Loading

Mês: Julho 2007

4 de Julho, 2007 Carlos Esperança

O proselitismo do Opus Dei

À medida que a demência islâmica se exacerba numa espiral de proselitismo e suicídio, cresce o entusiasmo do protestantismo evangélico na sua faceta mais troglodita, que deu origem à cruzada do Iraque, na triste expressão do pio presidente dos EUA, na sua mais ilegal e iníqua decisão.

Sem perdermos de vista os cristãos ortodoxos cuja teologia conservadora prima pelo desvelo com que se conluiam com o Estado, é importante vigiar a impudicícia com que a ICAR se lança à conquista de novos mercados.

Não arremete com um exército de carmelitas descalças ou frades capuchinhos, é com a elite da sua mais obscurantista e inquietante seita, a poderosa, rica e fundamentalista Opus Dei. Levam cilícios para mortificar o corpo e no coração o ódio torpe aos infiéis, a fé inflexível de que há um só Deus verdadeiro – o seu -, que é preciso impor ao Mundo.

Acredito que não restauram o Santo Ofício, não por indolência dos seus padres mas pelo espírito secular da Europa donde partem. Vão em bandos, mansos, à procura de vender o martírio do seu Deus e regressarem com os bolsos cheios de oferendas extorquidas aos novos crentes.

O assalto aos países do ex-bloco soviético começou na Polónia; depois, a Eslováquia, República Checa, Hungria e Países Bálticos. Nos últimos anos, a Eslovénia e a Croácia. Finalmente, o proselitismo católico invadiu a Rússia.

A denúncia do proselitismo e a luta pelo descrédito da fé são um combate civilizacional.

.
Nota: O cartoon foi publicado por amável deferência do autor.
4 de Julho, 2007 Hacked By ./Localc0de-07

Entrevista com Salman Rushdie

Salman Rushdie é um dos mais importantes livres-pensadores do mundo, um destemido ateu que quebrou as amarras religiosas com o islamismo e se emancipou. A sua dedicação e coragem transcendem em muito os jornalistas e escritores que se vergam ao medo, que desprezam as criticas religiosas a troco de um suposto respeito, pelos respeitos seriam impossíveis os relacionamentos Humanos, pois todos atentam a convicções alheias, assim é o debate racional e honesto.

Nesta entrevista Rushdie apresenta as suas visões de como depois dos anos 60 o mundo se foi tornando mais religioso, quando seria de esperar o contrário, explica as suas ideias sobre o islamismo, cristianismo, hinduísmo, e todas as religiões que neste momento parecem emergir em força quando supostamente a secularização havia vencido, a paz no mundo parecia deixar de ser utópica, os sectarismos pareciam estar confinados a minorias e a igualdade de direitos parecia desenvolver-se para a hegemonia. Interessante a sua visão sobre as problemáticas religiosas e a necessidade de as confrontar, não podemos viver em paz em lado nenhum quando tendências homicidas e ideais bárbaros ganham mais terror por poderem usufruir de tecnologia de século XXI.

Entrevista a Salman Rushdie parte 1

Entrevista a Salman Rushdie parte 2

Entrevista a Salman Rushdie parte 3

Entrevista a Salman Rushdie parte 4

Entrevista a Salman Rushdie parte 5

Também publicado em LiVerdades

4 de Julho, 2007 fburnay

A religião e os memes

Neste vídeo, Daniel Dennett explica, à luz da memética, como algumas ideias criam tanta resistência por parte de quem não as compreende.

3 de Julho, 2007 jvasco

O Catolicismo é contrário ao Liberalismo

Na nossa praça existem muitos auto-intitulados «liberais» que são católicos. E existem outros tantos que, não sendo católicos, não vêem qualquer oposição entre o liberalismo e o catolicismo. Não vêem, mas ela existe.

A posição da Igreja Católica Apostólica Romana (ICAR) face ao Liberalismo é a seguinte: está contra.

Eis alguns documentos em que os Papas se pronunciaram explicitamente contra o Liberalismo:

– a encíclica Mirari Vos de Gregório XVI

– a encíclica Quanta Cura e o Syllabus de Pio IX

– a Carta Apostólica Notre Charge Apostolique de São Pio X

– a encíclica de Leão XIII contra o Americanismo, intitulada Testem Benevolentiae, e a encíclica Mortalium Animos de Pio XI contra o liberalismo religioso expresso no ecumenismo modernista

– a Bula Unam Sanctam contra o princípio liberal de separação entre Igreja e o Estado

Um católico informado e coerente não pode ser liberal.

—————————-[Diário Ateísta/Esquerda Republicana]

3 de Julho, 2007 Ricardo Alves

Pelo cilício e pela obediência, sempre!

Não há como estudarmos o nosso «inimigo» ideológico para melhor o compreendermos (e nesse processo compreendermos também porque nos encontramos no campo oposto). Na sequência do aniversário póstumo do fascistóide Josemaría Escrivá (devidamente assinalado pelo Carlos Esperança), o bispo auxiliar de Lisboa, Carlos Azevedo, produziu uma homilia onde explica com sinceridade o pensamento do fundador do Opus Dei.

Tal como o entendo, o sistema totalitário que o Opus Dei constitui funciona entre dois pólos: humilhação e obediência. Pela humilhação, destroem-se ou controlam-se as vontades, prazeres, instintos e valores éticos que podem afastar a ovelha do rebanho; e assim, castrado e amansado, se prepara o cordeirinho para obedecer, tornando-o um instrumento fiel da organização e dos seus objectivos. A homilia de Carlos Azevedo começa por desdenhar dos evangelistas e do «conteúdo da pregação de Jesus», para logo chegar ao que realmente interessa nas lendas cristãs: «à tua palavra, obedecerei» (o autoritarismo típico das religiões abraâmicas é útil para construir organizações de prosélitos e de soldados). Ao longo da homilia repetem-se depois as exortações a «ser instrumento nas mãos do Pai», e termina-se a prometer até a «glória» aos que «entregam a vida intensamente a ser instrumentos da Obra de Deus». As palavras recorrentes no texto são «vontade», «instrumento», «entrega» e, curiosamente, «liberdade». Mas esta é uma liberdade muito especial: ou é a «libertação» da «lei, do pecado e da morte» (sendo que «pecado» é quase tudo o que vale a pena, e a «libertação da morte» uma banha da cobra) ou então é a «liberdade» de ser instrumento («a vida de filhos tão queridos é impelida, com autêntica liberdade a ser instrumento nas mãos do Pai»). O único agente com «vontade» ao longo de todo o texto é «Deus». A ovelha não tem vontade, e portanto não é realmente livre. A autoridade divina garante a submissão terrestre. É uma leitura esclarecedora.

[Diário Ateísta/Esquerda Republicana]
3 de Julho, 2007 Carlos Esperança

Terrorismo religioso

A galáxia terrorista que dá pelo nome de al-Qaeda não é uma mera associação criminosa com gosto mórbido pela morte, é uma nebulosa de fanáticos que crêem no Paraíso e nas virgens que os aguardam no estado miserável em que chegam.

Não têm uma ideologia, uma lógica ou um objectivo claro, pretendem apenas agradar a um Deus de virtude duvidosa e ao profeta que é cadáver desde o ano 632.

A demência ganhou ímpeto em 11 de Setembro de 2001, nos ataques às Torres Gémeas de Nova Iorque e ao Pentágono, em 11 de Março de 2004, na estação ferroviária de Atocha, em Madrid, nas explosões em estâncias de veraneio, nas embaixadas dos EUA e no Metro de Londres em 7 de Julho de 2005.

Londres, nos últimos dias, voltou a ser alvo de várias tentativas terroristas e a Espanha sofreu ontem sete mortos e seis feridos entre os turistas que visitavam o Iémen, vítimas de um carro bomba conduzido por um facínora beato.

Não vale a pena iludirmo-nos com a bondade do Islão quando os clérigos pregam o ódio e apelam ao martírio. Os países democráticos não se libertam da culpa das cruzadas e da evangelização e tratam o terrorismo religioso com a brandura que não merece.

Um templo onde se prega o ódio é um campo de treino terrorista. Um clérigo que apela à violência é um criminoso que deve ser detido.

Os japoneses que viam Deus no Imperador, imolavam-se em seu nome mas, perdidas as fontes de financiamento e desarticuladas as redes de propaganda deixaram de se dedicar ao suicídio e de se imolarem com aviões e torpedos que dirigiam contra alvos inimigos.

É tempo de conter a ameaça que paira sobre a civilização e a democracia, sem sacrificar o Estado de direito, sem abdicar das liberdades e garantias que são a marca de água da nossa cultura.

Mas não podemos hesitar na luta contra o financiamento e proselitismo ideológico que grassa entre fanáticos de várias religiões. Não são famintos em desespero, são médicos, pilotos e universitários que buscam um passaporte para o Paraíso através dos crimes contra os infiéis.

DA/Ponte Europa

2 de Julho, 2007 Carlos Esperança

A doença da fé

Tal como as carraças que assaltam o homem e transmitem a febre, também os clérigos atacam e envenenam o sangue das criaturas, debilitando-as com a superstição que lhes mina o entendimento e reduz o espírito crítico.

As doenças têm sempre um agente transmissor. A picada da fêmea do mosquito anofélis provoca a malária; a água leva o tifo e a cólera; o leite transmite a brucelose; o ar leva a tuberculose, enfim, podia passar horas a escrever sobre doenças e formas de contágio.

Há, porém, uma doença endémica que se propaga pela geografia, através da família, do medo e do esforço dos padres – a religião.

Enquanto as doenças orgânicas têm cientistas à procura dos meios de cura, a religião tem uma caterva de parasitas á espera de que se agrave. Nas outras doenças ataca-se o agente patogénico e os sintomas. Na religião aguarda-se que a infecção progrida, que o corpo se adapte, que o cérebro se embote, que o paciente se automatize e genuflicta, que o homem renuncie à dignidade e se transforme num escravo da Igreja.

Não viria mal ao mundo se os crentes não vivessem a obsessão da fé, não entrassem na loucura do proselitismo e no ódio aos crentes de outro deus, numa espiral de violência que aspira ao monopólio e à purificação, numa orgia de sangue, terror e morte.

2 de Julho, 2007 jvasco

Ateísmo na Blogosfera

  1. «Mas é errada a premissa criacionista que qualquer complexidade indica desígnio. Um fio emaranhado é mais complexo que um novelo. Uma faca de pedra polida tem uma forma mais simples que a rocha original, irregular e assimétrica. O que temos que considerar não é se os seres vivos são complexos – são – mas se têm a complexidade que se espera de um design inteligente. E essa não têm.

    Normalmente, o propósito de algo concebido com inteligência é aparente no próprio design. Uma espada, um automóvel, uma muralha de pedra, uma fábrica de rolhas de cortiça. Mas nos seres vivos não. Peixes com pulmões, moscas, pinguins, trezentas mil espécies de escaravelho. Uma diversidade enorme sem que se vislumbre um propósito, nem na vida como um todo nem em cada espécie. Não se pode garantir a ausência de propósito, mas esta complexidade caótica não sugere uma criação inteligente. Pelo contrário.[…]

    Isto é inconcebível num sistema criado com inteligência. Mais uma vez, é o padrão esperado por um lento acumular de mutações aleatórias seleccionadas pela reprodução dos organismos.

    A complexidade da vida na Terra é como a complexidade dos flocos de neve, das tempestades, das correntes oceânicas, dos diamantes ou do fluxo turbulento. É a complexidade de processos naturais sem propósito nem inteligência. E o contrário do que se esperava de um acto metódico, racional e deliberado. Design incompetente? Talvez. Design inteligente está fora de questão.»(«Miscelânea Criacionista: A complexidade.», no Que Treta!)

  2. «Aqui quis apenas dar outro exemplo que contradiz o criacionismo. É falso que as mutações só façam perder capacidades. É falso que as mutações não possam criar novos genes. Para o debate com os criacionistas não adianta dizê-lo nem mostrar evidências. Eles não querem dialogar. Querem rezar, repetindo sempre as mesmas coisas e tentando não ouvir nada do que se lhes diz. Mas pode ser que ajude a criar resistências, «enzimas mentais» para destruir mais umas tretas criacionistas.»Penicilina.», no Que Treta!)
  3. «Trocando por miúdos, diz que a ciência não refuta a bíblia. Engana-se. O dilúvio global é tão compatível com a ciência moderna como a Lua ser feita de queijo. A torre de Babel é tão real como o peixe de Babel. E a queda só explica alguma coisa se tiver sido de cabeça. Mas mesmo que fosse. Vamos supor que um deus acenou a varinha mágica e tudo isto aconteceu sem deixar vestígios. O problema é que este «quadro interpretativo» não serve para nada. Nem para enfeitar serve, este universo das Caldas.

    Não faz sentido acreditar em algo só porque não foi refutado. Não vou passar os dias com medo do homem invisível que ninguém pode provar não me perseguir. Para usar o famoso exemplo de Bertrand Russell, é disparate acreditar que há um bule de loiça a orbitar Plutão mesmo que não se prove o contrário. Não podemos viver assumindo como verdadeiro tudo o que não provamos ser falso.[…]

    Sem nada para dizer, têm que falar muito para compensar. Repetem perguntas que já foram respondidas inúmeras vezes. Dizem que a evolução não explica mas também nunca explicam nada com o criacionismo. Afirmam barbaridades como esta de nada na ciência contradizer o dilúvio. Distorcem a ciência chamando «acaso» a qualquer processo natural, como se fosse preciso uma grande sorte para cozer um ovo ou digerir uma maçã. O resultado é só conversa fiada.»(« Miscelânea Criacionista: Blá, blá, blá…», no Que Treta!)

2 de Julho, 2007 Hacked By ./Localc0de-07

Indústria dos milagres na Fórmula 1

O Vaticano arranja milagres em qualquer recanto, a indústria dos santos e beatos anda em reboliço e até pela televisão eles acontecem, afinal deus e empregados gostam das velocidades, os mandamentos para os condutores católicos entram em contradição, afinal todos podem acelerar à vontade, milagres não faltam.

Kubica, piloto de Fórmula 1, sofreu aparatoso acidente no Canadá, sobreviveu, é milagre. João Paulo II precisa de beatificação, e toca a fazer trabalho que senão o altar da beatice escorrega. Papeladas às resmas, milagres surgem em catadupa, toca a encaminhar responsabilidades aos que estão em fila de espera, ámen.

As fibras de carbono, duas vezes mais resistentes que o aço, supostamente serviriam para salvar a vida de muitos pilotos em acidentes aparatosos, mas são afinal dispensáveis, os aspirantes a divinizações fazem o trabalho, milagre aqui e ali e mais vale fazer carros em esferovite que fica mais barato.

De relance podemos dizer que as 12 camadas de fibras de carbono, combinadas com alumínios e posteriormente enrijecidas em fornos são dispensáveis, assim como todas as tecnologias e desenvolvimentos feitos na segurança passiva dos pilotos, podem despedir esses gajos todos que o João Paulo II trata disso.

Interessante referir a exemplo, que em 1994, os pilotos de Fórmula 1 Senna e Ratzenberger morreram em acidentes em San Marino, altura em que João Paulo II era papa, parece que nessa altura não se predispunha aos milagres, e para além disso os santinhos e beatinhos estavam em greve geral, situação essa a mais recorrente.

Não se esperam milagres relativamente à SIDA, parece que é um castigo justo de um ser superior, valha-nos a adrenalina da velocidade, o João Paulo II salva-nos. Quem sabe este milagre não faça com que o airbag e outras coisas inúteis à segurança passiva sejam tidas como pecados? Com uns terços e autocolantes cristãos as estradas podem ser um sonho tornado realidade, carrinhos de choque como nas feiras populares!

Também publicado em LiVerdades