Novo Ateísmo: o (novo) parente snob to Ateísmo tradicional?
Em Novembro de 2006, Wired Magazine firmava o conceito de «Novo Ateísmo». Numa peça onde se juntavam três dos «campeões dessa nova vaga», Prof. Dawkins, Prof. Dennet e (brevemente Prof.) Sam Harris, o jornalista Gary Wolf concluía que, «ser um novo ateísta é como ser um profeta que tenta mexer com a sociedade, mostrando uma descrença justificada, criando um consenso activo, com objectivo de atingir as pessoas».
Concordando ou não com a crítica velada que os Novos Ateístas podem querer estar a lutar batalhas messiânicas (com a subjacente ironia por se usar termos religiosos), deixo aqui a opinião de um Novo Ateísta em Portugal.
Como racionalista e cientista que sou, incomoda-me que em Portugal se continue a recorrer a curandeiros e exorcistas. Que se procure o padre da paróquia para aconselhamento emocional ou psicológico. Que se tenha bispos a tentar influenciar a politica dos governos em questões de saúde. Que a EMRC seja paga pelos meus impostos para ensinar fraudes às nossas crianças, etc, etc. Vivemos numa era de conhecimento, de ciência, de progresso racional que levou centenas de anos a conquistar (já para não falar em Portugal o atraso por causa de uma ditadura, apoiada exactamente pela Igreja Católica).
Não acho que valha a pena colocar todas as energias nessa batalha. Acho que a melhor estratégia é de chegar a um segmento mais jovem, mais esclarecido, mais entendedor, promovendo o entendimento do mundo natural, a curiosidade científica, a capacidade de rejeitar posições dogmáticas. E assim, lançar as sementes que vão permitir um maior afastamento do preconceito e irracionalidade por parte dessa geração e das seguintes. Abra-se o debate.
Esta é uma opinião pessoal, que não compromete, nem reflecte a posição do Diário Ateísta.