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Mês: Julho 2007

23 de Julho, 2007 Ricardo Alves

Atentado contra quem?

  • «O fenômeno dos sacerdotes pedófilos na diocese de Los Angeles tem uma amplitude assustadora e é um atentado contra a identidade da missão que temos que desempenhar» (cardeal Tarcisio Bertone na Zenit).

Importa-se de repetir? O abuso sexual de menores é um «atentado contra a identidade da missão» católica? Não será antes um atentado contra a auto-determinação das crianças? Contra o seu direito a uma livre escolha da sua sexualidade? Senhor cardeal, um pouco mais de respeito pela liberdade e pela sexualidade das crianças ficaria bem à sua igreja…

22 de Julho, 2007 Carlos Esperança

Divina demência

Enviada ao DA pelo meu amigo e prezado leitor G. T.
22 de Julho, 2007 Carlos Esperança

Coimbra – A Senhora de Fátima e o rugby

A Associação Académica de Coimbra, que já teve a melhor equipa nacional da modalidade, pouco confiante no mérito dos actuais jogadores e do treinador, virou-se para o santuário de Fátima.

Assim, recentemente, um director da secção de rugby levou a Fátima a respectiva bandeira na esperança de que a Senhora de Fátima, certamente praticante da modalidade, passe a favorecer a equipa e a prejudicar as dos adversários.

Alguns atletas confiam mais nas suas capacidades do que na intercessão da Virgem. Até o árbitro é capaz de ter mais influência, mas o ridículo já chegou à Secção de Rugby da AAC, pelo menos a um dos pios directores.

A partir de agora os resultados serão brilhantes ou a senhora de Fátima fica mal vista e o director beato deve trocar as funções com as de mordomo das festas da Rainha Santa.

21 de Julho, 2007 Carlos Esperança

Há quem acredite

Publicação pia – Salmos & Anjos

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21 de Julho, 2007 Carlos Esperança

Religião e corrupção

Há nas religiões uma filosofia que envergonha as pessoas de rectas intenções e nobres ideias.

Comecemos por este estranho hábito de viajar de joelhos ou de rastejar, como fazem os subservientes ou os répteis, para agradarem a um Deus que os homens criaram e os padres exploram. Haverá algo mais deprimente do que dobrar a coluna para pedir a Deus um favor, uma injustiça ou uma arbitrariedade?

Às vezes recordo a excelente conferência do Casino, de Antero de Quental: «Causas da Decadência dos Povos Peninsulares» e verifico como se mantém actual a acusação ao catolicismo romano. E compreendo melhor como a demência do Islão conduz os povos que oprime à miséria, ao desespero e à oração.

Quem, de mente sã, esfola os joelhos e balbucia orações para que Deus mande chuva ou cure uma doença para a qual o estado da arte médica não encontra solução? Quem é capaz de subornar um santo com uma esmola, uma bilha de azeite ou um pagamento em numerário, para interceder junto de Deus para um benefício qualquer, não é uma pessoa honesta ou os padres deram-lhe volta ao miolo.

Há no catolicismo esta mentalidade rural de que tudo se compra, todos são venais, o que é preciso é untar as mãos de quem tem poder. O que surpreende é ser Deus o malfeitor capaz de se corromper, de favorecer um cábula, de curar um doente, quando devia curar toda a gente ou, melhor, impedir que alguém adoecesse.

Deus não é uma invenção simpática, é uma ideia perigosa capaz de induzir a corrupção, a mentira, a fé e a guerra. E os promotores de Deus, que o exploram e vendem junto dos simples, são os responsáveis pelo atraso, a superstição e a mentira que arrasta multidões de crentes para manifestações de ódio, actos de vingança, terrorismo e guerras.

21 de Julho, 2007 Hacked By ./Localc0de-07

Homofóbicos ao serviço de deus


Um dos enormes problemas do cristianismo, não considerando o problema essencial de apenas existir, é a sua completa anti-natureza, uma concepção de um Universo surreal completamente desenquadrado da realidade, da concretude das coisas. De pouca preocupação se podia reflectir uma abordagem às bases, não fossem as bases uma chamada às armas e à interferência constante com a vida dos outros, uma espécie de vigilância permanente sobre a vida dos vizinhos numa forma de auto-existência infeliz e impessoal, uma vida caminhada numa espécie de sonambulismo, vida desperdiçada em bisbilhotices sobre o que fazem os outros e tentativas de inserção de uma imagem do mundo distorcida, ridícula, desumana e atroz.

Entre os mais estúpidos conceitos está o sexo, inserido numa legislação sexual extremamente assexuada e desprovida de emoções e sentimentos, uma visão da barbárie aprofundada na própria mente humana, despojar o Homem da sua Humanidade no ponto primordial, a sexualidade. É realmente assustador comparar a visão cristã ridícula sobre a sexualidade com as civilizações antigas, Antigo Egipto por exemplo, verificar que a sexualidade e a liberdade Humana sexual foram espezinhadas por uns bárbaros que resolveram escrever um livro ridículo chamado Bíblia. No Antigo Egipto verificava-se uma surpreendente igualdade sexual, aproximada e não utópica, sacerdotisas celebravam festivalidades de fertilidade, desenvolviam perfumes, maquilhagens várias, inclusive utilizavam profilaxia, conceito escondido pelo cristianismo.

A homofobia é um dos mais grotescos “movimentos” de sectarismo Humano cristão, uma divisão feita acerca das convicções naturais sexuais individuais com base nos escritos bárbaros bíblicos, uma espécie de depressão sexual cristã, um hediondo sentido de coscuvilhice das vidas alheias tendo por base a assexualidade ou castidade cristã, uma drenagem da Vida dos crentes, um conceito que busca os antagonismos, ambos usados erroneamente. Primeiramente pretende que os Seres Humanos se comportem como animais desprovidos de consciência da própria consciência, sexo como reprodução tal como de cães se falasse, retirar a essência Humana da busca do prazer e felicidade e substitui-la pelo gelo putrefacto do sexo inócuo. Psiquiatricamente doentes, não é possível ser psicologicamente saudável através destes comportamentos, a libido é livre, oprimindo a libido ela promove a revolução natural e coloca a mente no caos, facto que passa despercebido ao cristão.

Com erros de Natureza deste género é fácil concluir uma revolta transformada em guerra a qualquer coisa, homossexuais talvez os mais atingidos, convicções de fé alicerçadas pelos escritos bíblicos, Levítico 20:13 “Quando também um homem se deitar com outro homem, como com mulher, ambos fizeram abominação; certamente morrerão; o seu sangue será sobre eles.”, seja portanto uma lei de punição, deus vê tudo, onde estará a lista dos “abominados”?

Vários religiosos, e realmente religiosos, não aqueles que só vão ao Domingo à igreja para não se esquecerem que existe um ser superior e uma fé nele, ou os hipócritas que dizem que a bíblia é a palavra de deus e a decoram mas que realmente nada fazem mas em tudo invertem contextos, metáforas também se retiram das receitas de culinária, não-praticantes religiosos cristãos também o serão de acupunctura e alquimia, esgrima e salto à vara, são profetas, enviados de deus, amam o ser superior e devoram a bíblia durante milhares de horas, convicções de fé manifestadas em acções e temos violência.

Matar homossexuais não será um acto isolado, é uma manifestação de fé que acontece inúmeras vezes, em 15 de Julho de 2007 a Houston Chronicle reportou mais um caso de assassínio nos contextos anteriormente referidos, Terry Mark Mangum matou um homossexual, supostamente homossexual mas esse facto em nada interessa para o caso, e nas suas declarações, assim como na maioria de casos similares trabalhava para deus, “Eu acredito que sou o Elijah, fui chamado por deus para ser um profeta e acredito do fundo do coração que fiz o que era correcto.”. Mangum acrescentou que “deus disse-me para matar um homossexual porque a perversão sexual é o pior pecado.” e que “queria enviá-lo para o inferno.” rematando que “eu não sou má pessoa, eu amo deus.”

No Peru em 29 de Dezembro de 2006 um destes profetas foi preso, acusado de matar 13 homossexuais. Segundo o assassino, Pedro Nakada Ludeña, ele seguia “as ordens de deus para purificar a Terra.”, acrescentando que “Eu não sou um criminoso, sou um “limpador”, livrei a sociedade de homossexuais e vagabundos. Quando eram pessoas más, não tinha remorsos, porque de repente podia ser um gay.”.

Muitos mais casos existem a seguir os mesmos padrões, extremamente lógicos dentro da religiosidade cristã, existe um ser superior que legislou os comportamentos de todos os Homens na bíblia e temos de os cumprir, quebra dessas leis punida com a morte e uma vida eterna a estorricar no inferno, o religioso orgulhoso do cumprimento das leis perante os infiéis subirá ao paraíso, não terá 72 virgens porque essas estão no paraíso islâmico, mas é branco e bonito. Completamente irracional e ilógico se lermos a Declaração dos Direitos Humanos e se formos observar a Natureza, o comportamento homossexual já foi observado em mais de 1,5 mil espécies e é bem documentado em 500 delas, se existe algo contra a Natureza é a homofobia e as legislações ridículas cristãs sobre a sexualidade Humana. E assim se fazem eclipses de deus segundo Ratzinger.

Também publicado em LiVerdades e Ateismos

Links úteis:
Suspeita de crime diz que estava a fazer o trabalho de deus: Houston Chronicle
Declaração Universal dos Direitos Humanos
Exposição sobre animais gays: BBC
Peru: Polícia prende psicopata que matou homossexuais por “ordens de Deus”: GOnline
Bíblia contra Gays: PortugalGay
Discovery Channel: History of Sex and Love
União gay e aborto são ‘eclipse de Deus’ diz Vaticano: BBC

20 de Julho, 2007 Hacked By ./Localc0de-07

Indulgências versão século XXI (2)

Relativamente à minha opinião sobre o paralelismo entre indulgências da Idade Média e a nova forma de pagar pelos crimes de uma forma ainda mais hipócrita, exposta no artigo Indulgências versão século XXI, verifiquei uma visão semelhante do apresentador Jon Stewart no seu programa cómico Daily Show.

20 de Julho, 2007 Carlos Esperança

As religiões e a sociedade

As religiões, quando têm força, dominam a sociedade e sujeitam tudo e todos à cegueira do seu Deus. Os clérigos acendem fogueiras, instigam suicídios, apelam à guerra santa e fanatizam os crentes que ajudam a ensandecer desde tenra idade.

Se a civilização avança, a sociedade se democratiza e os Estados se tornam laicos, as religiões preferem que as combatam a que as desprezem. O clero das três religiões do livro só conhece a violência e, por isso, apenas se revê no papel de algoz ou de vítima.

O Diário Ateísta, no seu indeclinável dever de denunciar o obscurantismo e ridicularizar a fraude dos milagres, aparições e outras pias trapaças, acaba por beneficiar as religiões, em especial a católica, porque lhe cria a aura de mártir e perseguida. Ora, aqui não se persegue ninguém, apenas se defende o direito à liberdade para todas as correntes de pensamento, inclusive para as próprias crenças.

Claro que não deixamos de denunciar os crimes das diversas religiões contra a liberdade e a livre determinação individual, o seu horror à sexualidade, a sua hipocrisia moral e o apego a bens materiais. Mas isso serve à Igreja para se dizer perseguida enquanto mama na teta do erário público e se apropria de largas fatias da saúde, educação e assistência.

As Misericórdias são mealheiros por onde circulam dinheiros públicos com uma contabilidade em que o fiscal é o bispo da diocese. São “instituições ligadas à Igreja mas que funcionam como empresas e com contabilidade privada” – como denuncia o sociólogo das religiões Moisés do Espírito Santo.

Para a Igreja os lucros são para Deus e os prejuízos para os contribuintes. É através da consciência cívica e da pressão sobre o Estado que podemos minar a influência nefasta da religião e o ascendente eclesiástico sobre a sociedade.