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Bin Laden, o Bom Samaritano

No início dos anos 80, nos hospitais de Peshawar, na fronteira do Paquistão com o Afeganistão, havia um homem que ia de cama em cama, a dar uma palavra amiga aos feridos, distribuindo chocolates e frutos secos, e tomando nota do nome e endereço de cada mujahedin. Em casa, a família destes bravos lutadores contra o comunismo ateu recebia um chorudo cheque, com os cumprimentos do senhor Ossama Bin Laden.

A prática da caridade, para a qual nunca faltou dinheiro a um dos filhos de uma das mais ricas famílias sauditas, não é contraditória com a jihad. Amor para os nossos, e hostilidade para os de fora, são os dois preceitos que asseguram a estabilidade de muitos grupos sociais. Com uma ou outra variação, e com maior ou menor clareza, esta mecânica existe em todas as comunidades religiosas. E funciona.

Bin Laden ficou conhecido como «o Bom Samaritano». Anos depois, os pobres do Afeganistão e da fronteira paquistanesa ainda se recordam dele. Sacrificou uma vida serena, com dinheiro e conforto, pela sua fé. Um exemplo.

[Diário Ateísta/Esquerda Republicana]

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