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Mês: Setembro 2007

18 de Setembro, 2007 Ricardo Silvestre

Olhar para o futuro

Dados publicados em 2005 no Journal of Religion and Society demonstraram uma correlação inversa entre religiosidade (medida por crença em Deus, literacia bíblica, frequência de oração e tempo passado na Igreja) e saúde pública (avaliado por taxa de homicídios, suicídios, esperança média de vida, doenças sexualmente transmissíveis, abortos e gravidez adolescente). Estes dados foram recolhidos em 18 países «desenvolvidos e com regimes democráticos».

(obrigado a Michael Shermer na Skeptic Magazine)

De reparar, que na Europa, alguns dos países mais seculares (Holanda, Suécia, Dinamarca, Finlândia) são dos países com melhor qualidade de vida na Europa.

O Renascimento e a Revolução Cientifica foram dois progressos civilizacionais que ajudam no presente a uma atitude educativa sobre os malefícios da fé dogmática. É mais fácil neste momento defender o óbvio: que a razão e a ciência podem, e devem, ser utilizadas para ajudar as nossas emoções, a nossa moralidade, o nosso entendimento. Esse deve ser o futuro da Humanidade.

E por favor, parem aqueles que tentam associar os Estados totalitários de Stalin ou Mao ou Pol Pot com os «males do ateísmo». Esses Estados eram tudo menos racionais. Eram dogmáticos dentro deles mesmos. Quase como se fossem religiões. Sem espaço para questionamento, para a critica, para o debate, convencidos das suas infalibilidades, e com o «querido líder» como entidade máxima e indiscutível do sistema de crenças.

Para saber mais visite o NOVA

18 de Setembro, 2007 Ricardo Alves

Pedofilia, igreja e encobrimento

Na Austrália, o sacerdote católico Terrence Melville Pidoto foi condenado a sete anos de prisão por ter violado quatro rapazes entre 1972 e 1984. Uma das vítimas criticou a sentença e considerou que «é necessário responsabilizar a igreja».

Responsabilizar a ICAR é justamente o que se passará em Los Angeles, onde um cardeal será acusado de encobrir casos de abuso sexual de menores na sua diocese. Será apresentado em tribunal um famoso documento, o «Crimen sollicitationis», que exige aos sacerdotes católicos o segredo absoluto, sob pena de excomunhão, sobre os abusos sexuais que sejam investigados dentro da ICAR. É este documento de 1962 que explica que numerosos casos de abuso sexual de menores sejam sistematicamente encobertos pela hierarquia da ICAR, que, quando há escândalo, geralmente limita-se a mudar o padre pedófilo para outra paróquia.

Linque recomendado para quem ainda não compreendeu a dimensão do problema da pedofilia clerical: Survivors Network of those Abused by Priests.
17 de Setembro, 2007 Ricardo Alves

Um pouco mais de coragem

O Henrique Raposo critica a mutilação genital feminina (MGF) e atribui-a ao islão. Ora, como sublinham a Shyznogud e o Tiago Mendes, a MGF está longe de ser exclusiva do islão. A excisão do clítoris é praticada entre cristãos etíopes, judeus da mesma região e animistas. O que não diminui a monstruosidade da prática, nem iliba o islão (ou as outras religiões envolvidas), de responsabilidade: todas estas religiões partilham a fobia (ou terror) pelo prazer das mulheres, e a MGF é útil a cada uma delas para manter a sexualidade feminina controlada. Conclusão: não é a partir de uma ou outra destas religiões que se critica a MGF, mas sim a partir de conceitos exteriores às religiões (como a liberdade individual ou o direito das mulheres ao prazer).

No entanto, se a excisão do clítoris não é um mandamento religioso, mas sim uma tradição cultural de várias etnias africanas, já a mutilação genital masculina (circuncisão) é um mandamento religioso comum ao judaísmo e ao islão. Tem a sua justificação religiosa na «aliança» mitológica estabelecida entre «Deus» e Abraão no capítulo 17 do «Génesis». Não tenho a menor dúvida de que se trata também de uma prática abjecta, quando feita a crianças e sem razões médicas, e que deveria ser condenada pela lei de qualquer país civilizado. A circuncisão pode conduzir à morte (mesmo quando realizada em países medicamente avançados), e, embora não impossibilite o prazer sexual em todos os circuncisados, limita-o para toda a vida (diminui a área do pénis de que se pode tirar prazer, dificulta a masturbação numa maioria de circuncisados, e pode causar várias disfunções sexuais, incluindo a impotência). Quem se preocupa com uma mutilação genital, deveria preocupar-se, em boa lógica, com a outra. Ou será que quem nasce numa religião abraâmica perde o direito à sua integridade física?

[Diário Ateísta/Esquerda Republicana]
17 de Setembro, 2007 Ricardo Silvestre

Ciência vs religião

Em resposta aos continuados apelos que é possível conciliar a religião e a ciência…

Não. Não é possível!

A seguir apresento algumas razões porquê:

Quando uma pessoa doente recupera de uma enfermidade, nunca se dá valor aos médicos, ou aos instrumentos, ou ao conhecimento: foi porque deus assim o quis.

Acreditar sem provas, é tudo o que as pessoas religiosas precisam. Curiosidade, interrogação, estudo, pensamento, atitude crítica é algo que é desaconselhado (se não mesmo proibido) na doutrina da fé.

Uma visão do Homem como o centro do universo e da criação, enfraquece e distorce a complexidade e beleza do mundo natural que o rodeia.

Religião é a forma mais preguiçosa de sair de qualquer problema lógico. Não é preciso qualquer evidência. «Foi um milagre». É uma desculpa barata para não se ter de procurar qual a razão que explique o fenómeno.

Acreditar que somos parte de um plano divino e que existe um deus que regula e comanda a existência causa uma desresponsabilização do indivíduo. A racionalidade, a causalidade e a inteligência tomam segundo lugar perante tal justificação simplista.

A ideia que certos pensamentos não devem ser expressos, ou certas ideias não devem ser exploradas ou que dogma não deve ser questionado, é só por si mesmo perigoso, mas principalmente ignóbil. Esta ideia é anti científica, uma vez esta última é construída com a fundação da contínua interrogação, de desafiar o conhecimento já existente.

E finalmente, fé é o oposto de ciência. No entanto, é a «virtude» mais valorizada em religião, porque serve para manter crenças supersticiosas apesar de existir evidência contra as mesmas.

(Artigo inspirado num texto do Scienceblogs.com)

E de certeza que podem ser acrescentadas muitas mais.

PS: Para saber mais, visite o NOVA

17 de Setembro, 2007 Carlos Esperança

Cuidado, amigos brasileiros

A salvação não tem preço mas a IURD está levando caro!!!!

Nota: post alterado.

16 de Setembro, 2007 Carlos Esperança

A Igreja católica e o anti-semitismo

Só quem nunca leu a Bíblia ignora o carácter racista, xenófobo e violento do tão pouco edificante livro cuja leitura se recomenda para compreender os actos mais violentos dos cristãos, através dos séculos.

Os quatro Evangelhos (Marcos, Lucas, Mateus e João) e os Actos dos Apóstolos têm, na contabilidade de Daniel Jonah Goldhagen (in A Igreja católica e o Holocausto) cerca de 450 versículos explicitamente anti-semitas, uma média de «mais de dois por cada página da edição oficial católica da Bíblia».

Não admira, pois, que, na febre demente de fazer santos, a ICAR prefira implicar Pio XII numa conspiração para matar Hitler do que suportar a sua cumplicidade histórica. (V/imagem jpg). Para fazerem santo o Papa de Hitler não hesitam em atribuir-lhe uma conspiração. É um crime bem menor do que o incitamento de Pio XII às autoridades italianas, em Agosto de 1943, para que mantivesse as leis raciais

Os maiores aliados do sionismo são cristãos fundamentalistas, mas por acreditarem que só o domínio final dos judeus sobre a Terra Santa levará à reconstrução do Templo de Salomão, condição sine qua non do Segundo Advento de Cristo e da destruição final dos judeus -, uma magnífica manifestação de cinismo, estupidez e anti-semitismo.

A teologia cristã é a mãe do Holocausto. Conscientes ou não, os nazis foram os agentes da religião que, com o seu anti-semitismo, construíram pedra a pedra os crematórios que devoraram milhões de pérfidos judeus, adjectivo que ficou nas orações dos católicos até ao concílio Vaticano II.

16 de Setembro, 2007 Carlos Esperança

A fé e a liberdade de expressão

Cairo (EP/AP) – O líder da al-Qaeda no Iraque, Abu Omar al Bagdadi, ofereceu hoje dinheiro em troca do assassinato do artista sueco Lars Vilks, autor de uma série de caricaturas do profeta Maomé, publicadas num diário sueco no passado mês de Agosto.

16 de Setembro, 2007 Hacked By ./Localc0de-07

JN publica insultos a ateus e agnósticos

No Jornal de Notícias de 15/09/2007 é publicado um artigo de insulto vácuo a todos os ateus e agnósticos, são uns desgraçados, algo incrível para um dos muitos jornais onde palavras como Ateísmo parecem não pertencer ao dicionário, aparece finalmente juntamente com o insulto a qualquer pessoa que se identifique com o termo.

O texto é escrito por um tal de Joaquim Vasconcelos do Porto, que se esqueceu de referir o endereço de correio electrónico para o caso de necessidade de esclarecimentos em algumas pontas soltas. Enviarei brevemente uma carta ao Jornal de Notícias sobre a minha desgraça (ser ateu) e convidaria todos os que lerem este artigo e a respectiva notícia a enviarem artigos de opinião sobre a temática inerente à notícia, a desgraça de ser ateu ou agnóstico.

Também seria interessante o Jornal de Notícias corrigir os artigos que por lá são publicados, visto estranhamente publicarem textos de pessoas que mal sabem escrever, tal como pode ser constatado na expressão “(…)tratando desrespeitosamente os dogmas que lhas(?) são mais queridos.”.

Também publicado em LiVerdades

15 de Setembro, 2007 Ricardo Silvestre

Filosofias à parte

Uma das características da evolução de organismos, é que são aqueles que estão mais adaptados que progridem. Normalmente os mais adaptados são aqueles que gastam o menos energia possível em acções desnecessárias.

Tem sido apresentado na secção de comentários que deus é uma tese filosófica e que se devem usar argumentos filosóficos para a entender ou refutar. Há mesmo quem apresente um grupo de disciplinas para tal: Antroplogia Teológica, Teologia, Teologia Filosófica e outras coisas que tal.

Imaginem o seguinte: que eu me apresentava perante aqueles que defendem este estilo de posição e dizia, «sabem, eu sei que vocês não acreditam em Zeus. Mas vocês tem de perceber que temos de discutir a filosofia de Zeus, há que ver a ontologia do argumento sobre Zeus. Temos de estudar as implicações metafísicas, a sua antropologia e epistemologia. Isto é verdadeiramente importante, porque não se pode falar de Zeus sem se perceber a teologia que o suporta.» Alguém entreva a sério neste debate?

A ver se me faço entender. Para se aceitar aqueles que dizem que interpretam o que deus quer, e que falam por ele, e que querem ter um papel nas nossas escolhas e naquilo que podemos viver, lamento mas as provas têm de ser mais do que filosofias e teologias. Eu não perco energia com quem me quer apresentar a filosofia de que a primeira mulher na terra foi feita de uma costela, assim como não vou perder energia com a filosofia sobre entidades invisiveis com poderes fabulosos e que existem num lugar qualquer que não consegue ser visto. Provas concretas é o que será necessário para me convencer.

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PS: Por favor, leiam com atenção (e entendam) os artigos antes de opinarem. Se for preciso, leiam duas vezes. Não é vergonha nenhuma. Alguns dos comentários têm sido ridículos, apenas porque não se leu com atenção o que a outra pessoa escreveu. São vários os exemplos, mas fico por um que me fez desesperar: quem falou em o ateísmo ser novo? A designação é clara o suficiente, não é que o ateísmo seja novo, mas que há um novo tipo de ateísmo.