentam esconder o que são, e a face que mostram ao mundo é uma de vergonha e receio. Quando alguém age de uma forma envergonhada pelo que é, o resto das pessoas vão trata-lo como merece. Esta não é a resposta.
Dizer que não devemos ter um nome é não existir. Não devemos correr o risco de nos tornarmos invisíveis por aqueles que procuram a aprovação de outros grupos. Nos Ateístas Americanos não deixamos que sejam os nossos adversários a ditar como nos chamamos ou como agimos».
Infelizmente, e pelo que leio nas secções de comentários do DA, o termo ateísta é muitas vezes usado como «arma de arremesso» por parte de alguns dos crentes que ai opinam. São logo feitas associações a «ateístas famosos» (Stalin, Mao, Pol Pot), que são apresentados como exemplos de ateísmo racional, e que na verdade não eram mais do que psicopatas monstruosos, que fizeram as coisas que fizeram não por causa do «ateísmo», mas por causa das suas posições dogmáticas extremas e insensatas.
O DA não é um lugar para a apresentação de outras correntes, como o Racionalismo, ou o Naturalismo, ou o Humanismo Secular, ou o Novo Ateísmo, uma vez que o próprio nome caracteriza o sítio. Mas gostava que, neste espaço, consigamos (no mínimo) libertar o termo «ateísta» da carga negativa e injustificada que tem, e que não ajuda o diálogo.